Facebook entrega conteúdo de anúncios comprados por russos ao Congresso norte-americano

por RTP
Reuters

A empresa Facebook anunciou esta quinta-feira que vai fornecer o conteúdo de três mil anúncios comprados por uma agência russa. Estes dados serão entregues aos congressistas que estão a investigar interferências de Moscovo nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016.

A decisão de hoje ocorre depois das pressões crescentes de congressistas para que o conteúdo dos anúncios fosse divulgado. 

A empresa liderada por Mark Zuckerberg já entregou os anúncios às autoridades federais que estão a investigar a interferência russa na eleição que ditou a vitória do candidato republicano Donald Trump. 

Os líderes da comissão de Informações do Senado têm procurado trazer executivos da rede social Facebook ao Congresso, desde que a empresa revelou a existência da publicidade no passado dia 6 de setembro. 

Mas os críticos insistem que a empresa deveria fazer mais, por exemplo, prevenindo os seus utilizadores como podem ser influenciados por intrometidos externos. 

Num vídeo em direto publicado no Facebook, o CEO da empresa disse estar “muito preocupado com os processos eleitorais e em proteger a sua integridade”.

Mark Zuckerberg acrescentou que não quer ninguém “a usar as nossas ferramentas para minar a democracia”.

Precisamente para evitar o uso da rede social para eventuais ações de manipulação, o presidente executivo fo Facebook apresentou nove passos que serão adotados pela empresa para tornar os anúncios de cariz políticos mais transparentes.

"Vivemos num mundo novo. É um novo desafio para as comunidades na internet lidar com os estados-nação que tentam subverter eleições. Mas isso é o que temos de fazer", acrescentou.

Colin Strech, consultor jurídico do Facebook, sublinhou esta quinta-feira que a rede social não divulga conteúdos de forma leviana, mas que neste caso importa proteger a democracia e compactuar com a investigação em curso.

"Acreditamos que os norte-americanos merecem uma explicação sobre o que aconteceu nas eleições presidenciais de 2016", reiterou.

Depois do anúncio da empresa de Menlo Mark, também o Twitter tem estado sob pressão para divulgar dados ao Congresso norte-americano. A rede social tem sido discreta e anunciou que irá fornecer dados ao Comité de Informações do Senado na próxima quarta-feira, à porta fechada. 

c/ Lusa
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