FBI investiga massacre de San Bernardino como ato terrorista

As autoridades norte-americanas acreditam que o ataque de quarta-feira a um centro social nos Estados Unidos teve origem terrorista. A tese de atentado já vinha a ganhar força com as suspeitas de ligação dos autores dos disparos ao grupo Estado Islâmico.

Andreia Martins - RTP /
O ataque no estado norte-americano da Califórnia provocou 14 mortos. Mario Anzuoni - Reuters

O tiroteio num centro social de San Bernardino, que provocou 14 mortos e 21 feridos, passou a ser investigado como um ato de terrorista, segundo anunciaram as autoridades federais norte-americanas envolvidas na investigação.

"Com base na informação e nos factos, estamos a partir de agora a investigar estes atos horríveis como atos de terrorismo", anunciou David Bowdich, diretor assistente do FBI em Los Angeles.É necessário recuar até dezembro de 2012 para encontrar um tiroteio tão mortífero. Na altura, um homem de 20 anos atacou uma escola elementar de Newton, no Connecticut, que resultou num total de 28 vítimas mortais.

As provas recolhidas nas últimas horas mostram que o ataque foi preparado ao pormenor por Tashfeen Malik e Syed Rizwan, o casal que levou a cabo o tiroteio mais mortífero em solo norte-americano dos últimos três anos.

James Comey, diretor do FBI, refere que "não há indicações que estivessem ligados a qualquer grupo organizado ou alguma célula". Os dois terroristas terão agido como lobos solitários.
Conversas telefónicas escrutinadas
Na comunicação à imprensa, o FBI anunciou ainda que está a analisar os dois telefones que foram encontrados junto ao local do tiroteio, e que pertenciam aos dois atacantes. Segundo os agentes federais, o casal estabeleceu "contactos telefónicos" suspeitos que as autoridades vão examinar.
Reportagem de Mariana Flor e Luís Moreira - RTP

Esta tarde, vários orgãos de comunicação revelam que Tashfeen Malik tinha jurado fidelidade ao Estado Islâmico e ao seu líder através de uma conta no Facebook. Fontes anónimas ligadas à investigação admitiam que a mulher de 27 anos de origem paquistanesa, estaria "auto-radicalizada" e sob influência do grupo terrorista, mas que este não teria desempenhado qualquer papel na organização ou designação do ataque.Caso as investigações venham a confirmar a tese de atentado terrorista, este será o ataque de inspiração islâmica em solo norte-americano mais mortífero desde o 11 de setembro.

Algumas horas depois, uma agência noticiosa do Estado Islâmico, reivindicava os ataques de dia 2 de dezembro no centro de apoio social.

Os dois autores do massacre, Tashfeen Malik e Rizwan Farook, foram abatidos pela polícia norte-americana horas depois do massacre no Inland Regional Center, a 100 quilómetros de Los Angeles.


Algumas das munições encontradas esta sexta-feira pelas autoridades. Foto: Reuters

Sabe-se agora que dispunham de um autêntico arsenal de guerra, desde bombas caseiras, armas semiautomáticas e perto de seis mil balas, material que foi encontrado nos locais de investigação visados pelas autoridades: o centro social onde decorreu o ataque, a rua de San Bernardino, onde o casal foi intercetado pela polícia e ainda o apartamento que partilhavam na zona de Redlands.


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