Espanha avalia multa de 4,5 milhões de euros à Ryanair pela suspensão de voos

por Lusa

Madrid, 20 set (Lusa) -- O ministro do Fomento de Espanha, Íñigo de la Serna, avançou hoje que a transportadora Ryanair poderá ser multada em 4,5 milhões de euros por ter suspendido 514 voos com origem ou destino no país.

"Isto é um caso sério. Estamos a falar num conjunto de sanções que, neste momento, devem ser do plano económico", disse o responsável governamental em declarações à Rádio Nacional Espanhola citadas pela agência EFE.

De la Serna explicou que cabe à Agência Estatal de Segurança Aérea (AESA) determinar a gravidade da decisão e o tipo de sanção que deve ser aplicada, dando a entender que a empresa irlandesa, neste momento, não corre o risco de ver suspendida a sua licença de operar em Espanha.

De la Serna avançou que o inquérito "acaba começar" com o envio de uma carta pessoal ao presidente executivo da Ryanair, Michael O`Leary, que irá agora dar explicações sobre o sucedido.

O ministro acrescentou que, no caso de a transportadora não dar explicações adequadas, a AESA irá criar um mecanismo para que as pessoas afetadas possam apresentar uma reclamação sem custos.

"Estamos a seguir o caso com atenção e vamos defender os direitos dos passageiros", assegurou Íñigo de la Serna.

Na passada sexta-feira, a companhia aérea `low cost` (baixo custo) anunciou o cancelamento de 40 a 50 voos por dia durante seis semanas, até ao final de outubro, num total de cerca de 2.000 voos, com o objetivo de "melhorar a sua pontualidade", que diz ter caído "abaixo de 80%" nas duas primeiras semanas de setembro.

Na segunda-feira, o presidente executivo da Ryanair, Michael O`Leary, assegurou que o cancelamento de voos nas próximas seis semanas não se deve a falta de pilotos, mas a um "erro" na distribuição de férias, tendo assumido "toda a responsabilidade pessoal".

Numa conferência de imprensa realizada em Dublin, sede da companhia aérea, O`Leary pediu desculpas aos milhares de passageiros que serão afetados por esta medida, mas insistiu que apenas serão afetados 2% de todos os voos da companhia, líder na Europa no setor `low cost`.

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