A organização Boy Scouts of America (BSA) anunciou, esta terça-feira, estar em falência a fim de evitar o pagamento de várias indeminizações por abusos sexuais. Mais de 12 mil crianças terão sido abusadas na instituição. O anúncio teve como objetivo levar à criação de um fundo de compensação às vítimas.
Através da declaração de falência, todos os processos civis de que são alvo serão suspensos e a instituição poderá chegar a um acordo com o tribunal.
A falta de recursos económicos para pagar um número tão vasto de indeminizações e o receio de que o património da organização possa ser penhorado foram as principais razões dos advogados da BSA.
As primeiras suspeitas de abuso sexual remontam a 2012, altura em que tinham sido identificadas mais de 1000 crianças escuteiras como alegadas vítimas.
Contudo, uma análise mais detalhada ao relatório, conhecido como “os ficheiros da perversão”, apresentado em tribunal e divulgado ao público em 2019 pelo advogado Jeff Anderson, demonstrou que os números reais eram efetivamente maiores.
De modo geral, foram identificados, entre líderes e voluntários, 7,819 suspeitos de abusos sexuais a 12,254 crianças escuteiras, desde 1944 e 2016.
Apesar de todos os agressores terem sido afastados da instituição, Jeff Anderson durante uma conferência de imprensa, revelou que 130 dos alegados agressores encontram-se em Nova Iorque, onde poderão ser alvo de consequências legais.
A nova lei de proteção às vítimas menores, aprovada em Nova Iorque, leva a que possíveis queixas de abuso sexual possam ser averiguadas, independentemente do ano em que ocorreram.