EUA. Vendas de armas no Médio Oriente só com acordo de Israel

por RTP
Jonathan Ernst, Reuters

As vendas de armas do complexo militar-industrial norte-americano no Médio Oriente poderão passar a depender de uma prévia autorização israelita, se e quando for aprovado um projecto de lei pendente na Câmara dos Representantes. Para já, o projecto conta com apoio bipartidário, o que praticamente garante a sua aprovação.

A iniciativa para o projecto de lei partiu do representante democrata do Illinois, Brad Schneider, e o seu texto prevê, literalmente, que "o presidente consulte o Governo israelita para garantir que sejam atendidas as preocupações [de superioridade militar qualitativa]".

Já segundo a lei actualmente em vigor, quaisquer vendas de armas deverão respeitar esse princípio de "superioridade militar qualitativa", pretendida por Israel no Médio Oriente. A diferença é que até agora competia ao Congresso norte-americano avaliar se uma determinada venda respeita esse princípio, e agora, caso seja aprovada a lei proposta pelo representante do Illinois, essa competência sobre decisões da política externa norte-americana passará a depender do Governo israelita e não poderá ser exercida sem o seu aval.

O lobby de democratas judeus que se encontra na origem do projecto, prontamente apoiado por parlamentares republicanos, coincide basicamente com aquele que reagiu, alarmado, à notícia de que, após o acordo de normalização entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, os EUA começaram imediatamente a negociar a venda de caças de combate F-35 aos Emirados.
pub