Mundo
Guerra no Médio Oriente
Gaza. Cerca de 800 pessoas morreram em seis semanas em centros de distribuição de ajuda
O gabinete de Direitos Humanos das Nações Unidas anunciou, esta sexta-feira, que pelo menos 798 pessoas morreram em Gaza desde 26 de maio em postos de ajuda humanitária. O exército israelita disse ter "aprendido lições" com estes ataques a centos de distribuição de ajuda.
"(De 27 de maio) até 7 de julho, registámos 798 assassinatos, incluindo 615 nas proximidades dos locais da Fundação Humanitária de Gaza e 183 presumivelmente na rota dos camiões de ajuda humanitária", disse Ravina Shamdasani, porta-voz do Gabinete de Direitos Humanos da ONU (ACNUDH), em conferência de imprensa em Genebra, esta sexta-feira.
A maioria dos ferimentos sofridos foram ferimentos de bala, detalhou Shamdasani.
"Levantamos preocupações sobre a prática de crimes atrozes e o risco de novos crimes atrozes serem cometidos onde as pessoas fazem fila para obter mantimentos essenciais, como alimentos", disse.
No final de maio, Israel levantou o bloqueio de dois meses imposto à Faixa de Gaza e, desde 26 desse mês, a distribuição de ajuda, anteriormente liderada pelas Nações Unidas, foi confiada à Fundação Humanitária de Gaza (FGH), uma organização apoiada pelos Estados Unidos e por Israel.
A ONU e as principais organizações humanitárias recusam-se a trabalhar com a FGH, alegando que esta serve objetivos militares israelitas e viola os princípios humanitários básicos. As Nações Unidas classificaram o seu modelo de ajuda como "inerentemente inseguro" e uma violação dos padrões de imparcialidade humanitária.
A FGH, por sua vez, disse à Reuters que os números da ONU são “falsos e enganadores” e nega que tenham ocorrido incidentes fatais nos seus locais de distribuição de ajuda.
"O facto é que os ataques mais mortíferos a locais de ajuda humanitária foram ligados a camiões da ONU", disse um porta-voz da FGH.
"Em última análise, a solução é mais ajuda. Se a ONU e outros grupos humanitários colaborassem connosco, poderíamos acabar ou reduzir significativamente estes incidentes violentos”, acrescentou. O ACNUDH afirmou que baseou os seus dados em fontes como informações de hospitais em Gaza, cemitérios, famílias, autoridades de saúde palestinianas, ONG e parceiros no local.
A FGH tem rejeitado a ocorrência de incidentes violentos nos seus locais de distribuição. No entanto, um antigo agente de segurança destes centros disse à BBC ter testemunhado colegas a disparar várias vezes contra palestinianos em busca de alimentos que não representavam qualquer ameaça, incluindo com metralhadoras.
Israel diz ter “aprendido lições”
Israel, por sua vez, argumenta que as suas forças operam perto destes locais de distribuição de ajuda humanitária para evitar que os mantimentos caiam nas mãos do Hamas e alega que os ataques contra estes centros tinham como alvo “suspeitos” que representavam uma “ameaça”.
No entanto, em resposta aos números divulgados pela ONU, o exército israelita disse, esta sexta-feira, ter realizado “investigações extensivas” e garante ter transmitido instruções às tropas no terreno “após as lições aprendidas”.
À Reuters, o exército israelita disse que estava a rever o número recente de vítimas em massa e que tinha procurado minimizar o conflito entre os palestinianos e as Forças de Defesa de Israel (IDF) instalando vedações e placas e abrindo rotas adicionais.
A maioria dos ferimentos sofridos foram ferimentos de bala, detalhou Shamdasani.
"Levantamos preocupações sobre a prática de crimes atrozes e o risco de novos crimes atrozes serem cometidos onde as pessoas fazem fila para obter mantimentos essenciais, como alimentos", disse.
No final de maio, Israel levantou o bloqueio de dois meses imposto à Faixa de Gaza e, desde 26 desse mês, a distribuição de ajuda, anteriormente liderada pelas Nações Unidas, foi confiada à Fundação Humanitária de Gaza (FGH), uma organização apoiada pelos Estados Unidos e por Israel.
A ONU e as principais organizações humanitárias recusam-se a trabalhar com a FGH, alegando que esta serve objetivos militares israelitas e viola os princípios humanitários básicos. As Nações Unidas classificaram o seu modelo de ajuda como "inerentemente inseguro" e uma violação dos padrões de imparcialidade humanitária.
A FGH, por sua vez, disse à Reuters que os números da ONU são “falsos e enganadores” e nega que tenham ocorrido incidentes fatais nos seus locais de distribuição de ajuda.
"O facto é que os ataques mais mortíferos a locais de ajuda humanitária foram ligados a camiões da ONU", disse um porta-voz da FGH.
"Em última análise, a solução é mais ajuda. Se a ONU e outros grupos humanitários colaborassem connosco, poderíamos acabar ou reduzir significativamente estes incidentes violentos”, acrescentou. O ACNUDH afirmou que baseou os seus dados em fontes como informações de hospitais em Gaza, cemitérios, famílias, autoridades de saúde palestinianas, ONG e parceiros no local.
A FGH tem rejeitado a ocorrência de incidentes violentos nos seus locais de distribuição. No entanto, um antigo agente de segurança destes centros disse à BBC ter testemunhado colegas a disparar várias vezes contra palestinianos em busca de alimentos que não representavam qualquer ameaça, incluindo com metralhadoras.
Israel diz ter “aprendido lições”
Israel, por sua vez, argumenta que as suas forças operam perto destes locais de distribuição de ajuda humanitária para evitar que os mantimentos caiam nas mãos do Hamas e alega que os ataques contra estes centros tinham como alvo “suspeitos” que representavam uma “ameaça”.
No entanto, em resposta aos números divulgados pela ONU, o exército israelita disse, esta sexta-feira, ter realizado “investigações extensivas” e garante ter transmitido instruções às tropas no terreno “após as lições aprendidas”.
À Reuters, o exército israelita disse que estava a rever o número recente de vítimas em massa e que tinha procurado minimizar o conflito entre os palestinianos e as Forças de Defesa de Israel (IDF) instalando vedações e placas e abrindo rotas adicionais.
A Defesa Civil de Gaza anunciou esta sexta-feira a morte de 20 pessoas em várias operações militares israelitas, incluindo dez que aguardavam ajuda perto de um dos centros de distribuição próximo de Rafah, no sul do enclave.
c/agências