Detidos 31 civis e ex-militares venezuelanos acusados de conspirar contra Nicolás Maduro

por Lusa

O Ministério Público da Venezuela anunciou hoje que 31 pessoas, entre elas civis e militares, foram detidas desde maio de 2023 por alegado envolvimento em cinco conspirações contra o atual Governo, que incluíam o assassínio do Presidente Nicolás Maduro.

O anúncio foi feito pelo procurador-geral, Tarek William Saab, numa conferência de imprensa em Caracas, transmitida pela televisão estatal, na qual anunciou novos mandados de detenção contra jornalistas, youtubers, ativistas dos Direitos Humanos e ex-militares venezuelanos.

"Através de trabalho de informações, determinou-se que um grupo de civis e polícias estava a operar em coordenação com membros de uma organização de inteligência estrangeira (...) e tentaram cinco ações terroristas para banhar a Venezuela em sangue", disse.

Segundo Saab, os militares foram aliciados a partir da Colômbia e nas conspirações participaram a CIA e a Administração para o Controlo de Drogas (DEA), ambas agências dos Estados Unidos, e ainda os serviços secretos colombianos.

O procurador adiantou que a primeira conspiração foi desativada em maio de 2023, após um cidadão ter tentado obter informação sensível de instituições militares, e que há 11 pessoas acusadas de conspiração, resistência à autoridade, lesões pessoais graves, danos à propriedade, traição à pátria, revelação de secredos militares e tráfico ilícito de armas e munições.

Entre os cidadãos alegadamente envolvidos no plano, alvo de novos mandados de detenção, estão a advogada e ativista dos Direitos Humanos Tamara Zulay Sujú e a jornalista Maria Sebastiana Barraez, especializada na cobertura de fontes militares.

Também visados são os youtubers Wender Villalobos e Norbey Marín, e os antigos militares Mário Carratú Molina e José Antonio Colina.

Uma das conspirações, segundo Saab, começaria pelo estado venezuelano de Táchira [fronteiriço com a Colômbia], em janeiro de 2024, e um dos objetivos era La Viñeta, a residência oficial da vice-presidente da Venezuela [junto do Forte de Tiúna, a principal base militar de Caracas], com o propósito de assassinar o Presidente e ainda o ministro da Defesa, Vladimir Padrino lópez.

Segundo Saab as autoridades vão pedir pena máxima de prisão, que atualmente é de 30 anos, para os envolvidos nas conspirações.

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