França: "coletes amarelos" ponderam participar em greve geral

por RTP
Jean-Paul Pelissier, Reuters

A Confederação Geral do Trabalho (CGT) convocou uma jornada de greve e manifestações em 5 de fevereiro. Eric Drouet, um símbolo dos "coletes amarelos", apelou à participação do movimento na greve.

Eric Drouet, camionista e figura emblemática do movimento dos "coletes amarelos", celebrizou-se por ter sido preso quando manteve a convocatória de uma manifestação por altura do Natal, quando o movimento já parecia começar a refluir. A sua prisão suscitou uma vaga de solidariedade, que foi tomada como um segundo fôlego do movimento, e durou até à sua libertação.

Agora surgiu a secundar a convocatória de greve da CGT para 5 de fevereiro, com um apelo que lançou através do facebook no sentido de que essa greve se converta num "bloqueio total". Entretanto, a iniciativa de Drouet já teve pelo menos uma repercussão de peso, ao ser apoiada pelo popular porta-voz do Novo Partido Anticapitalista (NPA), Olivier Besancenot.

Em declarações citadas no diário Le Monde, Besancenot propõe que os dirigentes políticos da esquerda levem a cabo "na segunda feira um grande encontro unitário para apoiarem a greve geral de dia 5 e para lutarem juntos contra a repressão".O porta-voz do NPA defendeu mesmo que nessa data se iniciasse uma "greve ilimitada", até à obtenção das principais reivindicações que estão na ordem do dia.

Besancenot lembrou que "existe uma mobilização inédita, histórica, que não é simplesmente a resistência contra um projecto, mas que é por alguma coisa". E acrescentou que "talvez seja agora o momento da convergência", porque "precisamos de uma mobilização clara contra a repressão, pelos salários e pela distribuição das riquezas".

A CGT, central sindical de matriz comunista, tem vindo a mostrar-se até há muito pouco tempo reservada relativamente ao movimento dos "coletes amarelos". A convocatória da jornada de luta de dia 5 de fevereiro pode, nesse contexto, representar um realinhamento da central para responder, como diz, à "urgência social", com exigências de elevação do salário mínimo e de reforma fiscal.
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