Nesta quarta-feira a Polónia atenuou a Lei do Holocausto, que tinha aprovado em fevereiro deste ano. Após os protestos de Israel e dos Estados Unidos, existem rumores de que a mudança poderá ter sido obtida por pressão do Governo americano.
Com a alteração, a lei passou de ofensa criminal a cível.
Comunicado de Washington estabeleceu exigências
A Onet, um órgão de comunicação polaco, noticiou no início deste mês que teve acesso a um comunicado da Casa Branca, datado de 20 de fevereiro – duas semanas após a apresentação da Lei do Holocausto.
O comunicado marcava três pontos essenciais. O primeiro, que não haveria “contactos bilaterais entre os dois países até a crise ser resolvida” – sugerindo que não existiria encontro entre Mateusz Morawiecki e Donald Trump.
O segundo ponto frisava que o Congresso poderia bloquear o financiamento dos projetos militares da Polónia. Por fim, no documento é deixada a nota de que, caso os juízes polacos abrissem processos contra cidadãos americanos, as consequências seriam “dramáticas”.
Este último ponto refere-se ao facto de a Lei do Holocausto permitir multar e processar quem utilize a expressão “campos de extermínio polacos”.
Em comentários sobre a alteração da lei, um legislador do Partido Lei e Justiça (PiS) afirmou, a coberto do anonimato, que as mudanças tinham sido acordadas “como resultado de uma análise da situação”.
“O debate internacional, especialmente nos Estados Unidos, teve impacto. Isto está tudo interligado”, afirmou o legislador.