Guerra na Ucrânia. Trump envia delegação a Paris para reunião com líderes europeus

por Joana Raposo Santos - RTP
A delegação ucraniana tem uma série de reuniões "bilaterais e multilaterais" com os aliados de Kiev e com os EUA. Foto: Alexander Kagan - Unsplash

Paris volta esta quinta-feira a ser palco de um encontro de representantes de várias nações para discutir a guerra na Ucrânia, desta vez com a participação dos Estados Unidos. Serão também debatidas formas de evitar um conflito no Irão. O presidente Donald Trump enviou para as conversações o secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff.

Tanto Rubio como Witkoff vão encontrar-se com o presidente francês, Emmanuel Macron, e com responsáveis britânicos e alemães, incluindo o secretário dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Lammy. Steve Witkoff encontrou-se três vezes com o presidente russo, Vladimir Putin, desde que Donald Trump regressou à Casa Branca, em janeiro.

A Ucrânia enviou, por sua vez, o chefe da administração presidencial ucraniana, Andriy Yermak, e dois ministros. "Acabo de aterrar em Paris. Chegámos juntamente com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Andriy Sybiga, e o ministro da Defesa, Rustem Umerov", escreveu Yermak no Telegram esta quinta-feira.

A delegação ucraniana tem uma série de reuniões "bilaterais e multilaterais" com os aliados de Kiev, nomeadamente a França, a Alemanha e o Reino Unido, mas também com os Estados Unidos.

"Estão igualmente previstas reuniões com representantes dos Estados Unidos, que se encontram atualmente em França", acrescentou o braço direito do presidente Volodymyr Zelensky.

O Ministério ucraniano dos Negócios Estrangeiros avançou, em comunicado, que estas conversações vão focar-se nas "formas de alcançar um cessar-fogo total" e na eventual mobilização de um contingente militar "multinacional" em caso de paz, algo que Kiev tem vindo a exigir aos seus aliados.

O Reino Unido e a França propuseram a criação de uma força de “tranquilização”, maioritariamente europeia, preparada para se deslocar à Ucrânia caso se inicie um cessar-fogo. No entanto, outros líderes europeus afirmam que essa força precisaria do apoio dos EUA.

O ministro polaco dos Negócios Estrangeiros, Radoslaw Sikorski, que também estará presente no encontro, disse no início da semana esperar que a Administração de Donald Trump perceba que Vladimir Putin está a “gozar com a boa vontade dos EUA”, depois de Moscovo ter levado a cabo o ataque mais mortífero deste ano contra a vizinha Ucrânia.Irão em cima da mesa
Para além de se deslocar a Paris, o enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, planeia ir também até Roma no sábado para uma segunda ronda de discussões com o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, acerca do programa nuclear do Irão.

No último sábado, os dois homens estiveram reunidos durante cerca de 45 minutos em Omã. No final, descreveram as conversações como positivas, embora tenham reconhecido que qualquer potencial acordo permanece distante.

Na segunda-feira, Donald Trump disse estar disposto a bombardear as infraestruturas nucleares do Irão no caso de não ser alcançado um acordo. No dia seguinte, segundo fontes da agência Reuters, o presidente dos EUA esteve reunido com conselheiros nacionais na Casa Branca para discutir o programa nuclear iraniano.

Agora, o encontro desta quinta-feira poderá ser uma oportunidade para a coordenação entre Estados Unidos e Europa.

c/ agências
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