GNR detetou 65 imigrantes ilegais na fronteira entre Marrocos e Espanha

por Lusa

As equipas cinotécnicas da GNR detetaram 165 imigrantes ilegais no decorrer da sua participação na missão da União Europeia de combate à imigração ilegal e tráfico de seres humanos em Ceuta, anunciou hoje a Guarda Nacional Republicana.

Quatro binómios cinotécnicos, constituídos por quatro militares e por quatro cães especializados na deteção de odor humano, da Unidade de Intervenção da GNR, participaram durante 46 dias na operação Minerva (desde 27 de julho até quinta-feira) na fronteira entre Marrocos e Espanha.

Em declarações à agência Lusa, o major Costa Pinto adiantou que a maior parte dos imigrantes detetados pelos militares e cães da GNR eram argelinos e marroquinos que tentavam passar a fronteira escondidos em viaturas, em contentores e camiões.

O major contou que, por vezes, os militares acabam por salvar alguns imigrantes que arriscam a vida ao viajar em condições muito perigosas. "Se não fossem os cães seria muito difícil detetá-los devido à forma como vêm escondidos", disse.

Deu como exemplo o caso de imigrantes que viajam escondidos entre o motor e a cabine do camião onde vai o condutor. "As temperaturas são elevadas e se não forem detetados e o camião continuar a circular durante duas horas acabam por morrer com o calor", contou.

Sobre o perfil destes imigrantes, o major Costa Pinto disse que são jovens entre os 12 e os 35 anos, que "tentam 10, 15 vezes até conseguirem passar. "Não se vê famílias a atravessar", comentou.

"Há indivíduos que os militares os detetam três e quatro vezes durante o período que estão na missão", disse o major, explicando que quando são detetados são entregues às autoridades espanholas.

A missão, que visou "prevenir, detetar e fazer cessar ilícitos relacionados com a imigração ilegal e o tráfico de seres humanos por via terrestre", foi realizada sob a égide da Frontex - Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-Membros da União Europeia).

Portugal participa consecutivamente nestas missões desde 2007.

Segundo o major Costa Pinto, os militares que integraram esta missão já participaram noutras, o que se torna uma vantagem.

"Já temos as nossas boas práticas definidas e conhecemos vários `modus operandis` dos ilegais que tentam entrar naqueles pontos", disse o major, que faz um balanço positivo da participação da GNR.

A intervenção do GIC nesta zona de fronteira permitiu também "a partilha de conhecimentos e de experiências com as forças de outros Estados-Membros envolvidos e respetivo desenvolvimento da cooperação interinstitucional".

Dados divulgados à Lusa indicam que o GIC detetou 878 imigrantes ilegais nas 20 missões Frontex em que participou desde 2007, tendo o maior número (289) ocorrido em 2013 na operação Minerva, em Algeciras e Ceuta, que durou 40 dias.

Os dados revelam ainda que, este ano, um binómio de Segurança e Intervenção (SI), em permanência na fronteira da Grécia com a Turquia, impediu de entrar, entre 06 de janeiro e 30 de abril, 35 imigrantes ilegais no espaço da União Europeia.

Já dois binómios de SI, em permanência na fronteira da Bulgária com a Turquia desde 04 de março, detiveram 83 imigrantes ilegais e impediram de entrar no espaço da UE outros 59.

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