Dois anos de ameaça do Estado Islâmico em mapas

Uma rápida pesquisa pela net permite acompanhar as últimas notícias da evolução do Estado Islâmico, também conhecido como ISIS, ISIL e Daesh. Através de mapas mostramos como, de absoluto desconhecido do grande público, o grupo se tornou em poucos meses uma ameaça mundial.

Graça Andrade Ramos - RTP /
Militante do EI festeja em Raqqa a proclamação do califado a 29 de junho de 2014 Reuters

Um mapa alegadamente preparado para o Presidente Barack Obama revela os "pontos quentes" em todo o mundo por onde o grupo islamita se ramificou desde 2014: 18 países, quase o triplo dos sete registados há dois anos.

O mapa ficou à vista esta quarta-feira devido a uma "fuga" de informação e foi publicado unicamente pelo britânico Daily Star. Assinala a presença dos ramos "oficiais" do grupo no Egipto, na Argélia, na Arábia Saudita, no Afeganistão, no Paquistão, no Iémen, na Líbia, na Nigéria e na área do Cáucaso, a sul da Federação russa.

Há ainda "aspirantes" na Indonésia, no Mali, nas Filipinas, na Somália e no Bangladesh.



O mapa, que o Daily Star afirma ter sido elaborado pelo Centro Nacional de Contraterrorismo dos EUA, parece confirmar as informações dadas pelo próprio Estado Islâmico numa publicação de 29 de junho de 2016 da Amaq Agency, a agência noticiosa do Estado Islâmico, a marcar os dois anos da proclamação do califado, após uma ofensiva relâmpago no norte do Iraque.



Várias fontes de informação referem que as diversas ofensivas de forças no terreno, com apoio aéreo - russo, sírio ou da coligação internacional contra o EI - têm feito o grupo perder o terreno conquistado na Síria e no Iraque desde 2013.

É o que demonstram dois mapas do Institute for the Study of War, referentes a maio e a julho de 2016.





A evolução da influência do grupo está também bem explicitada num vídeo interativo elaborado por Peter Ridilla e publicado em fevereiro de 2016 pelo blog Foxtrot Alpha.



Quando proclamou as suas ambições em 2014, o grupo Estado Islâmico avançou com um mapa que estabelecia um Califado do extremo ocidental da Europa até à Ásia.



Perante a resistência mundial, a nova estratégia do grupo islamita parece ser apelar aos seus simpatizantes para lançarem ataques onde estejam, transmitindo a ideia de que a sua influência se mantém temível.

Após os atentados, aparentemente não orquestrados pela cúpula do grupo, o Estado Islâmico apressa-se a reivindicar a autoria. Uma estratégia que tem inspirado dezenas de alegados "soldados" dispersos, como sucedeu nas últimas semanas em França e na Alemanha.

A Agência Amaq publicou igualmente a 25 de julho uma infografia a listar os "sucessos" do grupo.



A propaganda do grupo mudou. Se de início o Estado Islâmico incitava habitualmente os seus apoiantes a viajar para a Síria e para o Iraque, agora a maioria dos vídeos apela a ações locais.

Como exemplo, no passado domingo, dia 31 de julho, surgiu numa conta da rede Telegram usada pelo grupo de militantes islamitas um vídeo legendado de propaganda do EI, a apelar os seus seguidores a realizar atentados na Rússia.

De acordo com a agência Reuters, entre imagens de homens armados a atacar carros blindados e tendas e a recolher armas no deserto, um homem mascarado ao volante de um carro no deserto deixa o seu apelo: "Ouve Putin, iremos para a Rússia e iremos matar-voz nas vossas casas... Oh irmãos, levem a Jihad e matem-nos e lutem contra eles!".

Uma das legendas explicava as imagens: "Invadindo um quartel dos militares 'Rejeccionistas' na estrada internacional a sul de Akashat".

Para os mais interessados em seguir as notícias que envolvem o Estado Islâmico em todo o mundo, este link de livemaps tem de estar entre os favoritos.
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