Descoberta de minerais em ilha do Japão pode mudar a economia mundial

por Inês Geraldo - RTP
China controla exploração de minerais raros usados em tecnologias Reuters

É uma descoberta que muitos alegam ser uma mudança na economia mundial, em benefício do Japão. De acordo com o Wall Street Journal, ao largo da ilha de Minamitori foram encontradas quantidades ‘semi-infinitas’ de minerais usados na criação de tecnologias. Num segmento controlado pela China, o Japão pode vir a ter uma palavra a dizer.

O custo é elevado mas o Japão estuda a possibilidade de começar a explorar o largo da ilha de Minamitori, local onde foram encontradas quantidades massivas de minerais que são usados na produção de tecnologias da nova geração, como baterias e veículos e sistemas de armas.

Localizado a pouco mais de mil milhas de Tóquio, capital nipónica, o local tem mais de 16 toneladas de elementos químicos raros que se estima que podem explorados nos próximos séculos.

De acordo com um estudo publicado pela revista Nature Publishing Group’s Scientific Reports, o ítrio poderá ser explorado para os próximos 780 anos, o európio por 420 anos, o térbio por 620 anos e o disprósio poderá ser explorado nos próximos 730 anos.

Os Estados Unidos e a União Europeia já tinham vindo a lançar alertas sobre a falta destes minerais.

“Isto é revolucionário para o Japão”, diz Jack Lifton, um dos responsáveis de uma organização que se dedica à pesquisa da utilização de minerais em tecnologias. “A corrida para explorar e desenvolver estes recursos vai aumentar”.

Lifton explicou que para além da nova descoberta ao largo do Japão existem ainda depósitos de cobalto e níquel ao largo da Austrália e Nova Zelândia.

Com um monopólio na exploração destes elementos químicos, a China, em 2010, aumentou os preços em dez vezes. Com a descoberta de um local com os mesmos recursos em território sob a jurisdição japonesa, os nipónicos podem livrar-se de amarras e iniciar produção própria.

“É importante garantir a nossa própria fonte de recursos, já que a China controla os preços”, afirmou o Professor Yutaro Takaya, da Universidade de Waseda.

No entanto, Takaya alerta que os custos da exploração destes minerais são muito elevados e que será necessária muita mais pesquisa para saber como extrair os elementos do fundo do mar.

O Professor revelou que a sua equipa encontrou um método que pode reduzir o custo da exploração, usando um separador hidrociclónico que centrifuga a lama que contêm minerais e que servirá para separar grãos que sejam compostos por minerais necessários para a produção de tecnologias.
Tópicos
pub