Fotógrafo Sebastião Salgado recebe Prémio da Paz dos Livreiros Alemães

por Lusa

O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado irá receber o Prémio da Paz dos Livreiros Alemães, no dia 20 de outubro, o último da Feira do Livro de Frankfurt, foi hoje anunciado pelo presidente da associação de livreiros, Heinrich Riethmüller.

Segundo o comunicado da associação, citado pela agência EFE, Sebastião Salgado será reconhecido pelo seu trabalho, que incentiva a paz e a justiça social e sublinha a importância de temas como a proteção do clima e da natureza.

Heinrich Riethmüller afirma que, com o Instituto Terra, uma organização não-governamental que o fotógrafo fundou em 1998, "criou uma instituição que luta pela preservação da diversidade e dos ecossistemas", cita a EFE.

Sebastião Salgado destaca-se pela sua obra fotográfica, apresentada em exposições e livros, e "dá visibilidade a seres humanos que foram retirados dos seus locais, devido a guerras e catástrofes naturais, assim como aqueles que estão presos ao seu ambiente natural", explica a agência.

O fotógrafo brasileiro, nascido em Aimores, no estado de Minas Gerais, estudou Economia e, desde o início da sua carreira, tem abordado temas como a pobreza, os "sem casa" e a guerra, expostos em fotografias a preto e branco.

Cooperou, a partir de 1971, com organizações como Médicos sem Fronteiras, UNICEF, UNESCO e Repórteres sem Fronteiras em projetos de desenvolvimento em África, onde firmou a sua paixão pela fotografia.

Em meados da década de 1990, Sebastião Salgado regressou ao Brasil e dedicou-se à reflorestação de 680 hectares de terreno envolvente à fazenda dos seus pais, convertidos, anos mais tarde, numa reserva natural, que deu origem ao Instituto Terra.

Sebastião Salgado coligiu a sua obra em álbuns temáticos como "Trabalho", publicado em 1994, e "Terra", de 1998, ano em que a editorial Caminho publicou "Um Fotógrafo em Abril", com imagens captadas durante a Revolução de 1974.

Em "Retratos de Crianças do Êxodo" (2000) Sebastião Salgado reuniu fotografias feitas em Moçambique, na década de 1990, de crianças perdidas das famílias, por causa da guerra.

"África" (2007) e "Génesis" (2013), por seu lado, evidenciam "refúgios da natureza pura e da ideia de fragilidade atual do mundo", lê-se na informação citada pela Efe.

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