Reportagem

Eleições na Alemanha. Os resultados ao minuto

por Ana Sofia Rodrigues, Inês Moreira Santos - RTP

É um dos maiores países da Europa e o mais populoso da União Europeia. Esta é uma eleição federal antecipada, perto de 60 milhões de eleitores foram chamados, no domingo, às urnas para escolher o próximo parlamento da Alemanha.


Foto: Angelika Warmuth - Reuters

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por RTP

Líder dos liberais alemães anuncia retirada da política

O líder do Partido Democrático Livre alemão, Christian Lindner, anunciou que vai retirar-se da vida política ativa, quando os resultados indicam que os liberais deverão falhar a reeleição para o parlamento nas eleições federais antecipadas realizadas este domingo.
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por RTP

Líderes da extrema-direita europeia aplaudem recorde da AfD

Líderes da extrema-direita europeia, incluindo o presidente do Chega, André Ventura, felicitaram a Alternativa para a Alemanha (AfD), que alcançou o segundo lugar nas eleições federais alemãs, quase duplicando os votos para 20 por cento.
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por RTP

Israel felicita Merz e espera fortalecimento de relações bilaterais

O chefe da diplomacia de Israel, Gideon Saar, felicitou o líder dos conservadores da CDU na Alemanha pela vitória nas eleições legislativas, considerando que Friedrich Merz "fortalecerá e aprofundará" as relações entre ambos os países.

"Aguardamos com interesse a sua primeira visita a Jerusalém como chanceler", afirmou o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, na rede social X, classificando Merz como "amigo de Israel".
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por RTP

Líder da NATO espera trabalhar com Merz num "momento crucial" para a segurança

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, espera trabalhar com o vencedor das eleições federais alemãs, num “momento crucial” para a segurança.
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Momento-Chave
por RTP

Scholz afasta-se das negociações para formar um governo liderado pela CDU

O líder do Partido Social-Democrata (SPD), Olaf Scholz, rejeitou participar ou negociar a integração do partido numa coligação liderada pelo líder do partido União Democrata-Cristã (CDU) e vencedor das eleições, Friedrich Merz, segundo as projeções.

“Digo expressamente que, se houver conversações, não serei eu o líder das negociações”, afirmou o chanceler cessante, referindo-se às negociações sobre a formação de um governo, as quais o líder da CDU tenciona iniciar o mais rapidamente possível com os outros partidos.

“Candidatei-me a chanceler, mas não participarei como representante do SPD num governo liderado pela CDU, nem negociarei”, frisou Scholz à televisão pública ZDF.

O político social-democrata garantiu que o partido continuará a adotar uma “atitude construtiva". De acordo com as projeções baseadas nas sondagens à boca das urnas, os sociais-democratas obtiveram entre 16 e 16,5 por cento nas eleições legislativas alemãs de hoje.

Estes resultados, uma redução de quase dez pontos face às eleições de 2021, é o pior resultado do SPD nos seus 161 anos da sua história.

C/Lusa
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por RTP

Zelensky felicita conservadores com quem quer trabalhar para "fortalecer a Europa"

O presidente ucraniano parabenizou os conservadores alemães pela vitória nas eleições federais na Alemanha. Volodymyr Zelesnky adiantou estar "ansioso para continuar a trabalhar pela paz e a fortalecer a Europa".

"Estamos ansiosos por continuar o nosso trabalho conjunto com a Alemanha para proteger vidas, nos aproximar da paz real na Ucrânia e fortalecer a Europa", escreveu o presidente ucraniano na rede social X.

"A Europa deve ser capaz de se defender, desenvolver as suas indústrias" e alcançar "sucessos que trarão uma unidade ainda maior à Europa", acrescentou.
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por João Gomes Dias, enviado especial da Antena 1 à Alemanha

Vitória da CDU faz regressar a direita ao governo da Alemanha

EPA

A CDU venceu este domingo as eleições na Alemanha. Uma vitória dos conservadores, mas que fica mais frágil perante uma AfD, partido de extrema-direita, em segundo lugar, com apenas 10 por cento de diferença.

Resultados históricos para uns e uma histórica derrota e estrondosa do SPD de Olaf Scholz.

Quanto à abstenção, apenas uns meros 16 por cento. É a maior participação de sempre desde a reunificação da Alemanha.




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por RTP

Indefinição na formação de Governo. Merz recusa negociar com AfD

Merz já revelou que não negoceia com a AfD, de extrema-direita. Mas para formar Governo continua a precisar de outros partidos, tendo consciência que coligações com partidos de esquerda podem provocar indignação dos eleitores e da população de algumas regiões alemãs.

Matematicamente, a CDU pode coligar-se com SPD e fica com a maioria de 316 votos necessários para passar o Governo no parlamento.

Os Verdes estão disponíveis para coligação, mas historicamente a CDU recusa alianças com os ecologistas. Sobram partidos mais pequenos e uma indefinição quanto ao futuro do novo Governo.
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Momento-Chave
por RTP

Friedrich Merz. Líder da CDU é um político agarrado às origens

Foto: Ronald Wittek - EPA

Friedrich Merz, um advogado multimilionário, é o favorito dos alemães. Social-democrata e conservador, defende um papel de liderança forte para a Alemanha. Combativo, o novo chanceler enfrenta uma crise económica relevante e um momento de insegurança existencial em toda a Europa

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por Lusa

Montenegro felicita Friedrich Merz e salienta desafios comuns na UE e NATO

O primeiro-ministro felicitou hoje o líder dos conservadores alemães, Friedrich Merz, pela vitória do seu partido nas eleições legislativas alemãs e salientou os desafios comuns a Portugal e Alemanha na União Europeia, NATO e Nações Unidas.

"Parabéns Friedrich Merz pela vitória. Estou entusiasmado com a perspetiva de trabalharmos juntos no aprofundamento das relações bilaterais entre Portugal e a Alemanha", escreveu Luís Montenegro na sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter).

Na mesma mensagem, o primeiro-ministro português salienta ao futuro chanceler germânico "os desafios comuns" dos dois países "na União Europeia, na NATO e nas Nações Unidas".

Os conservadores da CDU venceram as legislativas de hoje na Alemanha, seguidos da extrema-direita da Alternativa para a Alemanha, AfD, que obteve uma votação recorde.

Segundo as projeções das televisões públicas ARD e ZDF, a União Cristã-Democrata (CDU), de Friedrich Merz, obteve entre 28,5% e 29%, a Aliança para a Alemanha (AfD) de Alice Weidel 19,5% a 20%, o Partido Social-Democrata (SPD), de Olaf Scholz, 16%.

Seguem-se os Verdes (13,5%), a Esquerda (Die Linke) (8,5%), o Partido Liberal Democrata (FDP) com 4,9% e a Aliança Sahra Wagenknecht (4,7%).

Após a divulgação das projeções, o líder da União Democrata-Cristã (CDU), Friedrich Merz, congratulou-se com a vitória e disse pretender formar rapidamente uma coligação governamental.

"Os democratas-cristãos vão honrar a sua responsabilidade de formar um governo depois de ganharem as eleições alemãs. O mundo lá fora não está à espera da Alemanha e não está à espera de longas conversações de coligação em negociações", declarou Merz nas primeiras palavras dirigidas aos seus apoiantes na sede do partido, em Berlim.

"Precisamos de voltar a funcionar rapidamente, para podermos fazer o que temos a fazer a nível interno e recuperar a nossa presença na Europa, para que o mundo possa ver que a Alemanha está novamente a ser governada de forma fiável", acrescentou.

 


 

 

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por RTP

Eleições Alemanha. Merz quer reformas nas políticas do país e a nivel europeu

Friedrich Merz quer trazer para debate na Alemanha e na União Europeia, e para a política do país, questões como Segurança, Defesa, Migrações e uma redução nas ambições ambientais. Apesar de pertencer ao centro de direita europeu, como Ursula von der Leyen, mas tem perspetivas diferentes da presidente da Comissão Europeia.

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por RTP

Eleições na Alemanha. Maioria da CDU depende ainda de coligações com outros partidos

Apesar da maioria da CDU, há uma grande indefinição quanto ao novo Governo alemão. Friedrich Merz tem um longo processo de negociação pela frente e precisa de outros partidos para fazer coligações e formar um executivo.

Também é indefinido que partidos, da esquerda à direita, podem vir a negociar e coligar com a CDU.
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por RTP

Maioria da CDU. Alemanha virou politicamente à direita

A Alemanha virou politicamente à direita. As projeções dão a vitória aos conservadores da CDU com 29 por cento dos votos. Mas é a extrema-direita que duplica a votação: a AfD de Alice Weidel consegue 19,5 por cento.

Os sociais-democrata da SPD do atual chanceler Scholz afunda-se com 16 por cento, o pior resultado em mais de um século. Os Verdes são a quarta força política com 13,5 por cento, uma ligeira descida em relação às últimas eleições.

Seguem-se semanas de intensas negociações para a formação de Governo.
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por RTP

Eleições Alemanha. Embaixadora alemã acredita que "há opções para coligações"

Com os primeiros resultados a dar vitória à CDU, a embaixadora alemã em Portugal manifestou "alivio", principalmente porque "há opções para coligações".

"Vamos ter uma noite que vai ser para durar. (...) Porque as opções dependem de dois partidos pequenos entrarem ou não no Parlamento", afirmou à RTP Julia Monar.

Quanto à vitória de Merz, a embaixadora da Alemanha em Lisboa acredita que o novo chanceler "esta determinado a ter um papel importante na Política Internacional, na Política Europeia", além de querer reformar o país.

Contudo, não nega que o crescimento da AfD "assusta.
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por RTP

Secretário geral do SPD já deu os parabéns a Merz e diz que a noite é "muito amarga" e uma derrota

Olaf Sholz veio assumir que os resultados das projeções são muito amargos e uma "derrota eleitoral". O SPD fica em terceiro lugar, atrás da CDU e AfD.

Diz, no entanto, que é um resultado a partir do qual "temos de avançar para o futuro". "Não me vou conformar", diz, depois de endereçar os parabéns a Merz. "É uma grande honra ter sido chanceler".

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Momento-Chave
por RTP

CDU já faz a festa - Merz diz-se vencedor

Merz subiu ao palco entre aplausos, falando de noite histórica, dizendo serem vitoriosos nesta noite eleitoral. As primeiras projeções das eleições legislativas da Alemanha colocam a CDU como a vencedora, com mais de 28,5 por cento.

"Nós ganhámos estas Eleições Federais de 2025", declarou Friederich Merz no primeiro discurso após fecharem as urnas e serem revelados os primeiros resultados provisórios.

Na sede da CDU, o chanceler eleito admitiu que a vitória se deveu ao "trabalho conjunto" da CDU e da SDU.

"Preparámo-nos muito bem para estas eleições e para assumirmos a responsabilidade governamental".


"Os democratas-cristãos vão honrar a sua responsabilidade de formar um governo depois de ganharem as eleições alemãs. O mundo lá fora não está à espera da Alemanha e não está à espera de longas conversações de coligação em negociações".

Friedrich Merz é provavelmente o próximo chanceler da Alemanha e garante saber a responsabilidade que lhe recai nos ombros e a dimensão da tarefa que tem pela frente, nomeadamente depois de uma campanha “muito dura”, e que foi marcadapor economia, imigração e política externa e de segurança.

Ainda assim, o líder conservador está confiante de que vai conseguir “criar um governo capaz de agir nos interesses da Alemanha”, ressalvando que esse executivo tem de ser criadoo quanto antes.

"Precisamos de voltar a funcionar rapidamente, para podermos fazer o que temos a fazer a nível interno e recuperar a nossa presença na Europa, para que o mundo possa ver que a Alemanha está novamente a ser governada de forma fiável", complementou.

"Esta noite vamos festejar e a partir de amanhã de manhã começamos a trabalhar a sério". 
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Momento-Chave
por RTP

Alemanha. Partido de extrema-direita congratula-se com "resultado histórico"

A líder da extrema-direita alemã, Alice Weidel, saudou o "resultado histórico" do seu partido, a Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, nas eleições legislativas de hoje.

"Nunca fomos tão fortes a nível nacional", disse Alice Weidel na sede do partido em Berlim, depois de a AfD, segundo as primeiras sondagens, ter obtido entre 19,5% e 20% dos votos, o dobro de há quatro anos e um resultado histórico para este partido anti-migrante e pró-russo fundado em 2013.

"Como podemos ver nos primeiros resultados é que somos o único partido que duplicou os votos, comparativamente às últimas eleições", disse Weidel.

"Estamos sempre disponíveis para implementar a vontade da população", continuou, acrescentando que o obejtivo vai ser ultrapassar a CDU.

A líder do partido extremista agradeceu aos eleitores.

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por RTP

Alemanha. Projeções à boca da urna apontam para vitória da CDU

As urnas já fecharam e as primeiras projeções à boca da urna apontam para uma vitória da CDU/CSU. A AfD aparece em segundo lugar.

Os dados oficiais apontam para que 86% dos alemães tenham votado, uma participação histórica.

Segundo as projeções, a CDU obteve 29%, a AfD 19,5%, os sociais-democratas do SPD 16% e a Esquerda (Die Linke) 8,5%.

A extrema-direita da Alternativa para a Alemanha, AfD, que obteve uma votação recorde, segundo as primeiras projeções das televisões alemãs.
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por Andreia Martins - RTP

Alemães vão a votos. Quais são os principais temas e o que está em causa nestas eleições?

No dia 23 de fevereiro, a Alemanha vota para escolher o novo chanceler e uma nova constituição do Bundestag, o Parlamento do país. Uma eleição que é decisiva também para a Europa, que segue com apreensão o rumo da maior economia do continente, ainda que a mesma esteja em declínio. As dificuldades do grande motor alemão e das principais empresas, mas também a ascensão inédita da extrema-direita e as políticas migratórias marcaram a campanha dos principais partidos e candidatos a chanceler, numa realidade muito marcada pelas escolhas do passado. Analisamos o que está em causa neste escrutínio decisivo no coração da Europa.

Na ressaca das eleições presidenciais nos Estados Unidos, um dos maiores países da União Europeia mergulhava numa crise política que iria desembocar no colapso do Governo federal e na convocação de eleições antecipadas. A 6 de novembro, o chanceler alemão Olaf Scholz colocou um ponto final à aliança que liderava há três anos, ao demitir o ministro das Finanças, líder de um dos parceiros partidários da chamada “coligação semáforo”.

A esta decisão seguiu-se a moção de censura, aprovada no Bundestag em dezembro, que precipitou o voto de 23 de fevereiro.

O escrutínio estava já previsto para este ano de 2025, mas deveria realizar-se apenas a 28 de setembro, no final da legislatura. Com o romper da coligação tripartida que sustentava o executivo, a votação foi antecipada por alguns meses. Mas o que esteve na origem desta crise política?
O “travão” da dívida
Na discussão do Orçamento para 2025, uma questão central motivou a discórdia entre o chanceler alemão, Olaf Scholz, líder do Partido Social-Democrata (SPD) e o seu ministro das Finanças, Chrstian Lindner, do Partido Liberal Democrático (FDP). Trata-se da Schuldenbremse, ou o designado “travão da dívida”.

Este mecanismo ficou consagrado na Constituição alemã na sequência da crise do euro, em 2009. Com medidas de austeridade a serem implementadas em vários países europeus no contexto da crise financeira e económica mundial, a Alemanha de Angela Merkel (CDU) assumia um papel de liderança e avançou com a medida que, na prática, impôs aos orçamentos federais alemães um limite de défice público a 0,35% do PIB.

A demissão do ministro das Finanças precipitou a saída do FDP da coligação tripartida na Alemanha. Três partidos faziam parte da solução governativa desde 2021: o Partido Social-Democrata (SPD), o Partido Liberal Democrático (FDP) e os Verdes. Desde esta crise até às eleições, Olaf Scholz liderou um governo minoritário do SPD com os Verdes.

Na altura, a medida foi concertada com o então ministro das Finanças, Peer Steinbrück (SPD) e ao longo dos últimos anos, este travão da dívida já foi suspenso devido à pandemia e à invasão russa da Ucrânia. Mais de quinze anos depois, em 2024, este mecanismo esteve na origem da discórdia entre Olaf Scholz e o seu ministro das Finanças.

Na sociedade alemã, discute-se a reforma desta regra autoimposta e até a própria antiga chanceler Merkel pede que a medida seja riscada.

“Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, temos estado numa situação totalmente nova” afirmou Merkel em novembro. "Nesta situação, digo que não seremos capazes de lidar com a escala de investimento possível dentro dos limites do travão da dívida”, acrescentou.

Chrstian Lindner, líder do Partido Liberal Democrático (FDP), ministro das Finanças demitido, acusou o chanceler de o forçar a suspender novamente o travão da dívida, ao considerar que o país ainda se encontra perante uma circunstância excecional na sequência da guerra na Ucrânia.

Por sua vez, Scholz afirmou que o ministro demitido se preocupou apenas em servir o próprio partido em detrimento do interesse nacional, ao recusar-se a aumentar impostos e recolocar o travão da dívida perante as dificuldades económicas de um país outrora baluarte do crescimento na Europa.
Energia russa e a guerra na Ucrânia
Para além do travão da dívida, há outras vertentes em que o legado da antiga chanceler alemã, Angela Merkel, tem sido reavaliado num prisma mais negativo, desde logo com o declínio da economia nos últimos anos.

Em 2005, a poucos dias da chanceler assumir funções, a Gazprom, empresa energética da Rússia, assinou um acordo com várias empresas alemãs para a construção do Nord Stream 1, um gasoduto que abasteceria a Alemanha com gás russo através do Mar Báltico.

Este entendimento foi negociado ainda durante o mandato de Gerhard Schroeder, próximo de Vladimir Putin, mas Merkel prosseguiu com a trajetória. Em 2015, um ano após a anexação da Crimeia pela Rússia, são assinados os primeiros contratos para a construção do Nord Stream 2. O projeto fica finalmente concluído em setembro de 2021, apesar das críticas dos Estados Unidos e parceiros europeus perante a dependência excessiva da Alemanha.

Em fevereiro de 2022, o gás russo representava cerca de 50 por cento do consumo total na Alemanha. Dias antes da invasão russa da Ucrânia, o chanceler Olaf Scholz anunciou a suspensão da certificação do Nord Stream 2 na sequência do anúncio, por parte do presidente russo, do reconhecimento de duas regiões separatistas ucranianas, Donetsk e Lugansk.

A 24 de fevereiro, começava a invasão de larga escala ao território ucraniano. Nos meses seguintes, os preços de energia escalaram vertiginosamente na Alemanha e no resto da Europa, o que levou ao corte de empregos e dificuldades económicas para o tecido empresarial alemão.

Para dificultar ainda mais a situação de dependência energética, de recordar também a decisão de abandonar a energia nuclear em 2011, na sequência do desastre de Fukushima, no Japão. Uma decisão der Merkel que foi criticada ao longo dos últimos anos também do ponto de vista ambiental.

Foi neste contexto que a economia alemã registou em 2024 o segundo ano seguido de recessão: recuou 0,2 por cento no ano passado e 0,3 por cento no ano anterior.

“Os encargos conjunturais e estruturais impediram um melhor desenvolvimento económico em 2024”, indicou a presidente da Destatis, a agência federal de estatística da Alemanha, Ruth Brand.

Alguns dos fatores enumerados incluem o aumento da concorrência para a indústria de exportação alemã em importantes mercados de vendas, os elevados custos de energia, taxas de juros altas e uma perspetiva económica incerta.

O grande salto da China como concorrente das principais construtoras automóveis alemãs, quando era antes um dos principais países a importar carros e componentes, não ajudou aos desafios que já assolavam a economia do país.

No ano passado, a gigante Volkswagen reconheceu a possibilidade de encerrar fábricas no país pela primeira vez em quase 90 anos de história, a par de cortes salariais e despedimentos.

A política económica dos Estados Unidos do presidente Donald Trump em relação à Europa promete dificultar ainda mais a situação da Alemanha, ainda que o chanceler alemão assegure que está pronto para responder às tarifas norte-americanas com celeridade.
Da “cultura de acolhimento” à quebra de um tabu
Para lá da economia e do controlo orçamental, o legado de Angela Merkel ficou impreterivelmente marcado pela forma como respondeu à crise de refugiados na Europa. Quando grande parte dos países fechava portas e erguia muros, a chanceler deu lugar à chamada Willkommenskultur, ou a “cultura do acolhimento”, e abriu as portas da Alemanha a mais de um milhão de pessoas que fugia de conflitos no Médio Oriente.

Na altura, várias cidades alemãs receberam de braços abertos os migrantes vindos da Hungria de comboio, com a população a acorrer às estações ferroviárias num sinal de acolhimento.

No entanto, até esta decisão está agora ser reconsiderada por segmentos da sociedade alemã e pelos sucessores de Merkel. Olaf Scholz, do SPD, adotou uma posição mais fechada em relação à política migratória e prometeu aplicar regras mais apertadas caso seja novamente eleito.

Mas foi mesmo o novo líder da CDU, Friedrich Merz, quem foi mais longe, ao permitir uma união inédita com a extrema-direita neste tema, ao permitir que a AfD fosse incluída na tentativa de aprovação de uma moção no Bundestag pela primeira vez.

No final de janeiro, pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial, houve uma cooperação legislativa deliberada entre um partido moderado tradicional e a extrema-direita no Parlamento federal para fazer aprovar uma nova lei anti-imigração que previa, entre outras medidas de revisão drástica das regras de imigração, a rejeição de todos os estrangeiros junto à fronteira caso não possuíssem um documento de entrada válido, incluindo requerentes de asilo.

O projeto de lei acabaria por chumbar dias depois com 350 votos contra, incluindo de doze deputados conservadores da CDU que se sublevaram contra a decisão de Merz. A líder do partido de extrema-direita, Alice Weidel, deixou então críticas ao líder dos conservadores, acusando-o de não saber convencer os próprios membros do partido, algo que demonstra a sua incapacidade para ser o novo chanceler.

Foi a quebra de um tabu com 80 anos que pôs fim ao “cordão sanitário”, com deputados da CDU e CSU a votarem ao lado da AfD, o partido Alternative für Deutschland (AfD, Alternativa para a Alemanha). Esta votação é apontada como um indício de potenciais futuras colaborações entre os dois partidos, ainda que Merz continue a rejeitar qualquer entendimento para a formação de um Governo com o apoio da extrema-direita.

O timing de votação deste projeto de lei não foi alheio nem às eleições nem aos ataques nas cidades de Magdeburgo e Aschaffenburg, em que os suspeitos atacantes eram oriundos da Arábia Saudita e do Afeganistão, respetivamente. Tal cenário ajudou à tendência que já estava em curso de ascensão da extrema-direita no país, que contou nas últimas semanas com o apoio por parte de Elon Musk e do próprio vice-presidente norte-americano, JD Vance, na passagem por Munique.

Para além de ter estado reunido com Alice Weidel para endossar a AfD como parceiro político, Vance chocou a conferência de segurança de Munique ao desafiar os países europeus a deixarem de marginalizar os partidos de extrema-direita. Pediu mesmo que, em Berlim, se deixasse cair a cerca sanitária, que afasta a direita conservadora da AfD, partido de extrema-direita, de integrar o Governo federal.

Em resposta, Olaf Scholz acusou o vice-presidente norte-americano de interferência na política alemã e considerou que tal não era "apropriado" entre amigos e aliados. “Para onde vai a nossa democracia a partir daqui cabe-nos a nós decidir”, vincou o chanceler alemão.

Foto: Liesa Johannssen - Reuters
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por Andreia Martins - RTP

Eleições na Alemanha. As propostas dos partidos e os principais candidatos

O chanceler alemão Olaf Scholz (SPD) e o principal líder da oposição, Friedrich Merz (CDU) antes do debate televisivo de 19 de fevereiro. Foto: Fabrizio Bensch - Reuters

É um dos maiores países da Europa e o mais populoso da União Europeia. Nesta eleição federal antecipada, as sondagens apontam para uma mudança política na Alemanha, com o candidato da CDU, Friedrich Merz, na linha da frente para substituir o atual chanceler Olaf Scholz, do SPD. Outro dos elementos a destacar neste escrutínio é a possível ascensão da extrema-direita a um inédito segundo lugar. Mas quem são os candidatos e o que propõem principais partidos?

O chanceler alemão eleito este domingo irá enfrentar nos próximos anos os desafios de uma economia em recessão e da questão migratória como principais desafios. Mas as dificuldades poderão começar logo no momento de formação de um Governo.

As últimas sondagens apontam para uma vitória da CDU/CSU de Friedrich Merz, com cerca de 30 por cento dos votos, ainda que longe de uma maioria. Para governar, Merz terá de procurar parceiros de coligação, possivelmente entre os Verdes e os liberais (FDP), a designada “coligação Jamaica”.

Por outro lado, a “coligação semáforo” que liderou o país nos últimos anos está praticamente fora de questão. Não só não deverá obter o número suficiente de votos, como está condenada à partida pelo desentendimento entre Olaf Scholz (SPD) e Christian Lindner (FDP) que, de resto, desencadeou estas eleições antecipadas.

Na corrida à eleição de 23 de fevereiro, há ainda a destacar a ascensão de um partido de extrema-direita nas sondagens. A Alternativa para a Alemanha (AfD) deverá ficar em segundo lugar, com mais de 20 por cento dos votos, aquele que seria o melhor resultado de sempre a nível federal deste partido fundado em 2013.

As restantes forças partidárias já afastaram qualquer hipótese de coligação com o partido de Alice Weidel. No entanto, nas escassas semanas de campanha, o líder da CDU ensaiou um extremar de posições, ao apresentar um conjunto de propostas sobre a imigração que foi apoiado pela AFD. Caiu o “brandmauer”, a cerca sanitária que afastava há décadas a extrema-direita da aprovação de uma proposta no Bundestag.

Mas esta estratégia de Merz para conquistar votos à direita parece ter falhado. Nas sondagens após a manobra parlamentar, os conservadores da CDU/CDU recuaram quase 3 por cento nas sondagens, enquanto a Alternativa para a Alemanha subiu praticamente esse mesmo valor.

O resultado deste domingo irá ditar a constituição do novo Bundestag, mas também aquele que será o chanceler alemão, uma figura com um papel predominante na política nacional mas também europeia. Conhecemos os principais candidatos e o que defendem.
Friedrich Merz (CDU/CSU)
O líder da União Democrática Cristã (CDU) é apontado como o próximo chanceler do país. Rival de Angela Merkel, Friedrich Merz é em muitos aspetos a antítese da antiga líder alemã. De resto, Merkel não se coibiu de criticar o seu sucessor na liderança da CDU.

A antiga chanceler afirmou mesmo que “não podia continuar no silêncio” após a votação da CDU ao lado da extrema-direita a respeito da imigração. “Mesmo sob condições difíceis, as maiorias não se podem formar com a AfD”, vincou.

Esta rara intervenção de Merkel atinge o atual líder do partido e adversário de várias décadas. Em 2000, Merz foi eleito presidente do grupo parlamentar da CDU/CSU, ano em que Angela Merkel foi eleita presidente do partido. Na altura, eram os principais candidatos à liderança partidária e Merz viria a estar afastado da política durante vários anos após anos de rivalidade com a então chanceler alemã.

Friedrich Merz numa ação de campanha na cidade de Vechta. Foto: Carmen Jaspersen - Reuters

O antigo banqueiro de 69 anos e quase dois metros de altura (1,98m) surge na ala mais tradicional e conservadora da CDU. Merz tem apresentado soluções para revitalizar a economia alemã, desde logo o corte de impostos e reduzir os gastos em subsídios e apoios sociais. O líder da CDU admite ainda rever o chamado “travão da dívida”, que esteve na origem da crise governamental que precipitou as eleições antecipadas.

Destaca-se também pela posição muito mais restrita em relação à imigração, algo que ficou patente nas últimas semanas, com o polémico voto ao lado da AfD. Merz defende, entre outras medidas, a revogação de passaportes para alemães naturalizados condenados por crimes, a redução dos programas de ajuda aos requerentes de asilo ou a restrição do reagrupamento familiar e a detenção de estrangeiros sem documentos na fronteira.

Friedrich Merz defende um apoio mais robusto à Ucrânia na guerra contra a Rússia e defende a renovação das forças armadas do país. A frase forte da campanha de Merz é a defesa de “uma Alemanha de que nos podemos orgulhar novamente”.
Olaf Scholz (SPD)
O atual chanceler alemão, o primeiro após 16 anos de liderança de Angela Merkel, procura uma muito improvável reeleição ao fim de mais de três anos no cargo. Nas últimas eleições federais, o partido ficou em primeiro lugar e liderou a coligação “semáforo”, com FDP e Verdes.

A governação de Scholz, de 66 anos, ficou indubitavelmente marcada pela invasão russa da Ucrânia, consumada escassos meses após a tomada de posse do novo chanceler alemão.

Este desenvolvimento marcou os últimos anos, sobretudo pela elevada dependência energética alemã em relação ao gás russo. Ainda assim, a Alemanha é o principal país europeu a fornecer ajuda a Kiev.

Olaf Scholz numa visita à fábrica da Volkswagen na cidade de Emden durante a campanha eleitoral. Foto: Carmen Jaspersen - Reuters

O SPD defende abertamente a reforma do “travão da dívida”, um legado dos anos de Merkel como chanceler. Para Scholz, essa medida dará uma margem que deve ser utilizada no aumento dos investimentos públicos em infraestruturas e para a transição ecológica. O líder dos sociais-democratas pretende baixar os impostos da maioria das famílias, mas aumentar taxas nos escalões mais altos.

Este partido defende ainda o aumento do salário mínimo de 12,41 euros para 15 euros por hora. Ou seja, cerca de 1.985 euros num trabalho de 40 horas semanais.

Não se situando tão à direita como o adversário da CDU/CSU, o partido endureceu a sua posição quanto à imigração. Caso vença as eleições, o SPD propõe-se a acelerar a deportação de requerentes de asilo cujo pedido tenha sido rejeitado e a manutenção de controlos fronteiriços terrestres.

Defende, no entanto, a manutenção da lei da cidadania, o que facilita a obtenção da cidadania alemã por estrangeiros.
Apesar da experiência dos últimos anos como chanceler, há quem defenda que Olaf Scholz deveria ter cedido o lugar de liderança do partido ao atual ministro da Defesa, Boris Pistorius.
Alice Weidel (AfD)
Numa altura em que a Alternativa para a Alemanha (AfD) ocupa o segundo lugar destacado nas sondagens, Alice Weidel é uma candidata de destaque, ainda que muito dificilmente chegue à liderança do país, uma vez que todos os partidos do espetro politico alemão se recusam a entrar em coligações com a extrema-direita.

É, no entanto, a líder preferida de Elon Musk, o influente membro da Administração Trump, dono da rede social X e da Tesla, que no mês passado declarou apoio à AfD nestas eleições.

Num artigo de opinião publicado num jornal alemão, Musk conjetura sobre o posicionamento político de Weidel: “A representação da AfD como [um partido] extremista de direita é claramente falsa, tendo em conta que Alice Weidel, a líder do partido, tem uma parceira do mesmo sexo do Sri Lanka! Isto parece-vos o Hitler? Por favor!"

Alice Weidel num comício de campanha em Neu-Isenburg. Foto: Kai Pfaffenbach - Reuters

Num país ainda muito marcado pelas cicatrizes do nazismo, Elon Musk diz que a Alemanha “ainda se foca demasiado na culpa do passado” e que o país se deve libertar do seu passado. O ativismo político do multimilionário norte-americano levou a uma queda de 60 por cento na venda de veículos da Tesla. 

Apoios internacionais à parte, Alice Weidel segue de facto a cartilha dos líderes de extrema-direita. A antiga economista da Goldman Sachs tem 46 anos e é fluente em mandarim. Ocupa a liderança da AfD desde 2022 mas é a líder parlamentar do partido no Bundestag desde 2017.

Destaca-se pelas suas posições a respeito da imigração, ao defender o fecho de fronteiras terrestres da Alemanha e o apelo às deportações em massa num plano de “remigração”. Ao contrário dos partidos mainstream, a AfD defende a manutenção do “travão da dívida”, ao mesmo tempo que quer reduzir impostos.

A nível de política externa, o Alternativa para a Alemanha é um partido próximo de Vladimir Putin e defende o fim das sanções contra Moscovo e corte radical no apoio militar a Kiev. Advoga ainda a retirada da Alemanha da União Europeia e que o país deve abandonar os acordos internacionais subscritos a respeito do clima.
Robert Habeck (Os Verdes)
Atual vice-chanceler e ministro da Economia e Ação Climática, Habeck desempenhou um papel central na solução governativa encabeçada por Olaf Scholz. O partido que lidera tem surgido muito próximo do SPD nas últimas sondagens, com cerca de 13 por cento.

Há muito que aproxima estes dois partidos. Os Verdes defendem a reforma do travão da dívida para promover mais investimento público, promovendo dessa forma uma transição do país para a neutralidade carbónica.

Robert Habeck numa ação de campanha em Berlim. Foto: Nadja Wohlleben - Reuters

O partido defende a eliminação gradual dos sistemas de aquecimento a combustíveis fósseis na Alemanha, uma política que levou a uma quebra na popularidade do Governo. Defende ainda o apoio à Ucrânia e a aquisição conjunta de armas na União Europeia.

O posicionamento nas sondagens coloca-o novamente como possível parceiro de uma coligação de Governo. No entanto, Robert Habeck, de 55 anos, poderá ter anulado essa hipótese ao criticar abertamente o candidato da CDU, Friedrich Merz, por se ter aliado à extrema-direita numa votação no Bundestag.

Habeck disse mesmo que as ações de Merz o “desqualificavam” para ocupar o cargo de chanceler.
Christian Lindner (FDP)
Lindner também foi ministro do Governo de Scholz. De resto, foi a sua demissão que esteve na origem da crise política que levou à marcação de eleições antecipadas. Com uma posição conservadora do ponto de vista fiscal, o partido que se aliou ao SPD nos últimos anos opõe-se com veemência à reforma do “travão da dívida”.

Os liberais propõem a redução de impostos sobre empresas e querem apertar as regras para a atribuição de subsídios de desemprego. Por outro lado, querem adiar os objetivos climáticos firmados pelo Governo alemão e não concordam com a decisão europeia de eliminação gradual dos veículos movidos a combustíveis fósseis até 2035.

Christian Lindner discursa numa ação de campanha em Colónia. Foto: Thomas Banneyer via AFP

De destacar que o FDP corre o risco de ficar de fora do Parlamento federal alemão, muito prejudicado na opinião pública alemã pela divulgação do chamado documento do “Dia D”. 

Quando foi demitido pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, em novembro de 2024, Christian Lindner acusava o líder do Governo de criar artificialmente a crise política. No entanto, o próprio foi alvo dessa mesma acusação, uma vez que o documento do FDP vindo a público delineava uma estratégia pós-coligação já em setembro de 2024 e alinhava narrativas para um cenário de rutura entre o SPD e o FDP numa linguagem de guerra.
Sahra Wagenknecht (BSW)
É a grande novidade destas eleições federais na Alemanha. A aliança Sahra Wagenknecht (BSW) nasce de uma cisão à esquerda, em concreto no partido Die Linke e obteve um resultado surpreendente nas eleições regionais que já disputou.

Sahra Wagenknwcht, 55 anos, filha de mãe alemã e pai iraniano, dá nome ao próprio movimento político que fundou há pouco mais de um ano. Em poucos meses, o seu partido já faz parte da coligação que governa duas regiões na Alemanha: Turíngia e Brandenburg (a primeira com o SPD e CDU, a segunda com o SPD).

Sahra Wagenknecht num evento de campanha em Erfurt. Foto: Karina Hessland - Reuters

Considerado um partido populista de extrema-esquerda, partilha ainda assim algumas das ideias comuns à extrema-direita, o que Wagenknwcht designou de “conservadorismo de esquerda”: se propõe ideias da esquerda ao nível económico, como o investimento em serviços públicos infraestruturas ou a aposta nos apoios sociais, adota uma posição anti-imigração e contra o apoio da Alemanha à Ucrânia na guerra contra a Rússia.

Poderá colher bons resultados entre possíveis eleitores da AfD e Die Linke, surgindo nas últimas sondagens à frente do antigo partido, Die Linke, e dos liberais do FDP.
Jan van Aken e Heidi Reichinnek (Die Linke)
A esquerda concorre a estas eleições com Jan van Aken e Heidi Reichinnek, que surgem nas sondagens com cerca de 5 por cento dos votos.

Jan van Aken tem 63 anos e já foi inspetor das Nações Unidas para armas biológicas, mas tem-se dedicado à carreira na política nos últimos anos. Heidi Reichinnek, de 36 anos, juntou-se ao partido em 2015 e é desde há um ano uma das líderes do grupo parlamentar do partido no Bundestag. A aposta da esquerda passa pela taxação dos mais ricos.

Heidi Reichinnek e Jan van Aken numa conferência do partido em Berlim. Foto: Sebastian Gollnow via AFP

Apesar da ameaça representada pela dissidência da antiga líder, Sahra Wagenknwcht, o Die Linke tem registado um aumento significativo de filiados nas últimas semanas: pelo menos 23.500 pessoas desde o início de 2025. Este movimento parece ser uma resposta à tendência de crescimento da extrema-direita na Alemanha mas também ao paradoxo do BSW.
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