O Ministério do Meio Ambiente brasileiro informou que foi revertida a suspensão de todas as operações de combate à desflorestação ilegal na Amazónia e às queimadas no Pantanal e demais regiões do país.
Em causa está um anúncio feito na tarde de sexta-feira pela pasta do Ambiente, que informou a suspensão, a partir de segunda-feira, das operações de combate à desflorestação ilegal e queimadas no país devido a questões orçamentais.
Em comunicado, o Ministério indicou que a Secretaria de Orçamento Federal (SOF), tutelada pelo Governo, decretou um bloqueio financeiro de 20,9 milhões de reais (3,25 milhões de euros), destinados ao Ibama, e de 39,7 milhões de reais (6,18 milhões de euros), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, já estava previsto um outro corte de 120 milhões de reais (18,6 milhões de euros) para 2021.
Após o anúncio, que gerou contestação de várias organizações não-governamentais (ONG), o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, que lidera o conselho da Amazónia Legal, veio a público afirmar que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se precipitou ao anunciar a suspensão das operações ambientais.
"O ministro precipitou-se. (...) Não vão ser bloqueados os 60 milhões de reais do Ibama e ICMBio", disse Mourão a jornalistas, na saída da vice-presidência, em Brasília.
Situação crítica
O Pantanal, a maior zona húmida do planeta e um santuário de biodiversidade, que abrange quase 2% do território brasileiro, já perdeu 10,3% da cobertura vegetal devido ao fogo, que deve continuar a lavrar até ao final de outubro, ocasião em que termina a estação seca na região.
Já a Amazónia brasileira aproxima-se de encerrar 2020 com um recorde de área desflorestada.
As projeções de organizações ambientais indicam que 1,3 milhões de hectares da Amazónia podem ser eliminados, o que seria a maior área registada nos últimos 32 anos.