Estados Unidos consideram que saída de Tillerson não afetará encontro entre Trump e líder norte-coreano

por Lusa
Brendan McDermid - Reuters

Os Estados Unidos da América informaram na quinta-feira que a demissão do secretário de Estado, Rex Tillerson, não vai ter implicações no encontro entre o Presidente Donald Trump e o seu homólogo norte-coreano.

"A saída de Tillerson não significa que pressionamos o botão de pausa", garantiu a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, durante uma conferência de imprensa em Washington.

Segundo Heather Nauert, citada pela agência EFE, os preparativos para a reunião entre Trump e Kim Jong-un estão em curso, apesar de ainda não haver uma data para o encontro.

"Temos muitas pessoas que mantêm relações e negoceiam com a Coreia do Norte", adiantou.

Questionada sobre se a decisão do embaixador dos Estados Unidos em Seul, na Coreia do Sul, de deixar o cargo por "motivos pessoais" poderia dificultar os esforços para a reunião entre os dois líderes, a porta-voz observou que o aparelho diplomático americano está "acima" de qualquer pessoa.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na terça-feira a saída da administração do secretário de Estado, Rex Tillerson, indicando que escolheu o atual diretor da CIA, Mike Pompeo, para assumir a pasta da diplomacia norte-americana.

O anúncio de Trump foi feito através da rede social Twitter.

Momentos depois do 'tweet' de Trump, um alto responsável norte-americano veio explicar que a substituição de Rex Tillerson se deve ao facto de o Presidente querer mudar a sua equipa para as eventuais negociações com a Coreia do Norte.

No mesmo dia, Rex Tillerson reclamou para a sua equipa do Departamento de Estado parte do êxito obtido pelos Estados Unidos na pressão sobre a Coreia do Norte.

"(O Departamento de Estado) excedeu as expectativas de quase toda a gente" relativamente à Coreia do Norte", declarou o secretário de Estado à imprensa, referindo que durante a sua estada no Governo, os Estados Unidos ganharam parceiros no esforço para usar sanções para obrigar Pyongyang a recuar quanto ao seu programa nuclear.

Na sequência da reaproximação iniciada com os Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul, uma delegação deste país esteve na semana passada com Kim Jong-un.

O conselheiro para a segurança da presidência sul-coreana, Chung Eui-yong, que dirigia a delegação, divulgou depois que Pyongyang aceitou suspender os ensaios nucleares e balísticos se houver conversações com os Estados Unidos sobre o programa nuclear.

Trump aceitou a proposta de diálogo, que irá decorrer em local ainda a determinar.

O encontro será o primeiro da história entre líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte.

Nos últimos meses, Trump e o líder norte-coreano têm estado envolvidos numa escalada de retórica que progressivamente ficou mais violenta e bélica, com ambos a lançarem ameaças de um potencial ataque nuclear.

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