Gaza debaixo de fogo. Israel e Hamas entram em espiral de violência

por Carlos Santos Neves - RTP
A aviação israelita alvejou, durante a noite, dezenas de edifícios em Gaza, incluindo a Al-Aqsa TV do Hamas Mohammed Saber - EPA

Caças israelitas desencadearam, na última noite, sucessivas vagas de bombardeamentos sobre alegados alvos do Hamas e da Jihad Islâmica em Gaza, causando seis mortes. O Estado hebraico respondeu assim aos disparos de mais de três centenas de rockets contra o sul do seu território, onde uma pessoa perdeu a vida.

Abre-se mais um capítulo de escalada da violência no Médio Oriente, desta feita potenciada por uma infiltração levada a cabo no domingo, a leste de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, por forças especiais israelitas – morreram então sete militantes palestinianos, entre os quais um comandante local do movimento radical Hamas, e um operacional israelita.

Nas horas subsequentes a esta operação foram disparados 370 rockets contra o sul do Estado hebraico. Um dos projéteis provocou a morte de uma pessoa em Ashkelon e feriu outras 70.

A vítima mortal começou por ser identificada como um civil israelita, mas os media locais noticiaram entretanto que se trataria de um homem oriundo da cidade palestiniana de Hebron, na Cisjordânia.

As Forças de Defesa de Israel retaliaram com mão de ferro.

A aviação israelita alvejou, durante a noite, dezenas de edifícios em Gaza. As instalações da Al-Aqsa TV, estação do movimento que governa a Faixa de Gaza, foi um dos alvos dos bombardeamentos, que fizeram pelo menos seis mortos.

Foram atingidos, segundo a edição online do diário israelita Haaretz, mais de 100 alvos, incluindo o que o Tsahal descreve como um complexo de espionagem, próximo de uma escola, uma mesquita e instalações diplomáticas.
“Escalada extremamente perigosa”
O gabinete de segurança do Governo de Benjamin Netanyahu reuniu-se na manhã desta terça-feira para discutir medidas adicionais após os bombardeamentos noturnos. E já avisou que está preparado para acentuar a resposta ao Hamas, que, por seu turno, promete “expandir o círculo de fogo”.

No Twitter, o enviado das Nações Unidas para o Médio Oriente, Nickolay Mladenov, adiantou estar ainda em curso um esforço de mediação, com o envolvimento das autoridades egípcias, para evitar uma reedição do conflito de 2014.


“A escalada das últimas 24 horas é EXTREMAMENTE perigosa”, escreveu o diplomata.

Os incidentes da noite de domingo em Khan Younis ocorreram na sequência de notícias que davam conta de progressos nas diligências diplomáticas da ONU e do Egito tendo em vista aliviar a tensão dos últimos meses.
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