Depois de a ministra da Cultura e do Desporto de Israel, Miri Reguev, ter martelado, na semana passada, a ideia de Jerusalém como cidade anfitriã do Festival Eurovisão da Canção em 2019, o Governo de Benjamin Netanyahu estará agora disposto a dar um passo atrás. O jornal israelita Haaretz noticia que Telavive, Haifa ou Eilat estão também em cima da mesa.
Perante o desconforto da União Europeia de Radiodifusão (UER), que manifestou a vontade de ver despolitizada a escolha da cidade anfitriã – sem, todavia, descartar por completo Jerusalém -, o primeiro-ministro israelita terá concordado em demarcar-se do processo, segundo o Haaretz.
A decisão, escreve o mesmo diário israelita, foi tomada em conjunto com os ministros das Finanças e das Comunicações, Moshe Kahlon e Ayoub Kara, respetivamente, e Avichai Mendelblit, procuradora-geral. E foi entretanto comunicada à titular da pasta da Cultura.
Recorde-se que ainda na semana passada Miri Reguev insistira na realização do festival de 2019 em Jerusalém, indo mesmo ao ponto de defender que o evento não poderia acontecer no Estado hebraico se não fosse aquela a cidade escolhida.
Assim, quando se reunirem na próxima semana, a estação pública israelita Kan e a UER deverão ter em cima da mesa, como opções, as cidades de Telavive e Haifa, na costa mediterrânica, Eilat e Jerusalém.
Contexto de violência
A polémica em torno da cidade anfitriã do próximo Festival Eurovisão da Canção enquadra-se no atual contexto de recrudescimento do conflito israelo-palestiniano, potenciado pela mudança da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém.
O primeiro departamento diplomático norte-americano foi instalado a 14 de maio. O gesto da Administração Trump, que dessa forma reconheceu, de facto, Jerusalém como capital de Israel, deu lugar a confrontos que fizeram seis dezenas de mortos entre os palestinianos.
O Presidente norte-americano veio entretanto anunciar o adiamento, por seis meses, da transferência da representação diplomática de Telavive para Jerusalém.
c/ agências