Governo do Iémen recupera último reduto dos Houthis no sul do país

por Lusa

As forças aliadas do Governo do Iémen, reconhecido pela comunidade internacional, anunciaram hoje a recuperação do último reduto dos Houthis no sul do país, que estava desde outubro nas mãos dos rebeldes.

"A terceira fase da `Operação Ciclone do Sul` terminou com a libertação do distrito de Ain (...), com a qual todos os distritos da província foram completamente libertados", disse, em comunicado, o comando das `Brigadas dos Gigantes`, uma força salafista apoiada pelos Emirados Árabes Unidos.

No final de dezembro, esta organização juntou forças com o Exército iemenita e com outros combatentes tribais próximos do Governo para expulsar os Houthis dos três distritos de Shabwa que tinham caído sob controle destes em outubro.

Na semana passada, as forças aliadas do Governo conseguiram tomar os distritos de Baihan e Ausalian e, agora, após a queda de Ain, o alto comando das Brigadas convocou as tribos para "reorganizar as fileiras para defender a sua província" contra uma possível tentativa dos Houthis de tentarem recuperar o território.

Num comunicado divulgado através da rede social Twitter, as forças aliadas agradeceram aos Emirados Árabes Unidos e à Arábia Saudita, membros de uma coligação de países árabes sunitas que intervieram no conflito iemenita em apoio ao Governo.

A aviação saudita apoiou a recuperação de Shabwa com bombardeamentos sucessivos e, segundo os Houthis, lançou hoje mais de 30 ataques em Ain e na vizinha província de Marib, palco de uma intensa ofensiva deste movimento xiita apoiado pelo Irão.

Desde que iniciaram a ofensiva em Marib - província estrategicamente localizada e rica em recursos energéticos - em fevereiro, os insurgentes conquistaram toda a região, com exceção da capital com o mesmo nome e dos campos vizinhos de petróleo e gás de Safer.

Com as conquistas em Shabwa e Al Baida, o Governo ameaça isolar as forças Houthis estacionadas em Marib, o seu último reduto no norte do Iémen, cortando uma importante linha de abastecimento.

O conflito no Iémen - que se iniciou no final de 2014 com a conquista pelos Houthis de grandes áreas do centro e oeste do país, incluindo a capital, Saná - é considerada pela ONU a maior tragédia humanitária do planeta, atualmente, com 80% da população do país a necessitar de algum tipo de assistência para colmatar as suas necessidades básicas.

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