EDP e Eletrobras arrematam os principais lotes num leilão de energia no Brasil

por Lusa

A EDP Brasil e a Eletrobras arremataram os principais lotes de quinze concessões para instalar e operar 6.464 quilómetros de linhas de transmissão de energia no Brasil, num leilão realizado hoje pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A grande vencedora do certame foi a Eletrobras, maior empresa de energia elétrica da América Latina, que conquistou quatro das quinze concessões.

A subsidiária brasileira da EDP arrematou três lotes para ampliar suas operações e capacidade de atendimento e escoamento de energia limpa produzida no nordeste do país.

A empresa arrematou o lote dois, localizado estado do Piauí, com duas linhas de transmissão, além de trechos de interligação, totalizando 537 quilómetros, o lote sete, que passa pelos estados da Bahia, Piauí e Tocantins, e conta com duas linhas de transmissão, com um total de 390 quilómetros, e uma subestação de 230/138kV e o lote treze com duas linhas de transmissão que devem passar nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins, somando 461 quilómetros de extensão.

Num comunicado, João Marques da Cruz, CEO da EDP Brasil, informou que "os lotes arrematados pela EDP no leilão de hoje foram cuidadosamente avaliados e adicionam significativo valor ao nosso negócio de transmissão. Por meio da aplicação do `asset rotation`, queremos ganhar lotes, construir lotes e depois vendê-los para que, assim, voltemos a participar de novos leilões e a fazer novos investimentos".

"Esses projetos são fundamentais para suportar a expansão das fontes renováveis. Não basta a geração de energia limpa crescer, a infraestrutura para escoar e distribuir essa energia precisa crescer junto. E nós estamos comprometidos com isso para acelerar a transição energética justa no país", acrescentou.

 Já o Warehouse Fund, controlado pelo banco de investimentos BTG Pactual, obteve outros três lotes, incluindo o direito à maior e mais disputada das concessões (uma linha de 951 quilómetros entre os estados da Baia e Minas Gerais).

As outras seis concessões foram divididas pelas empresas brasileiras Brasiluz, Cox Brasil, Consórcio Olympus XVII, Energisa e Consórcio Paraná IV.

Os vencedores do leilão realizado pela Aneel comprometeram-se a fazer investimentos de 18,2 mil milhões de reais (cerca de 3,4 mil milhões de euros) na construção das linhas de transmissão.

Os quinze lotes negociados estão localizados nos estados de Alagoas, Baia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

O prazo para operação comercial dos empreendimentos foi estipulado entre 36 a 72 meses, para concessões por 30 anos, contados a partir da celebração dos contratos.

Este foi o terceiro leilão de concessões de linhas de transmissão desde que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência do Brasil, em janeiro de 2023, com o compromisso de reforçar o fornecimento de energia elétrica no sudeste, região mais populosa do país com a energia renovável gerada no nordeste, atingindo 23 gigawatts (GW) de capacidade instalada.

Foi também o segundo maior leilão em volume de investimentos contratados da história do Brasil, superado apenas pela licitação realizada em dezembro passado também pelo atual Governo.

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