Após uma reunião de mais de duas horas com Giuseppe Conte, o Presidente de Itália, Sergio Mattarella, convidou o candidato proposto pelos líderes da Liga e do Movimento 5 Estrelas a formar Governo. Trata-se de um nome que está já envolvido numa polémica sobre o seu currículo académico, único trunfo reconhecido a Conte, um iniciado nas lides políticas.
Giuseppe Conte é um jurista universitário, especialista em direito civil e administrativo, que faz agora, aos 54 anos, a sua estreia nos palcos da política, onde apenas lhe era conhecido o apoio ao Movimento 5 Estrelas.Giuseppe Conte nasceu em 1964 em Volturara Appula, localidade no sul de Itália com apenas 500 habitantes. Estudou Direito em Roma.
O seu nome surgiu da necessidade de preencher um vazio, de vários meses desde as eleições, e ultrapassar o diferendo entre os “vencedores”, que, decidindo excluir os nomes do líder do M5E, Luigi Di Maio, e do líder da Liga, Matteo Salvini, procuraram uma solução de consenso que permitisse manter o equilíbrio entre as duas formações políticas.
Escolha envolta em polémica
A escolha de Giuseppe Conte foi sustentada com o currículo académico do futuro primeiro-ministro. No entanto, e ironicamente, foi nesse campo que surgiram as primeiras dúvidas sobre Conte, com os jornalistas a revelarem inconsistências factuais no currículo do candidato, apresentado pelo M5E quando apresentado como candidato ao cargo de ministro da Administração Pública.Conte era advogado pessoal do líder do Movimento 5 Estrelas.
Giuseppe Conte tem no seu currículo uma especialização na Universidade de Nova Iorque, o que, verificado por um jornalista, levantou dúvidas à própria instituição.
Numa resposta a um correspondente do New York Times, que pretendia recolher mais dados sobre Conte, a instituição respondeu que não tinha qualquer registo de Giuseppe Conte. Nem como aluno, nem como professor.
No currículo académico de Conte surgem igualmente passagens pela universidade norte-americana de Yale, em New Haven, e Cambridge,em Inglaterra, entre várias outras referências. Cambridge escuda-se nas suas políticas de privacidade para comentar, mas fonte da instituição, sob anonimato, confidenciou à Reuters a inexistência de qualquer registo com o seu nome.