Em entrevista à norte-americana CBS, o primeiro-ministro israelita sustentou que às forças do Estado hebraico só restam “más opções” para responder à vaga de protesto dos palestinianos em Gaza, onde no início da semana foram abatidas mais de 60 pessoas. Benjamin Netanyahu responsabiliza, uma vez mais, o movimento Hamas pelos acontecimentos dos últimos dias.
Na terça-feira, dia de funerais de palestinianos mortos na véspera, as forças israelitas abateram pelo menos dois ativistas.
Netanyahu argumentou mesmo que as Forças de Defesa de Israel procuraram “minimizar” o número de vítimas, ao reprimir os protestos potenciados pela abertura da nova embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, cidade agora reconhecida pela Administração Trump como a capital do Estado hebraico.
“Mas são eles que as causam, na tentativa de pressionar Israel”, acentuou o primeiro-ministro israelita, para então acusar o movimento palestiniano Hamas de “empurrar civis, mulheres e crianças para a linha de fogo”.
Estas declarações de Benjamin Netanyahu repercutem o que havia já sido defendido, horas antes, pela ministra israelita da Justiça, Ayelet Shaked, que acusou igualmente o movimento palestiniano que administra a Faixa de Gaza de sacrificar civis.
“As forças de segurança estão a fazer um muito bom trabalho em conter os acontecimentos. O Hamas está a sacrificar o seu povo por objetivos políticos, mas as IDF [Forças de Defesa de Israel, na sigla inglesa] conseguem lidar com a situação”, propugnou na terça-feira a ministra.
“Espero que ontem tenham percebido a mensagem e que as coisas não se descontrolem”, acrescentou.
“Um pretexto”
Também na terça-feira, durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o emissário da organização para o Médio Oriente repartiu responsabilidades por Israel e Hamas, lamentando o que descreveu como uma “tragédia sem justificação”.
Nikolai Mladenov exortou Israel a “calibrar o recurso à força”, o que significaria encarar meios letais como “último recurso”.
Nesta reunião, a delegação dos Estados Unidos ficou isolada na defesa de Israel.
Em Washington, o Departamento de Estado norte-americano ficou aquém de um apelo à contenção, cerrando fileiras com Israel.
Para o braço diplomático do Governo Federal dos Estados Unidos, a inauguração da embaixada em Jerusalém foi um “pretexto” do Hamas para “encorajar a violência”.
“Vimos estas manifestações nas últimas seis semanas, não é novo. Se o Hamas quer utilizar isto como pretexto para acicatar as pessoas e encorajar a violência, é uma escolha sua e é uma escolha irresponsável”, vincou a porta-voz Heather Nauert, antes de sublinhar que “os Estados Unidos lamentam a perda de vidas humanas, de todas as vidas humanas”.
c/ agências internacionais
Tópicos
Médio Oriente
,
Israel
,
Jerusalém
,
Embaixada
,
Estados Unidos
,
Palestinianos
,
Hamas
,
Gaza
,
Primeiro-ministro
,
Benjamin Netanyahu