Mundo
Guerra no Médio Oriente
Do ultimato à abordagem. Marinha israelita intercetou flotilha e deteve ativistas
A flotinha humanitária que seguia para Gaza foi barrada, na última noite, pela Armada israelita, que deteve os três portugueses que participavam na missão - Mariana Mortágua, Sofia Aparício e Miguel Duarte.
Foto: Stefanos Rapanis - Reuters
Foi retirado o telemóvel à coordenadora do Bloco de Esquerda. No momento da intercepção, Mariana Mortágua estava a fazer declarações em direto para a RTP.
A organização da flotilha humanitária confirmaria posteriormente a detenção do ativista Miguel Duarte, na sequência da interceção da embarcação em que rumava ao território palestiniano.Ouvido pela RTP, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou esperar que o repatriamento da comitiva portuguesa ocorra o mais depressa possível.
Pelo menos 13 embarcações da flotilha foram intercetadas pela Marinha do Estado hebraico. Uma delas terá sido mesmo abalroada em águas internacionais, de acordo com a Flotilha Global Sumud.
"Trata-se de um ataque ilegal contra trabalhadores humanitários desarmados. Apelamos aos governos e às instituições internacionais para que exijam a sua segurança e libertação imediatas", escreveu a Flotilha Global Sumud na plataforma de mensagens Telegram.
Também o Governo do Brasil confirmou, em comunicado, que há vários cidadãos do país entre os ativistas detidos por Israel, entre os quais Luizianne Lins, deputada do Partido dos Trabalhadores, a força política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O Brasil recorda o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais e enfatiza o carácter pacífico da flotilha", sublinhou o Ministério das Relações Exteriores.
O Governo israelita indicou, por sua vez, que vários navios da Flotilha Global Sumud foram "apresados sem incidentes" e que os tripulantes estariam a ser transferidos para um porto do país.