Líder dos liberais alemães anuncia retirada da política
Líderes da extrema-direita europeia aplaudem recorde da AfD
Israel felicita Merz e espera fortalecimento de relações bilaterais
Líder da NATO espera trabalhar com Merz num "momento crucial" para a segurança
Scholz afasta-se das negociações para formar um governo liderado pela CDU
“Candidatei-me a chanceler, mas não participarei como representante do SPD num governo liderado pela CDU, nem negociarei”, frisou Scholz à televisão pública ZDF.
O político social-democrata garantiu que o partido continuará a adotar uma “atitude construtiva". De acordo com as projeções baseadas nas sondagens à boca das urnas, os sociais-democratas obtiveram entre 16 e 16,5 por cento nas eleições legislativas alemãs de hoje.
Estes resultados, uma redução de quase dez pontos face às eleições de 2021, é o pior resultado do SPD nos seus 161 anos da sua história.
C/Lusa
Zelensky felicita conservadores com quem quer trabalhar para "fortalecer a Europa"
"Estamos ansiosos por continuar o nosso trabalho conjunto com a Alemanha para proteger vidas, nos aproximar da paz real na Ucrânia e fortalecer a Europa", escreveu o presidente ucraniano na rede social X.
"A Europa deve ser capaz de se defender, desenvolver as suas indústrias" e alcançar "sucessos que trarão uma unidade ainda maior à Europa", acrescentou.
Vitória da CDU faz regressar a direita ao governo da Alemanha
EPA
Quanto à abstenção, apenas uns meros 16 por cento. É a maior participação de sempre desde a reunificação da Alemanha.
Indefinição na formação de Governo. Merz recusa negociar com AfD
Os Verdes estão disponíveis para coligação, mas historicamente a CDU recusa alianças com os ecologistas. Sobram partidos mais pequenos e uma indefinição quanto ao futuro do novo Governo.
Friedrich Merz. Líder da CDU é um político agarrado às origens
Montenegro felicita Friedrich Merz e salienta desafios comuns na UE e NATO
"Parabéns Friedrich Merz pela vitória. Estou entusiasmado com a perspetiva de trabalharmos juntos no aprofundamento das relações bilaterais entre Portugal e a Alemanha", escreveu Luís Montenegro na sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter).
Na mesma mensagem, o primeiro-ministro português salienta ao futuro chanceler germânico "os desafios comuns" dos dois países "na União Europeia, na NATO e nas Nações Unidas".
Os conservadores da CDU venceram as legislativas de hoje na Alemanha, seguidos da extrema-direita da Alternativa para a Alemanha, AfD, que obteve uma votação recorde.
Segundo as projeções das televisões públicas ARD e ZDF, a União Cristã-Democrata (CDU), de Friedrich Merz, obteve entre 28,5% e 29%, a Aliança para a Alemanha (AfD) de Alice Weidel 19,5% a 20%, o Partido Social-Democrata (SPD), de Olaf Scholz, 16%.
Seguem-se os Verdes (13,5%), a Esquerda (Die Linke) (8,5%), o Partido Liberal Democrata (FDP) com 4,9% e a Aliança Sahra Wagenknecht (4,7%).
Após a divulgação das projeções, o líder da União Democrata-Cristã (CDU), Friedrich Merz, congratulou-se com a vitória e disse pretender formar rapidamente uma coligação governamental.
"Os democratas-cristãos vão honrar a sua responsabilidade de formar um governo depois de ganharem as eleições alemãs. O mundo lá fora não está à espera da Alemanha e não está à espera de longas conversações de coligação em negociações", declarou Merz nas primeiras palavras dirigidas aos seus apoiantes na sede do partido, em Berlim.
"Precisamos de voltar a funcionar rapidamente, para podermos fazer o que temos a fazer a nível interno e recuperar a nossa presença na Europa, para que o mundo possa ver que a Alemanha está novamente a ser governada de forma fiável", acrescentou.
Eleições Alemanha. Merz quer reformas nas políticas do país e a nivel europeu
Eleições na Alemanha. Maioria da CDU depende ainda de coligações com outros partidos
Maioria da CDU. Alemanha virou politicamente à direita
Seguem-se semanas de intensas negociações para a formação de Governo.
Eleições Alemanha. Embaixadora alemã acredita que "há opções para coligações"
Quanto à vitória de Merz, a embaixadora da Alemanha em Lisboa acredita que o novo chanceler "esta determinado a ter um papel importante na Política Internacional, na Política Europeia", além de querer reformar o país.
Contudo, não nega que o crescimento da AfD "assusta.
Secretário geral do SPD já deu os parabéns a Merz e diz que a noite é "muito amarga" e uma derrota
Olaf Sholz veio assumir que os resultados das projeções são muito amargos e uma "derrota eleitoral". O SPD fica em terceiro lugar, atrás da CDU e AfD.
CDU já faz a festa - Merz diz-se vencedor
Na sede da CDU, o chanceler eleito admitiu que a vitória se deveu ao "trabalho conjunto" da CDU e da SDU.
"Preparámo-nos muito bem para estas eleições e para assumirmos a responsabilidade governamental".
Ainda assim, o líder conservador está confiante de que vai conseguir “criar um governo capaz de agir nos interesses da Alemanha”, ressalvando que esse executivo tem de ser criadoo quanto antes.
Alemanha. Partido de extrema-direita congratula-se com "resultado histórico"
"Nunca fomos tão fortes a nível nacional", disse Alice Weidel na sede do partido em Berlim, depois de a AfD, segundo as primeiras sondagens, ter obtido entre 19,5% e 20% dos votos, o dobro de há quatro anos e um resultado histórico para este partido anti-migrante e pró-russo fundado em 2013.
"Como podemos ver nos primeiros resultados é que somos o único partido que duplicou os votos, comparativamente às últimas eleições", disse Weidel.
"Estamos sempre disponíveis para implementar a vontade da população", continuou, acrescentando que o obejtivo vai ser ultrapassar a CDU.
A líder do partido extremista agradeceu aos eleitores.
Alemanha. Projeções à boca da urna apontam para vitória da CDU
Alemães vão a votos. Quais são os principais temas e o que está em causa nestas eleições?
A esta decisão seguiu-se a moção de censura, aprovada no Bundestag em dezembro, que precipitou o voto de 23 de fevereiro.
O escrutínio estava já previsto para este ano de 2025, mas deveria realizar-se apenas a 28 de setembro, no final da legislatura. Com o romper da coligação tripartida que sustentava o executivo, a votação foi antecipada por alguns meses. Mas o que esteve na origem desta crise política?
O “travão” da dívida
Na discussão do Orçamento para 2025, uma questão central motivou a discórdia entre o chanceler alemão, Olaf Scholz, líder do Partido Social-Democrata (SPD) e o seu ministro das Finanças, Chrstian Lindner, do Partido Liberal Democrático (FDP). Trata-se da Schuldenbremse, ou o designado “travão da dívida”.
Este mecanismo ficou consagrado na Constituição alemã na sequência da crise do euro, em 2009. Com medidas de austeridade a serem implementadas em vários países europeus no contexto da crise financeira e económica mundial, a Alemanha de Angela Merkel (CDU) assumia um papel de liderança e avançou com a medida que, na prática, impôs aos orçamentos federais alemães um limite de défice público a 0,35% do PIB.
A demissão do ministro das Finanças precipitou a saída do FDP da coligação tripartida na Alemanha. Três partidos faziam parte da solução governativa desde 2021: o Partido Social-Democrata (SPD), o Partido Liberal Democrático (FDP) e os Verdes. Desde esta crise até às eleições, Olaf Scholz liderou um governo minoritário do SPD com os Verdes.
Na sociedade alemã, discute-se a reforma desta regra autoimposta e até a própria antiga chanceler Merkel pede que a medida seja riscada.
“Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, temos estado numa situação totalmente nova” afirmou Merkel em novembro. "Nesta situação, digo que não seremos capazes de lidar com a escala de investimento possível dentro dos limites do travão da dívida”, acrescentou.
Chrstian Lindner, líder do Partido Liberal Democrático (FDP), ministro das Finanças demitido, acusou o chanceler de o forçar a suspender novamente o travão da dívida, ao considerar que o país ainda se encontra perante uma circunstância excecional na sequência da guerra na Ucrânia.
Por sua vez, Scholz afirmou que o ministro demitido se preocupou apenas em servir o próprio partido em detrimento do interesse nacional, ao recusar-se a aumentar impostos e recolocar o travão da dívida perante as dificuldades económicas de um país outrora baluarte do crescimento na Europa.
Energia russa e a guerra na Ucrânia
Para além do travão da dívida, há outras vertentes em que o legado da antiga chanceler alemã, Angela Merkel, tem sido reavaliado num prisma mais negativo, desde logo com o declínio da economia nos últimos anos.
Em 2005, a poucos dias da chanceler assumir funções, a Gazprom, empresa energética da Rússia, assinou um acordo com várias empresas alemãs para a construção do Nord Stream 1, um gasoduto que abasteceria a Alemanha com gás russo através do Mar Báltico.
Este entendimento foi negociado ainda durante o mandato de Gerhard Schroeder, próximo de Vladimir Putin, mas Merkel prosseguiu com a trajetória. Em 2015, um ano após a anexação da Crimeia pela Rússia, são assinados os primeiros contratos para a construção do Nord Stream 2. O projeto fica finalmente concluído em setembro de 2021, apesar das críticas dos Estados Unidos e parceiros europeus perante a dependência excessiva da Alemanha.
Em fevereiro de 2022, o gás russo representava cerca de 50 por cento do consumo total na Alemanha. Dias antes da invasão russa da Ucrânia, o chanceler Olaf Scholz anunciou a suspensão da certificação do Nord Stream 2 na sequência do anúncio, por parte do presidente russo, do reconhecimento de duas regiões separatistas ucranianas, Donetsk e Lugansk.
A 24 de fevereiro, começava a invasão de larga escala ao território ucraniano. Nos meses seguintes, os preços de energia escalaram vertiginosamente na Alemanha e no resto da Europa, o que levou ao corte de empregos e dificuldades económicas para o tecido empresarial alemão.
Para dificultar ainda mais a situação de dependência energética, de recordar também a decisão de abandonar a energia nuclear em 2011, na sequência do desastre de Fukushima, no Japão. Uma decisão der Merkel que foi criticada ao longo dos últimos anos também do ponto de vista ambiental.
Foi neste contexto que a economia alemã registou em 2024 o segundo ano seguido de recessão: recuou 0,2 por cento no ano passado e 0,3 por cento no ano anterior.
“Os encargos conjunturais e estruturais impediram um melhor desenvolvimento económico em 2024”, indicou a presidente da Destatis, a agência federal de estatística da Alemanha, Ruth Brand.
Alguns dos fatores enumerados incluem o aumento da concorrência para a indústria de exportação alemã em importantes mercados de vendas, os elevados custos de energia, taxas de juros altas e uma perspetiva económica incerta.
O grande salto da China como concorrente das principais construtoras automóveis alemãs, quando era antes um dos principais países a importar carros e componentes, não ajudou aos desafios que já assolavam a economia do país.
No ano passado, a gigante Volkswagen reconheceu a possibilidade de encerrar fábricas no país pela primeira vez em quase 90 anos de história, a par de cortes salariais e despedimentos.
A política económica dos Estados Unidos do presidente Donald Trump em relação à Europa promete dificultar ainda mais a situação da Alemanha, ainda que o chanceler alemão assegure que está pronto para responder às tarifas norte-americanas com celeridade.
Da “cultura de acolhimento” à quebra de um tabu
Para lá da economia e do controlo orçamental, o legado de Angela Merkel ficou impreterivelmente marcado pela forma como respondeu à crise de refugiados na Europa. Quando grande parte dos países fechava portas e erguia muros, a chanceler deu lugar à chamada Willkommenskultur, ou a “cultura do acolhimento”, e abriu as portas da Alemanha a mais de um milhão de pessoas que fugia de conflitos no Médio Oriente.
Na altura, várias cidades alemãs receberam de braços abertos os migrantes vindos da Hungria de comboio, com a população a acorrer às estações ferroviárias num sinal de acolhimento.
No final de janeiro, pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial, houve uma cooperação legislativa deliberada entre um partido moderado tradicional e a extrema-direita no Parlamento federal para fazer aprovar uma nova lei anti-imigração que previa, entre outras medidas de revisão drástica das regras de imigração, a rejeição de todos os estrangeiros junto à fronteira caso não possuíssem um documento de entrada válido, incluindo requerentes de asilo.
O projeto de lei acabaria por chumbar dias depois com 350 votos contra, incluindo de doze deputados conservadores da CDU que se sublevaram contra a decisão de Merz. A líder do partido de extrema-direita, Alice Weidel, deixou então críticas ao líder dos conservadores, acusando-o de não saber convencer os próprios membros do partido, algo que demonstra a sua incapacidade para ser o novo chanceler.
Foi a quebra de um tabu com 80 anos que pôs fim ao “cordão sanitário”, com deputados da CDU e CSU a votarem ao lado da AfD, o partido Alternative für Deutschland (AfD, Alternativa para a Alemanha). Esta votação é apontada como um indício de potenciais futuras colaborações entre os dois partidos, ainda que Merz continue a rejeitar qualquer entendimento para a formação de um Governo com o apoio da extrema-direita.
Eleições na Alemanha. As propostas dos partidos e os principais candidatos
Na corrida à eleição de 23 de fevereiro, há ainda a destacar a ascensão de um partido de extrema-direita nas sondagens. A Alternativa para a Alemanha (AfD) deverá ficar em segundo lugar, com mais de 20 por cento dos votos, aquele que seria o melhor resultado de sempre a nível federal deste partido fundado em 2013.
As restantes forças partidárias já afastaram qualquer hipótese de coligação com o partido de Alice Weidel. No entanto, nas escassas semanas de campanha, o líder da CDU ensaiou um extremar de posições, ao apresentar um conjunto de propostas sobre a imigração que foi apoiado pela AFD. Caiu o “brandmauer”, a cerca sanitária que afastava há décadas a extrema-direita da aprovação de uma proposta no Bundestag.
Mas esta estratégia de Merz para conquistar votos à direita parece ter falhado. Nas sondagens após a manobra parlamentar, os conservadores da CDU/CDU recuaram quase 3 por cento nas sondagens, enquanto a Alternativa para a Alemanha subiu praticamente esse mesmo valor.
O resultado deste domingo irá ditar a constituição do novo Bundestag, mas também aquele que será o chanceler alemão, uma figura com um papel predominante na política nacional mas também europeia. Conhecemos os principais candidatos e o que defendem.
Friedrich Merz (CDU/CSU)
O líder da União Democrática Cristã (CDU) é apontado como o próximo chanceler do país. Rival de Angela Merkel, Friedrich Merz é em muitos aspetos a antítese da antiga líder alemã. De resto, Merkel não se coibiu de criticar o seu sucessor na liderança da CDU.
A antiga chanceler afirmou mesmo que “não podia continuar no silêncio” após a votação da CDU ao lado da extrema-direita a respeito da imigração. “Mesmo sob condições difíceis, as maiorias não se podem formar com a AfD”, vincou.
Destaca-se também pela posição muito mais restrita em relação à imigração, algo que ficou patente nas últimas semanas, com o polémico voto ao lado da AfD. Merz defende, entre outras medidas, a revogação de passaportes para alemães naturalizados condenados por crimes, a redução dos programas de ajuda aos requerentes de asilo ou a restrição do reagrupamento familiar e a detenção de estrangeiros sem documentos na fronteira.
Friedrich Merz defende um apoio mais robusto à Ucrânia na guerra contra a Rússia e defende a renovação das forças armadas do país. A frase forte da campanha de Merz é a defesa de “uma Alemanha de que nos podemos orgulhar novamente”.
Olaf Scholz (SPD)
O atual chanceler alemão, o primeiro após 16 anos de liderança de Angela Merkel, procura uma muito improvável reeleição ao fim de mais de três anos no cargo. Nas últimas eleições federais, o partido ficou em primeiro lugar e liderou a coligação “semáforo”, com FDP e Verdes.
A governação de Scholz, de 66 anos, ficou indubitavelmente marcada pela invasão russa da Ucrânia, consumada escassos meses após a tomada de posse do novo chanceler alemão.
Este desenvolvimento marcou os últimos anos, sobretudo pela elevada dependência energética alemã em relação ao gás russo. Ainda assim, a Alemanha é o principal país europeu a fornecer ajuda a Kiev.
Este partido defende ainda o aumento do salário mínimo de 12,41 euros para 15 euros por hora. Ou seja, cerca de 1.985 euros num trabalho de 40 horas semanais.
Não se situando tão à direita como o adversário da CDU/CSU, o partido endureceu a sua posição quanto à imigração. Caso vença as eleições, o SPD propõe-se a acelerar a deportação de requerentes de asilo cujo pedido tenha sido rejeitado e a manutenção de controlos fronteiriços terrestres.
Defende, no entanto, a manutenção da lei da cidadania, o que facilita a obtenção da cidadania alemã por estrangeiros.
Apesar da experiência dos últimos anos como chanceler, há quem defenda que Olaf Scholz deveria ter cedido o lugar de liderança do partido ao atual ministro da Defesa, Boris Pistorius.
Alice Weidel (AfD)
Numa altura em que a Alternativa para a Alemanha (AfD) ocupa o segundo lugar destacado nas sondagens, Alice Weidel é uma candidata de destaque, ainda que muito dificilmente chegue à liderança do país, uma vez que todos os partidos do espetro politico alemão se recusam a entrar em coligações com a extrema-direita.
É, no entanto, a líder preferida de Elon Musk, o influente membro da Administração Trump, dono da rede social X e da Tesla, que no mês passado declarou apoio à AfD nestas eleições.
Num país ainda muito marcado pelas cicatrizes do nazismo, Elon Musk diz que a Alemanha “ainda se foca demasiado na culpa do passado” e que o país se deve libertar do seu passado. O ativismo político do multimilionário norte-americano levou a uma queda de 60 por cento na venda de veículos da Tesla.
Apoios internacionais à parte, Alice Weidel segue de facto a cartilha dos líderes de extrema-direita. A antiga economista da Goldman Sachs tem 46 anos e é fluente em mandarim. Ocupa a liderança da AfD desde 2022 mas é a líder parlamentar do partido no Bundestag desde 2017.
Destaca-se pelas suas posições a respeito da imigração, ao defender o fecho de fronteiras terrestres da Alemanha e o apelo às deportações em massa num plano de “remigração”. Ao contrário dos partidos mainstream, a AfD defende a manutenção do “travão da dívida”, ao mesmo tempo que quer reduzir impostos.
A nível de política externa, o Alternativa para a Alemanha é um partido próximo de Vladimir Putin e defende o fim das sanções contra Moscovo e corte radical no apoio militar a Kiev. Advoga ainda a retirada da Alemanha da União Europeia e que o país deve abandonar os acordos internacionais subscritos a respeito do clima.
Robert Habeck (Os Verdes)
Atual vice-chanceler e ministro da Economia e Ação Climática, Habeck desempenhou um papel central na solução governativa encabeçada por Olaf Scholz. O partido que lidera tem surgido muito próximo do SPD nas últimas sondagens, com cerca de 13 por cento.
O partido defende a eliminação gradual dos sistemas de aquecimento a combustíveis fósseis na Alemanha, uma política que levou a uma quebra na popularidade do Governo. Defende ainda o apoio à Ucrânia e a aquisição conjunta de armas na União Europeia.
O posicionamento nas sondagens coloca-o novamente como possível parceiro de uma coligação de Governo. No entanto, Robert Habeck, de 55 anos, poderá ter anulado essa hipótese ao criticar abertamente o candidato da CDU, Friedrich Merz, por se ter aliado à extrema-direita numa votação no Bundestag.
Habeck disse mesmo que as ações de Merz o “desqualificavam” para ocupar o cargo de chanceler.
Christian Lindner (FDP)
Lindner também foi ministro do Governo de Scholz. De resto, foi a sua demissão que esteve na origem da crise política que levou à marcação de eleições antecipadas. Com uma posição conservadora do ponto de vista fiscal, o partido que se aliou ao SPD nos últimos anos opõe-se com veemência à reforma do “travão da dívida”.
É a grande novidade destas eleições federais na Alemanha. A aliança Sahra Wagenknecht (BSW) nasce de uma cisão à esquerda, em concreto no partido Die Linke e obteve um resultado surpreendente nas eleições regionais que já disputou.
Considerado um partido populista de extrema-esquerda, partilha ainda assim algumas das ideias comuns à extrema-direita, o que Wagenknwcht designou de “conservadorismo de esquerda”: se propõe ideias da esquerda ao nível económico, como o investimento em serviços públicos infraestruturas ou a aposta nos apoios sociais, adota uma posição anti-imigração e contra o apoio da Alemanha à Ucrânia na guerra contra a Rússia.
Poderá colher bons resultados entre possíveis eleitores da AfD e Die Linke, surgindo nas últimas sondagens à frente do antigo partido, Die Linke, e dos liberais do FDP.
Jan van Aken e Heidi Reichinnek (Die Linke)
A esquerda concorre a estas eleições com Jan van Aken e Heidi Reichinnek, que surgem nas sondagens com cerca de 5 por cento dos votos.
Apesar da ameaça representada pela dissidência da antiga líder, Sahra Wagenknwcht, o Die Linke tem registado um aumento significativo de filiados nas últimas semanas: pelo menos 23.500 pessoas desde o início de 2025. Este movimento parece ser uma resposta à tendência de crescimento da extrema-direita na Alemanha mas também ao paradoxo do BSW.