Despesa em investigação e desenvolvimento aumentou 218 milhões em 2019

por Mário Aleixo - RTP
A investigação e desenvolvimento pesa cada vez mais no PIB Amir Cohen - Reuters

A despesa em Portugal em investigação e desenvolvimento (I&D) aumentou, no ano passado, 218 milhões de euros, para 2987 milhões de euros, representando 1,41 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados oficiais agora divulgados.

Os dados, provisórios, constam do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional de 2019 e foram divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior em comunicado, que realça o "novo máximo histórico" alcançado, ao ser ultrapassado o investimento feito em 2009, de 2.771 milhões de euros.

Em 2018, a despesa (pública e privada) em I&D tinha aumentado 184 milhões de euros, para 2.769 milhões de euros, representando 1,36 % do PIB.

O Governo estabeleceu para Portugal a meta de chegar em 2030 aos 3% do PIB em gastos com investigação e desenvolvimento, para aproximar o país da Europa.

Pelo segundo ano consecutivo, a despesa privada (que inclui a das empresas) superou, em 2019, a pública (Estado e instituições de ensino superior), representado 53% do investimento total em I&D, assinala uma nota informativa da tutela.

No ano passado, a despesa das empresas em I&D cresceu cerca de 145 milhões, para 1.569 milhões de euros, face a 2018, ao passo que a das instituições de ensino superior (universidades e institutos politécnicos) aumentou 56,23 milhões, para 1.209 milhões de euros.

Em 2019, as empresas tinham 19.283 investigadores a tempo integral, o equivalente a 38% do universo total em Portugal (a maioria dos cientistas, 29.027, continuava ainda no ensino superior e 1.591 no setor do Estado).

Segundo o ministério, o número de investigadores nas empresas aumentou mais de 60% nos últimos quatro anos, com a subida da despesa privada em I&D a refletir "o crescimento do emprego qualificado nas empresas e o esforço do setor privado em acompanhar o desenvolvimento científico e a capacidade tecnológica instalada em Portugal". Relativo fracasso apesar da progressão
Apesar destes indicadores, a comissão de avaliação da execução do emprego científico, nomeada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, defendeu, num relatório divulgado em julho, que a integração de doutorados nas empresas "não tem sido bem-sucedida", salvo "algumas exceções", propondo o lançamento de um programa que incentive essa integração, com os doutorados a passarem por um "período de aprendizagem" dividido entre empresas e instituições científicas antes de ingressarem nas empresas.

Em termos globais, de acordo com a tutela, o número de cientistas (abrangendo os que trabalham em empresas, laboratórios do Estado e universidades) aumentou em 2019 para 9,6 por cada mil habitantes ativos (em 2018 eram 9,1).

Ao todo, a tempo integral, foram registados no ano passado 50.431 investigadores, mais 2.779 do que em 2018 e mais 11.759 do que em 2015.

O Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional, da responsabilidade da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, é a base de informação oficial sobre os recursos humanos e financeiros afetos a atividades de investigação e desenvolvimento.

Em 2007, os dados passaram a ser publicados anualmente, rompendo a periodicidade bienal que havia desde 1982.
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