Os Estados Unidos vão canalizar 110 milhões de euros para um novo sistema israelita de deteção de túneis, que está a ser submetido a testes técnicos na fronteira com Gaza, informa hoje o jornal Yediot Aharonot.
O financiamento do dispositivo (120 milhões de dólares) foi aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos depois da visita à zona, no passado dia 14 de janeiro, de uma delegação do Pentágono, liderada pelo subsecretário da Defesa, Robert O. Work, e após ponderadas as possibilidades de sucesso, segundo explica o diário.
Trata-se de um complexo sistema de centenas de sensores supostamente capazes de detetar pequenos movimentos e ruídos a dezenas de metros de profundidade e de os `limpar` da poluição exterior no sentido de saber se correspondem aos de uma escavação subterrânea.
Submetido a testes desde o ano passado, o sistema vai receber um forte impulso graças ao financiamento dos Estados Unidos, que vê nele uma solução prática para a sua fronteira com o México, de acordo com o jornal israelita.
"Se os norte-americanos tivessem a mais pequena dúvida sobre a eficácia desta patente, o Congresso não teria aprovado nem um cêntimo", escreve o comentador militar Alex Fishman.
Até entrar completamente em funcionamento, o novo sistema exigirá uma injeção idêntica por parte de Israel e no total vai custar cerca de 250 milhões de dólares (229,3 milhões de euros).
O problema dos túneis na sua fronteira com Gaza foi um dos catalisadores da ofensiva terrestre de Israel contra o movimento Hamas em 2014, e uma das razões pelas quais a contenda, em que morreram mais de 2.100 palestinianos e 73 israelitas, se prolongou muito mais do que o esperado.
Há dias, após a morte de sete trabalhadores num túnel cuja localização se desconhece, dirigentes do movimento islamita reconheceram que os seus homens tinham retomado as escavações e que os túneis fazem parte de uma estratégica futura ofensiva para lutar contra Israel.
Em resposta, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, advertiu, este domingo, que Israel vai atacar "com muita força" se o grupo islamita levar a cabo agressões recorrendo a túneis.
"Estamos a trabalhar de forma metódica e friamente contra todas as ameaças, incluindo a do Hamás, e a adotar medidas tanto defensivas como ofensivas", afirmou Netanyahu numa conferência.
Contudo, o ministro da Defesa israelita, Moshe Yaalon, garantiu não ter informações de que o movimento islamita tenha voltado a construir túneis em direção a Israel com a intenção de perpetrar um futuro ataque.
Em entrevista à rádio pública, sublinhou que, de momento, "não se localizou qualquer túnel sob a casa" de nenhum israelita, uma possibilidade para a qual alertaram nos últimos dias moradores da zona fronteiriça, que afirmaram ter ouvido ruídos de escavações e sentido abalos tal como antes dos últimos confrontos de 2014.