Pressionada pelos seus aliados na NATO, Madrid está a rever o pedido de reabastecimento da frota de navios armados russos em Ceuta, afirmou o Ministério espanhol dos Negócios Estrangeiros.
Já esta quarta-feira de manhã, fontes diplomáticas espanholas referiram que três navios russos foram autorizados há algumas semanas a fazer escala em Ceuta, segundo uma prática que se tem tornado habitual nos últimos anos e que se baseia em decisões "caso a caso". Desde 2011 mais de 60 navios da Marinha de Guerra russa aportaram em Ceuta.
Mas, caso se comprove que estes três navios integram a flotilha que se dirige à Síria, as autorizações serão revogadas, garantiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha.
"Estamos à espera de receber informação detalhada por parte da NATO e da própria embaixada russa para tomar uma decisão", acrescentaram.
Frota passou ao largo de Portugal
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, mostrou-se preocupado com a possibilidade de este grupo de combate vir a participar no assalto final em Alepo, na Síria, já em novembro, atingindo alvos civis.
A frota russa, que passou no Canal da Mancha na sexta-feira e ao largo de Portugal durante o fim de semana, inclui o único porta-aviões russo, o Almirante Kuznetsov, assim como um cruzador, dois navios anti-submarinos e quatro navios de apoio e deverá ser escoltada por submarinos, afirmam responsáveis da Aliança do Atlântico Norte.
Transporta ainda dezenas de bombardeiros e de helicópteros e vai reforçar a força de dez navios russos já ao largo da costa síria.