Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Christophe Petit Tesson - EPA
Os hospitais de Israel dizem que os reféns que receberam estão bem de saúde e pedem respeito pela privacidade.
As forças armadas israelitas (IDF) indicaram que 200 camiões com ajuda humanitária entraram na sexta-feira em Gaza, através da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, e foram entregues a organizações internacionais de ajuda.
"O fluxo contínuo de ajuda humanitária foi aprovado pelo Governo de Israel como parte do quadro para a libertação dos reféns acordado com os Estados Unidos e mediado pelo Qatar e o Egito", refere comunicado divulgado pelas IDF na noite de sexta-feira.
As IDF divulgaram também um vídeo que mostra uma longa caravana de camiões após uma inspeção de segurança, alegadamente em Rafah, posto fronteiriço egípcio por onde são abastecidas as organizações que prestam assistência no sul da Faixa de Gaza.
Ao 49.º dia, a guerra entre Israel e o Hamas conheceu pela primeira vez uma trégua, marcada por uma histórica troca de 24 dos reféns, incluindo uma luso-israelita em posse do movimento islamita, e 39 prisioneiros palestinianos.
Acompanhando a trégua de quatro dias, que entrou em vigor às 07:00 locais (05:00 em Lisboa), caravanas de ajuda humanitária puderam entrar na Faixa de Gaza, que se encontrava isolada e à beira do colapso, sem luz, água e combustível, e onde as unidades de saúde encerravam uma atrás da outra por falta de condições, com 2,4 milhões de habitantes do enclave a enfrentarem escassez de água e comida.
Às 16:00 locais (14:00 em Lisboa), o Hamas continuava a cumprir o acordado e começou a libertar a primeira parte dos reféns envolvidos no entendimento, 24 ao todo, incluindo 13 israelitas, 10 tailandeses e um filipino, entregues à Cruz Vermelha Internacional.
Mais tarde, coube a Israel cumprir a sua parte do acordo e libertar por sua vez 39 palestinianos que se encontravam em três prisões israelitas. Vinte e oito foram deixados na Cisjordânia, enquanto os outros 11 foram levados para Jerusalém Oriental.
No grupo estavam 15 menores e 24 mulheres, segundo a lista divulgada pela comissão responsável pelos prisioneiros da Autoridade Palestiniana, num dia marcado por reencontros mas sem lugar a festejos exuberantes em Israel, onde a polícia anunciou que proibia qualquer celebração da libertação de prisioneiros em Jerusalém.
A trégua permitiu à ONU aumentar a entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza onde foram hoje descarregados 137 camiões, segundo a agência das Nações Unidas responsável pela coordenação humanitária (OCHA), a "maior caravana humanitária" a entrar no enclave desde o início do conflito.
A agência especificou que 129 mil litros de combustível também conseguiram atravessar a fronteira para Gaza e que 21 pacientes em situação crítica foram retirados do norte do enclave.
No total, 200 camiões partiram de Nitzana - uma zona de Israel perto da fronteira com o Egito onde as forças israelitas realizam inspeções a estes veículos - em direção a Rafah, informou a ONU em comunicado, sem indicar o motivo pelo qual nem todos os camiões entraram ao mesmo tempo em Gaza.
"As Nações Unidas saúdam a libertação de 24 reféns mantidos em cativeiro em Gaza desde 07 de outubro e reiteram o seu apelo à libertação imediata e incondicional dos restantes", concluiu a agência.
O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Ao 49.º dia, a guerra entre Israel e o Hamas conheceu pela primeira vez uma trégua, marcada por uma histórica troca de 24 dos reféns, incluindo uma luso-israelita em posse do movimento islamita, e 39 prisioneiros palestinianos.
Acompanhando a trégua de quatro dias, mediada pelo Qatar e Egito, e que entrou em vigor às 07:00 locais (05:00 em Lisboa), caravanas de ajuda humanitária puderam entrar na Faixa de Gaza, que se encontrava isolada e à beira do colapso, sem luz, água e combustível, e onde as unidades de saúde encerravam uma atrás da outra por falta de condições, com 2,4 milhões de habitantes do enclave a enfrentarem escassez de água e comida.
A pausa das hostilidades entrou em vigor após uma noite em que Israel continuou a atacar a Faixa de Gaza e em que o Hamas lançou mísseis contra dois colonatos israelitas situados perto do território palestiniano, cujos habitantes já tinham sido retirados.
A última madrugada foi uma igual às outras ao fim de mais de um mês e meio de bombardeamentos intensivos das forças israelitas no enclave palestiniano controlado pelo Hamas, a que seguiu uma invasão terrestre com o propósito declarado de aniquilar o movimento islamita, provocando, segundo o Governo local, cerca de 15 mil mortos, na maioria civis, 33.000 feridos, e 1,7 milhões de deslocados, de acordo com a ONU, em aglomerados urbanos reduzidos a pó.
No entanto, as colunas de fumo negro que pairavam no horizonte da Faixa de Gaza à hora do início da trégua foram sendo dissipadas com os acontecimentos do dia, afastando também temores sobre um acordo frágil desde o sangrento dia 07 de outubro, quando combatentes do Hamas invadiram o sul de Israel e massacraram cerca de 1.200 pessoas, segundo as autoridades de Telavive, e levaram mais de 200 na condição de reféns.
Às 16:00 locais (14:00 em Lisboa), o Hamas continuava a cumprir o acordado e começou a libertar a primeira parte dos reféns envolvidos no entendimento, 24 ao todo, incluindo 13 israelitas, 10 tailandeses e um filipino, entregues à Cruz Vermelha Internacional.
Ao fim do dia, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, confirmou que Adina Moshe, 72 anos, uma dos reféns israelitas libertados também tinha nacionalidade portuguesa.
"Tínhamos esperança e confirma-se que saiu", comentou o chefe da diplomacia portuguesa, que hoje realiza uma visita a Israel e Cisjordânia.
Quatro crianças, uma das quais de 2 anos, e seis idosas com mais de 70 também constam da lista oficial dos reféns hoje libertados pelo Hamas e, segundo a comunicação social israelitas, 12 pertenciam ao `kibutz` Nir Oz, um dos mais atingidos pelo Hamas no seu ataque brutal de 07 de outubro e onde foram sequestradas cerca de 80 pessoas.
Os reféns foram transportados em ambulâncias para Kerem Shalon, um posto fronteiriço entre o Egito e Israel que também liga à Faixa de Gaza.
De acordo com o plano, uma vez chegados a território israelita, os reféns foram levados em helicópteros militares para Hatzerim, uma base militar da Força Aérea no deserto do Neguev, perto da cidade de Beersheva, e dali para cinco hospitais nas imediações de Telavive.
Várias televisões mostraram em direto a saída dos reféns por Rafah, imagens em que se viu uma idosa a saudar as pessoas concentradas junto ao terminal fronteiriço.
À semelhança do que acontece todas as sextas-feiras, hoje, representantes de famílias dos reféns e centenas de israelitas organizaram uma receção do Shabat, em memória dos mais de 240 sequestrados do Hamas no centro de Telavive, que contou com a presença do ministro do Gabinete de Guerra, Benny Gantz.
Mais tarde, coube a Israel cumprir a sua parte do acordo e libertar por sua vez 39 palestinianos que se encontravam em três prisões israelitas. Vinte e oito foram deixados na Cisjordânia, enquanto os outros 11 foram levados para Jerusalém Oriental.
No grupo estavam 15 menores e 24 mulheres, segundo a lista divulgada pela comissão responsável pelos prisioneiros da Autoridade Palestiniana, num dia marcado por reencontros mas sem lugar a festejos exuberantes em Israel, onde a polícia anunciou que proibia qualquer celebração da libertação de prisioneiros em Jerusalém.
A trégua permitiu à ONU aumentar a entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza onde foram hoje descarregados 137 camiões, segundo a agência das Nações Unidas responsável pela coordenação humanitária (OCHA), a "maior caravana humanitária" a entrar no enclave desde o início do conflito.
A agência especificou que 129 mil litros de combustível também conseguiram atravessar a fronteira para o território e que 21 doentes em situação crítica foram retirados do norte do enclave.
No rescaldo do dia, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, saudou a libertação dos primeiros reféns do Hamas e prometeu o regresso de "todos os raptados".
"Concluímos o retorno do primeiro dos nossos sequestrados. As crianças, as suas mães e outras mulheres. Cada uma delas é um mundo inteiro", disse o chefe do governo numa mensagem em vídeo, embora já tenha avisado que esta trégua não significa o fim dos combates com o Hamas.
O movimento palestiniano divulgou, ao final do dia, um vídeo mostrando alguns dos seus milicianos, encapuzados e fortemente armados, a entregarem a elementos da Cruz Vermelha crianças e idosos libertados.
Em Washington, o Presidente norte-americano, Joe Biden, reiterou os apelos para uma "solução de dois estados", a fim de "acabar com o ciclo de violência no Médio Oriente" e afirmou que a libertação dos primeiros reféns "é apenas o começo", estimando ainda que existem "possibilidades reais" de prolongar a trégua.
Estima-se que as milícias palestinianas em Gaza tenham como reféns cerca de 240 pessoas, cerca de 210 nas mãos do Hamas e outras 30 da Jihad Islâmica.
Israel e o Hamas chegaram a um acordo para um cessar-fogo, que permitirá a libertação de 50 reféns israelitas que as milícias islamitas mantêm dentro da Faixa de Gaza, em troca da libertação de 150 prisioneiros palestinianos. Em ambos os casos, são mulheres e menores.
A trégua que hoje entrou em vigor poderá ser prorrogada por mais um dia até um máximo de dez dias, sendo cada um deles um teste a duas partes que há muito não experimentavam o diálogo.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) congratulou-se hoje pela sua intervenção na libertação de reféns raptados pelo Hamas e de palestinianos detidos por Israel, sublinhando a vontade de continuar o trabalho no sábado.
"Esta operação mostra o verdadeiro impacto do nosso papel como intermediário neutro entre as partes em conflito", destacou o CICV, numa declaração feita no final das libertações, no primeiro dos quatro dias de trégua acordados entre Israel e o grupo islamita Hamas.
A organização humanitária escoltou e transportou 24 reféns de Gaza para o Egito, através da passagem fronteiriça de Rafah, onde foram entregues às autoridades egípcias, enquanto os 39 palestinianos detidos em Israel deixaram a prisão de Ofer. Na maioria, foram levados para Ramallah, a capital administrativa da Autoridade Nacional Palestiniana.
Anteriormente, a centenária organização humanitária tinha indicado que as suas equipas iniciaram uma operação de "vários dias" para facilitar a libertação e transporte de reféns raptados em Gaza e de detidos palestinianos com destino à Cisjordânia.
A operação também vai permitir o envio de ajuda para Gaza, incluindo equipamentos médicos para hospitais, adiantou a organização com sede em Genebra.
O CICV reiterou que não participou nas negociações que levaram à libertação das pessoas, embora estas tenham ocorrido na mesma semana em que a presidente da organização, Mirjana Spoljaric, se reuniu no Qatar com o líder político do Hamas, Ismail Haniya.
"O nosso maior desejo é que todos os reféns sejam libertados e que os civis parem de sofrer a dor que o conflito trouxe", acrescentou o diretor regional do CICV no Médio Oriente, Fabrizio Carboni, no comunicado hoje divulgado.
Segundo o acordo alcançado entre Israel e o Hamas, mediado pelo Qatar e pelo Egito, durante os quatro dias de trégua, Israel vai receber 50 reféns israelias, que serão trocados pela libertação de 150 prisioneiros palestinianos.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol convocou hoje a embaixadora israelita em Espanha, na sequência das acusações de Israel de que o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, apoia o terrorismo ao defender a possibilidade de reconhecimento unilateral do Estado palestiniano.
A convocação da embaixadora de Israel em Espanha, Rodrica Radian-Gordon, confirmada à agência Efe por fontes diplomáticas, ocorre em resposta ao Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita que, ao início da tarde chamou os embaixadores de Espanha e Bélgica, devido às declarações no Egito do chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e do primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, que considerou "apoio ao terrorismo".
O ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, respondeu que estas acusações são "totalmente falsas e inaceitáveis" e garantiu que Espanha daria uma resposta cabal.
Para Albares, as acusações do Governo israelita "são especialmente graves" porque são dirigidas contra o atual presidente da União Europeia (UE) e o primeiro-ministro do país que ocupará a presidência da UE a partir de 01 de janeiro.
O ministro lembrou que, desde 07 de outubro, o líder do Governo, Pedro Sánchez "não hesitou em condenar o ataque terrorista do Hamas e deixar bem claro que não representa o povo palestiniano e é apenas uma organização terrorista".
Além disso, o Governo sempre apelou à "libertação incondicional e imediata de todos os reféns" e apoiou o direito do Estado israelita de se defender deste ataque terrorista, como Sánchez transmitiu na sua viagem a Israel.
Para o ministro, "isto não é incompatível" com a mensagem que Sánchez transmitiu na sua viagem a Israel, Palestina e Egito, de que "este direito de defesa deve ser feito no respeito escrupuloso pelo direito humanitário internacional".
Na última paragem do seu périplo por Israel e Palestina, na passagem fronteiriça de Rafah, entre Gaza e Egito, Sánchez mostrou-se hoje firme com a proposta espanhola de reconhecer a soberania de um Estado Palestiniano e alertou que se a UE não concorda, Espanha "tomará as suas próprias decisões".
No último ato da sua visita ao Médio Oriente juntamente com o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, o governante espanhol reiterou a sua proposta sobre o reconhecimento dos dois Estados, Israel e Palestina.
As declarações de Pedro Sánchez foram também criticadas internamente, tendo o presidente do Partido Popular espanhol (PP, direita), Alberto Núñez Feijóo, acusado o chefe do executivo de ter ido a Israel criar um "problema para Espanha".
Para o dirigente da maior formação no parlamento de Espanha, e atualmente na oposição, Sánchez foi "imprudente na política externa", enquanto fontes da liderança do PP, citadas pela agência de notícias espanhola Efe, referiram que visitar um país para "ofendê-lo" é "o oposto da diplomacia".
O ministro israelita da Comunicação, Shlomo Karhi, propôs esta quinta-feira uma resolução governamental para suspender qualquer publicidade, assinaturas ou outros laços comerciais com o jornal de esquerda "Haaretz", devido à sua cobertura do conflito na Faixa de Gaza, acusando o diário de ser o "porta-voz dos inimigos de Israel" e de veicular "propaganda derrotista e falsa" contra o Estado de Israel.
לאור הפצה באופן עקבי של "תעמולה תבוסתנית ושקרית, וחתירה נגד מדינת ישראל בשעת המלחמה" בעיתון הארץ, הגשתי כעת לממשלה, הצעת מחליטים להפסקת המימון של עיתון הארץ, כולל הפסקת הפרסום ודמי המנוי של כלל המשתמשים בשירות המדינה, כולל צה"ל, משטרה, שב"ס, משרדי ממשלה וכל חברה ממשלתית. pic.twitter.com/qdbH1K96kX
— 🇮🇱שלמה קרעי - Shlomo Karhi (@shlomo_karhi) November 23, 2023
As the Netanyahu government attempts to stifle the free press in Israel, Haaretz remains committed to reporting without fear or favor
— Haaretz.com (@haaretzcom) November 23, 2023
França e a Alemanha saudaram hoje a libertação do primeiro grupo de reféns do movimento islamita palestiniano Hamas, sequestrados durante o ataque perpetrado a 07 de outubro em território palestiniano.
O Governo francês expressou a sua satisfação pela libertação de 24 reféns do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- que desde 2007 controla a Faixa de Gaza e está classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -, alertando de que continuará mobilizado para obter a libertação dos reféns de nacionalidade francesa, estimados em oito pessoas.
"França saúda a libertação de um primeiro grupo de 24 reféns (13 israelitas, 10 tailandeses e um filipino) e a entrada em vigor de um acordo de cessar-fogo de quatro dias e pede a libertação de todos os sequestrados" pelo Hamas, comunicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O executivo francês deu a entender que entre este primeiro grupo não há qualquer refém de nacionalidade francesa. Mas há oito cidadãos franceses cujo paradeiro é desconhecido, pelo que há hipóteses de se encontrarem nas mãos do Hamas.
"A libertação de todos os nossos compatriotas é uma prioridade absoluta para França, e estamos a trabalhar sem parar para consegui-la", declarou o MNE, que em nenhum momento forneceu uma estimativa oficial do número de reféns franceses.
Segundo a comunicação social francesa, entre o grupo de oito cidadãos franceses por localizar, há três menores -- dois de 12 anos e um de 16 -- que poderão ter sido sequestrados.
Paris felicitou também o Qatar, o Egito e os Estados Unidos pelo seu trabalho de mediação, bem como a Cruz Vermelha, que foi à Faixa de Gaza buscar os reféns e transportá-los para fora daquele território palestiniano.
Entretanto, também o Presidente da República francês, Emmanuel Macron, se pronunciou sobre esta matéria, assegurando às famílias dos reféns franceses a sua "determinação" em obter a respetiva libertação.
"Saúdo a libertação de um primeiro grupo de reféns (...) Penso em especial nos reféns franceses e suas famílias. Podem contar com a nossa determinação", escreveu Macron na rede social X (antigo Twitter).
"Continuamos mobilizados ao lado dos mediadores para obter a libertação de todos", acrescentou.
Por sua vez, o Governo alemão saudou também a libertação dos primeiros reféns do Hamas, entre os quais quatro germano-israelitas.
A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, declarou-se hoje "infinitamente aliviada" com o êxito da operação.
O Governo alemão "está extremamente reconhecido a todos os que contribuíram para esta libertação", em particular o Qatar, o Egito e a Cruz Vermelha, indicou a chefe da diplomacia num comunicado, considerando "agora essencial que todos respeitem os acordos concluídos para que mais reféns sejam libertados nos próximos dias".
Um total de 24 reféns -- 13 israelitas, dez tailandeses e um filipino -- foram hoje entregues ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Faixa de Gaza pelo Hamas, anunciou o Qatar, principal mediador do conflito.
Trinta e nove prisioneiros palestinianos -- mulheres e menores -- foram libertados da prisão em Israel, em troca dos reféns, indicou o Clube dos Prisioneiros, uma organização não-governamental (ONG) que defende os presos palestinianos.
Este cessar-fogo em Gaza, iniciado hoje de madrugada, é o primeiro em sete semanas de guerra, após bombardeamentos incessantes daquele enclave palestiniano pobre e uma ofensiva terrestre desde 07 de outubro, em retaliação ao ataque perpetrado por combatentes do Hamas infiltrados em território israelita, que fez 1.200 mortos, na maioria civis, e cerca de 5.000 feridos.
O Exército israelita estimou em cerca de 240 o número de pessoas sequestradas pelo Hamas a 07 de outubro e desde então mantidas em cativeiro na Faixa de Gaza.
A bebé luso-palestiana salva do meio dos bombardeamentos em Gaza continua internada no hospital de Santa Maria em lisboa mas por razões sociais.
Neste primeiro-dia da tréguas e troca de reféns, o ministro dos Negócios Estrangeiros português esteve em Israel e depois em Ramallah, na Cisjordânia.
A trégua acordada e a libertação de reféns prevê também o envio de mais ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
O Hamas libertou 13 mulheres e crianças israelitas, dez trabalhadores tailadenses e um filipino. Em troca, Israel devolveu 39 prisioneiros palestinianos.
Muitas famílias anseiam por saber quem serão os próximos reféns a ser libertados, como conta o enviado especial da RTP, Paulo Jerónimo.
Já estão em liberdade 24 dos reféns que tinham sido raptados pelo Hamas. Entre os que viram hoje a liberdade está Adina Moshe, uma luso-israelita de 72 anos.
O Governo palestiniano fez hoje votos de que a trégua entre Israel e o grupo islamita Hamas "se transforme num cessar-fogo permanente" e manifestou disponibilidade para trabalhar com a comunidade internacional para garantir que esta é "a última guerra".
"Que esta trégua - que saudamos - se transforme em permanente e se desenvolva para um cessar-fogo permanente", disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano, no final de um encontro com os homólogos português, João Gomes Cravinho, e eslovena, Tanja Fajon, em Ramallah, Cisjordânia.
No encontro, os três governantes abordaram perspetivas sobre o "dia seguinte" na Faixa de Gaza, após a guerra com Israel.
"Concordámos em muitos aspetos em como antevemos o dia seguinte e como devemos trabalhar juntos para garantir que desta crise saia uma oportunidade e tomar partido dessa oportunidade para garantir que esta guerra seja a última guerra a acontecer", declarou Riyad al-Maliki, que sublinhou o empenho da Autoridade Palestiniana na resolução do conflito.
"Estamos muito empenhados e dispostos, como Governo e Estado palestiniano, a fazer o que é necessário com a comunidade internacional para garantir que a guerra termine, que a matança acabe, que o cessar-fogo se torne permanente e que a assistência humanitária flua e alcance toda a gente, não só no sul mas também no norte", garantiu o chefe da diplomacia da Palestina.
O seu executivo, reiterou, está disposto a trabalhar "de forma próxima com Portugal e Eslovénia, juntamente com a União Europeia (UE) e a Liga Árabe" para "contemplar esta oportunidade e garantir que mais nenhuma criança ou mulher palestiniana ou israelita é morta".
Al-Maliki sublinhou a necessidade de prestar atenção ao "sofrimento de 2,5 milhões de palestinianos em Gaza" e que é necessário perceber "como lhes devolver comida, água, eletricidade, combustível, atenção médica, mas também esperança de que o bombardeamento e a matança os poupe e de que o futuro seja muito melhor que hoje".
"A ocupação deve chegar ao fim e a Palestina deve usufruir de liberdade como qualquer outro povo no mundo", salientou, afirmando que o seu Governo procura "paz e justiça na Palestina, em Israel e em toda a parte".
O governante palestiniano deplorou "o deslocamento forçado da população" em Gaza e apontou como "inaceitável" a reocupação de Gaza "no seu todo ou em parte".
JH // SCA
Lusa/Fim
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, saudou a trégua de quatro dias celebrada entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, que começou hoje, mas pediu que seja prolongada para fins humanitários.
Borrell exigiu ainda que o cessar-fogo seja "totalmente implementado, como um primeiro passo para acabar com a terrível situação humanitária em Gaza", de acordo com um comunicado, citado pela agência Efe.
O alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança frisou também que o Hamas deve libertar incondicionalmente todos os reféns que capturou em 07 de outubro, porque "ninguém deve negociar com vidas civis".
Na mesma linha, acrescentou que a ajuda humanitária que pode entrar em Gaza durante a trégua deve chegar aos civis neste enclave "sem condições".
O cessar-fogo, que faz parte de um acordo para a libertação de 50 reféns israelitas em troca de 150 prisioneiros palestinianos, durará quatro dias e poderá ser estendido para dez se o Hamas entregar mais pessoas sequestradas e servirá também para a entrada de ajuda humanitária para o enclave.
Borrell realçou que a UE deplora o grande número de mortes de civis, particularmente de mulheres e crianças, e reiterou que o direito de Israel de se defender deve basear-se na legislação internacional.
"Um horror não pode justificar outro horror. A espiral atual deve ser invertida, para o bem de ambos os povos", defendeu o diplomata espanhol.
Josep Borrell também disse que "a violência dos colonos contra os palestinianos na Cisjordânia é inaceitável", tal como os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 já expressaram.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, 5.000 feridos e cerca de 240 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 49.º dia e ameaça alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e mais de 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, 200 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas ou em ataques perpetrados por colonos.
A organização Aliados -- Associação Luso-Israelita reagiu hoje com "emoções contraditórias" à libertação de 24 reféns retidos desde 07 de outubro pelo Hamas, celebrando o regresso a casa de cidadãos inocentes, mas expectante com a libertação dos restantes.
A associação civil independente reagiu, num comunicado enviado à agência Lusa, à libertação dos 24 reféns do Hamas, entre eles 13 cidadãos israelitas - que já se encontram em Israel - 10 tailandeses e um filipino.
"Nos últimos 50 dias, desde o ataque brutal pela organização terrorista Hamas contra civis israelitas, a Aliados, enquanto associação luso-israelita, tem estado empenhada em sensibilizar os portugueses em geral e os líderes portugueses em particular para a libertação dos 240 reféns - crianças, mulheres, homens, jovens e idosos", lê-se no documento.
"Por um lado, celebramos o regresso destes cidadãos inocentes e aguardamos com expectativa a libertação da totalidade das 50 crianças e mulheres israelitas nos próximos quatro dias, conforme estipulado no acordo. Por outro lado, enfatizamos a necessidade premente de continuar os esforços para garantir a libertação de todos os reféns", acrescentou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, confirmou hoje a libertação, pelo grupo islamita Hamas, de uma refém com nacionalidade portuguesa.
Adina Moshe, 72 anos, é uma de 24 reféns libertados até agora, de acordo com as autoridades israelitas, no primeiro dia de trégua em Gaza.
"Efetivamente tínhamos a esperança, não queríamos falar muito do assunto. Tínhamos esperança e confirma-se que saiu", comentou o chefe da diplomacia portuguesa, que hoje realiza uma visita a Israel e Cisjordânia.
Para a Aliados, 180 civis inocentes vão, "infelizmente, permanecer nas mãos do grupo terrorista, que ceifou brutalmente as vidas de familiares e amigos" durante o ataque de 07 de outubro.
"Muitos dos reféns testemunharam o assassínio de mães, pais, irmãos, avós ou amigos e foram depois raptados. A situação é particularmente delicada, pois, mesmo com algumas famílias a reencontrarem-se, outras continuam separadas. Temos cenários em que mães e crianças voltam a casa, mas o pai fica refém, ou os avós ficam para trás, jovens que não voltam para os seus pais ou idosos a precisar de cuidados que continuam reféns", sustenta a associação.
A associação saúda a intervenção da Cruz Vermelha para atender às necessidades humanitárias dos reféns.
"É um aspeto crucial deste acordo, considerando as condições desumanas em que foram mantidos, sem acesso a tratamento médico ou medicamentos vitais e sem termos quaisquer informações sobre o seu estado", acrescenta a associação.
"Expressamos a nossa gratidão pelo ato de solidariedade do governo português, destacando a visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros a Israel e à sede que representa as famílias dos reféns. Esperamos que esse gesto inspire mais líderes a se manifestarem e a exigirem a libertação de todos os reféns", refere a Aliados.
O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Os países-membros da União Europeia (UE) e o Canadá manifestaram hoje intenção de "contribuir para reacender" as negociações de paz no Médio Oriente e avançar com a criação de um Estado Palestiniano "independente, democrático e soberano".
Em comunicado, no final da XIX cimeira bilateral entre a UE e o Canadá, em San Juan de Terranova, os dois lados criticaram "qualquer saída forçada" de palestinianos da Faixa de Gaza.
Na cimeira participaram os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel, juntamente com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau.
Von der Leyen insistiu na necessidade de evitar o contágio do conflito a todo o Médio Oriente e disse que está na altura de discutir a solução dos dois Estados (israelita e palestiniano), que é defendida pela UE.
Os representantes dos 27 e o primeiro-ministro do Canadá concordaram que em trabalhar em conjunto e "contribuir para reacender o processo de paz" entre todos os interlocutores no Médio Oriente, nomeadamente Israel e os países árabes.
E a única maneira de assegurar que a paz prospera, de acordo com von der Leyen, Michel e Trudeau, é criar um Estado palestiniano "independente, democrático, viável e soberano", livre da influência do movimento islamita Hamas e de outros países da região.
Adina Moshe foi raptada do kibutz de Nir Oz durante o Ataque do Hamas, a 7 de outubro. O marido desta refém foi morto nessa noite.
Os Estados Unidos saudaram a trégua entre Israel e Hamas hoje iniciada e afirmaram que é "urgente e imperativo" que sejam estabelecidos mecanismos duradouros para acelerar a ajuda humanitária a Gaza.
A afirmação foi feita pela administradora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Samantha Power, poucas horas após o início da primeira trégua entre Israel e o Hamas e ao fim de um mês e meio de guerra.
"Os Estados Unidos saúdam a pausa nas hostilidades em Gaza como uma oportunidade para acelerar a prestação segura de assistência humanitária vital a civis palestinianos em grande necessidade e facilitar a libertação de reféns capturados pelo Hamas após 48 dias angustiantes de cativeiro", disse Power num comunicado.
Com aproximadamente 1,7 milhões de pessoas deslocadas internamente e 2,2 milhões de civis necessitados de assistência humanitária, a magnitude das necessidades humanitárias em Gaza "é impressionante", detalhou.
O cessar-fogo, que faz parte de um acordo para a libertação de 50 reféns israelitas em troca de 150 prisioneiros palestinianos, durará quatro dias e poderá ser estendido para dez se o Hamas entregar mais pessoas sequestradas e servirá também para a entrada de ajuda humanitária para o enclave.
Esta pausa, observou a USAID, é "um resultado direto da diplomacia americana" e "permitirá às organizações humanitárias entregar alimentos, medicamentos, água e outra ajuda vital aos civis".
Além disso, acrescentou, "facilitará a evacuação de doentes, feridos e outras pessoas vulneráveis que enfrentam condições extremamente difíceis".
Os Estados Unidos estão em coordenação direta com os Governos de Israel e do Egito, a ONU e outros intervenientes internacionais para transferir assistência humanitária e pessoal para Gaza.
Até à data, Washington entregou cerca 226,8 toneladas em assistência alimentar àquela região.
"Continuaremos a enfatizar às partes a importância crítica de proteger os civis de acordo com o direito humanitário internacional", acrescentou a responsável da USAID.
Desde que a guerra entre Israel e o Hamas começou, em 07 de outubro, o número de mortos ultrapassou os 14.800, incluindo 4.000 crianças e 6.000 mulheres.
Quatro crianças, uma das quais de dois anos, e seis idosas com mais de 70 anos constam da lista oficial dos reféns hoje libertados, após um acordo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
O documento, divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, refere os nomes dos 13 reféns.
Entre eles, figuram, nomeadamente, uma mãe de 34 anos e as suas duas filhas, de dois e quatro anos, uma mulher de 85 anos e uma família com três gerações: a avó, a sua filha e o seu neto. Nenhum homem foi libertado.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, confirmou hoje a libertação, pelo grupo islamita Hamas, de uma refém com nacionalidade portuguesa.
Adina Moshe, 72 anos, é uma de 24 reféns libertados até agora, de acordo com as autoridades israelitas, no primeiro dia de trégua em Gaza ao fim de um mês e meio de bombardeamentos e combates.
"Efetivamente tínhamos a esperança, não queríamos falar muito do assunto. Tínhamos esperança e confirma-se que saiu", comentou o chefe da diplomacia portuguesa, que hoje realiza uma visita a Israel e Cisjordânia.
Os libertados são 13 israelitas, entra os quais uma mulher com cidadania portuguesa, 10 tailandeses e um filipino.
Reuters
13 israelitas, 10 cidadãos tailandeses e um de nacionalidade filipina foram esta tarde de sexta-feira libertados pelo Hamas, no âmbito do acordo celebrado entre a organização e o Governo de Israel.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, confirmou hoje a libertação, pelo grupo islamita Hamas, de uma refém com nacionalidade portuguesa.
Adina Moshe, 72 anos, é uma de 24 reféns libertados até agora, de acordo com as autoridades israelitas, no primeiro dia de trégua.
"Efetivamente tínhamos a esperança, não queríamos falar muito do assunto. Tínhamos esperança e confirma-se que saiu", comentou o chefe da diplomacia portuguesa, que hoje realiza uma visita a Israel e Cisjordânia.
Está confirmado. Foi libertada esta tarde pelo Hamas uma refém luso-israelita. Adina Moshe tem 72 anos. O marido foi morto no ataque de 7 de outubro do Hamas.
Os 13 reféns israelitas retidos em Gaza já se encontram em território israelita, anunciou hoje o exército de Israel, após terem sido libertados pelo movimento islamita Hamas.
"Os reféns libertados foram submetidos a um exame médico inicial em território israelita. Continuarão acompanhados por soldados das Forças de Defesa de Israel a caminho dos hospitais israelitas, onde se reunirão com assuas famílias", indicou um porta-voz militar citado pela agência EFE.
"As Forças Especiais do Exército e os Serviços de Informações israelitas estão atualmente com os reféns libertados", indicou um comunicado do exército.
Antes, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed Al-Ansari, havia indicado que"entre os libertados hoje pelo Hamas estão 13 cidadãos israelitas, "alguns dos quais têm dupla nacionalidade, bem como 10 cidadãos tailandeses e um cidadão filipino".
A diplomacia do Qatar - que mediou a libertação de reféns e prisioneiros, ao abrigo do acordo de tréguas na Faixa de Gaza - acrescentou que "39 mulheres e crianças [palestinianas] detidas em prisões israelitas" também tinham sido libertados.
Apesar da incerteza inicial, foi agora confirmado que uma das reféns libertadas pelo Hamas tem também nacionalidade portuguesa.
Foi confirmada a libertação do grupo de 39 palestinianos detidos nas prisões israelitas. Constituem este grupo 24 mulheres e 15 menores palestinianos.
Fazem parte do grupo de libertados 10 tailandeses e não 12, como inicialmente foi indicado. Há ainda um filipino neste grupo. São assim 24 os reféns libertados e não os 25 anunciados.
A Cruz Vermelha Internacional confirmou na sexta-feira que as suas equipas começaram a levar a cabo uma operação de vários dias para facilitar a libertação e transferência de reféns detidos em Gaza e de detidos palestinianos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou a partir de Ramallah, na Cisjordânia, que a situação que se desenrola no terreno não deverá servir como pretexto para relocalização da população palestiniana que vive em Gaza. João Gomes Cravinho insiste na necessidade de prosseguir o diálogo com Israel para assegurar uma solução diplomática rumo aos dois Estados a viverem em paz lado a lado.
De acordo com indicação do porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros do Catar, a Cruz Vermelha recebeu já 24 civis que estavam reféns do Hamas.
O Governo português disse hoje desconhecer se há algum cidadão português entre os 50 reféns do grupo islamita palestiniano Hamas que deverão ser libertados no âmbito da trégua de quatro dias acordada com Israel.
"Sabemos que há um conjunto de critérios que foram estabelecidos e não sabemos se haverá algum cidadão português contemplado dentro destes 50. Temos expectativas que todos os portugueses sejam libertados, mas naturalmente que, olhando para as características identificadas, só haverá eventualmente uma pessoa que pode vir a ser libertada durante os próximos dias. Não temos ainda nenhuma garantia quanto a isso", acrescentou.
Segundo o acordado entre o Hamas e Israel, será dada prioridade a mulheres e menores na libertação de reféns.
O ministro português destacou a "enorme coragem" dos familiares de reféns, alguns dos quais também vivem um período de luto por terem tido familiares mortos.
"Disse-lhes que tudo faríamos, naturalmente, para promover a libertação desses reféns", salientou.
Sobre a sua deslocação a Israel, que fez em conjunto com a homóloga eslovena, Tanja Fajon, Gomes Cravinho referiu que a conversa que manteve esta manhã com o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Eli Cohen, "foi uma conversa entre amigos", acrescentando: "E é entre amigos que se devem dizer, às vezes, verdades duras e difíceis".
"Tivemos uma conversa, que diria muito franca, com o ministro israelita, a quem expressei condolências, solidariedade, mas também profunda preocupação em relação à atitude em relação a Gaza e ao número de mortos e a violência em Gaza. Portanto, tivemos pontos de convergência e pontos de divergência, mas sublinhei a importância que atribuímos a que se encontre um caminho para a paz, e que a utilização de meios violentos não é o melhor caminho", referiu o chefe da diplomacia portuguesa.
João Gomes Cravinho teve também "uma reunião muito útil" com o Presidente israelita, Isaac Herzog, que permitiu "pensar sobre o futuro".
"Pensando sobre qual pode ser a natureza de Gaza daqui a um ano, por exemplo, pensando sobre que papel pode haver para uma intervenção internacional. O caminho não é fácil, mas foi extremamente interessante começar a identificar alguns dos elementos para que se utilize esta situação trágica para projetar uma dinâmica de paz", afirmou.
Depois da deslocação a Israel, que incluiu também uma visita ao `kibbutz` de Sfar Aza, no sul do país, uma das comunidades atacadas pelo Hamas em 07 de outubro, os ministros português e eslovena seguem para a Cisjordânia, onde se encontrarão com o homólogo palestiniano, Riyad al-Maliki, e com o primeiro-ministro, Mohammad Shtayyeh.
No primeiro dia de um périplo pelo Médio Oriente, o ministro português dos Negócios Estrangeiros visitou um kibbutz atacado pelo Hamas a 7 de outubro. Ouvido em Telavive pelos enviados especiais da RTP, João Gomes Cravinho revelou ter mantido "uma conversa muito franca" com o homólogo israelita, a quem manifestou solidariedade, mas também preocupação face ao "número de mortos" e à "violência em Gaza".
O futebolista argelino Youcef Atal, do Nice, foi detido ao abrigo de uma investigação por “apologia ao terrorismo”, após uma publicação ligada ao conflito entre Israel e o Hamas, foi agora anunciado.
Portugal e Eslovénia defenderam hoje, junto do Governo israelita, que o conflito com o grupo islamita Hamas não será resolvido pela via militar, pedindo uma "solução diplomática" que permita "uma paz sustentável" com vista à implementação dos dois Estados.
Num encontro em Sderot, sul de Israel, os ministros dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, e eslovena, Tanja Fajon, transmitiram ao homólogo israelita, Eli Cohen, condolências pelos ataques do grupo islamita palestiniano Hamas em 7 de outubro, que fizeram cerca de 1.200 mortos e mais de 200 reféns, enquanto deploraram também o elevado número de mortos na Faixa de Gaza resultado dos ataques israelitas.
"Quero apresentar as nossas mais profundas condolências e a nossa solidariedade a todos aqueles que sofreram estas atrocidades e esta violência às mãos do Hamas no dia 7 de outubro. Todo o Estado português, toda a população portuguesa estão solidários", declarou o governante português.
Sobre a situação em Gaza, Gomes Cravinho sublinhou que as autoridades portuguesas estão "extremamente preocupadas e perturbadas com o elevado número de vítimas civis", salientando a necessidade de procurar uma solução além da militar.
"É muito importante passar do militar para o diplomático, da violência para a paz e criar uma dinâmica que nos permita construir uma paz sustentável para o futuro com uma solução de dois Estados. Sabemos que isso leva tempo, mas estamos profundamente convencidos de que, no final do dia, não será uma solução militar, terá de ser também uma solução diplomática", comentou.
Por seu lado, a ministra Tanja Fajon considerou que "cada vida inocente é uma vida a mais".
"Estamos unidos no apoio a Israel, lutando juntos contra o terrorismo e contra todas as formas de extremismo", disse a governante eslovena.
A chefe da diplomacia da Eslovénia enalteceu o início, esta manhã, de uma trégua de quatro dias, acordada entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, fazendo votos de que sejam libertados "todos os reféns mantidos pela organização terrorista".
"Ao mesmo tempo, estamos muito chocados, por vermos tantos civis inocentes a serem mortos [em Gaza] desde 7 de outubro, tantas mulheres e crianças", lamentou, sublinhando a "importância do respeito pelo Direito internacional humanitário".
"Não pode haver uma solução militar para garantir a paz e a estabilidade na região e nós queremos apoiar Israel nos seus esforços para alcançar a segurança", declarou, antes de assinalar: "A única garantia para a segurança de Israel é também a solução pacífica, a solução de dois Estados, que pode levar ao reconhecimento da Palestina. Temos de trabalhar em prol de uma paz justa e duradoura na região".
Na resposta, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Eli Cohen, garantiu que Israel retomará a guerra após a trégua e "até que sejam eliminados todos os terroristas do Hamas".
A trégua de quatro dias entrou em vigor às 07:00 de hoje (05:00 em Lisboa) após mais de um mês e meio de guerra, como parte de um acordo para libertar 50 reféns em troca de 150 prisioneiros palestinianos.
A guerra eclodiu quando membros do Hamas invadiram o sul de Israel, matando pelo menos 1.200 pessoas, na maioria civis, e fazendo reféns, incluindo bebés, mulheres e idosos, bem como soldados.
Espera-se que o Hamas exija um grande número de prisioneiros em troca dos soldados.
Os bombardeamentos israelitas em Gaza, agora na sétima semana, fizeram até agora neste enclave palestiniano pobre cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
Yoav Gallant já veio dizer que a trégua em curso com o Hamas é uma "pausa curta" após a qual Israel voltará a operar com força militar total.
Foto: Ronen Zvulun - Reuters
Começou esta sexta-feira e vai durar quatro dias. Durante este período, haverá troca de reféns do Hamas por prisioneiros palestinianos em Israel.
Neste primeiro dia de trégua, está em Israel o ministro português dos Negócios Estrangeiros.
A calma reina na zona fronteiriça do sul do Líbano, esta sexta-feira, desde que a trégua entre Israel e o Hamas entrou em vigor na Faixa de Gaza, segundo um fotógrafo da AFP.
Um porta-voz da Organização Mundial de Saúde explicou estarem a trabalhar em novas evacuações dos hospitais do norte de Gaza para aproveitar ao máximo a trégua, mas deixou receios pela segurança dos que permanecem no Hospital Al Shifa.
This humanitarian pause is critical to end the terrible ordeal of hostages held by Hamas and get life-saving aid into Gaza.
— Rishi Sunak (@RishiSunak) November 24, 2023
I want to thank Qatar, Egypt and others for the intensive diplomacy that has got us here. We will not stop until all hostages are safely returned. https://t.co/57ir5Tzfhf
O representante diplomático da Palestina em Lisboa recusa a ideia de que o Hamas seja um grupo terrorista, defendendo que o movimento islamita, ao assistir à interminável ocupação israelita, mostrou a Telavive o que é "luta de resistência".
Em declarações à agência Lusa, Nabil Abuznaid salientou que os palestinianos "acreditam na democracia" e que o Hamas, considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, "faz parte desses palestinianos", mas que, tal como em todos os países, "há uma oposição e uma corrente dominante, uma direita e uma esquerda".
"Tentámos que a ANP [Autoridade Nacional Palestiniana] avançasse para a paz. Assinámos um acordo de paz com Israel. Reconhecemos Israel e o que aconteceu? [Itzhak] Rabin [o quinto primeiro-ministro de Israel, de 1974 a 1977, e de 1992 até ao seu assassínio em 1995] foi morto, Israel ocupou ou confiscou sete vezes mais terras do que as que tinha antes de [os acordos de paz assinados com a Organização para a Libertação da Palestina, então liderada por Yasser Arafat, em] Oslo", sustentou Abuznaid.
"O Hamas diz que não somos estúpidos para acreditar nos israelitas. Perderam mais terras, [foram alvo de] maior opressão e não conseguiram nada para os palestinianos no acordo de paz. Por isso, devemos seguir um caminho diferente, que os israelitas talvez compreendam, que é a luta de resistência. De acordo com o direito internacional, as pessoas têm o direito de resistir à ocupação", justificou o diplomata.
Abuznaid lembrou que, na História, nunca os povos em conflito obtiveram a liberdade através de uma carta no correio.
"Em que país da História as pessoas obtiveram a sua liberdade através de uma carta numa caixa de correio. As pessoas tiveram de lutar pela liberdade. Têm de a merecer. Os israelitas têm um bom apetite pelas terras e não as vão deixar. O que é que podemos oferecer ao nosso povo agora?", acrescentou.
Questionado pela Lusa sobre qual o futuro de uma governação na Faixa de Gaza após o final de um conflito em que não se perspetiva qualquer solução a curto prazo, Abuznaid afirmou não acreditar que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a pare até atingir o objetivo de acabar com a resistência palestiniana.
"Penso que Netanyahu está a tentar marcar mais pontos, a matar mais palestinianos, mas penso que a atitude do mundo mudou, sendo exemplo disso as manifestações de apoio [à causa palestiniana] nos Estados Unidos, que estão a dificultar as coisas a [Joe] Biden", Presidente norte-americano, avisou.
"Penso que Netanyahu tem de compreender que não pode ir mais longe, que tem de parar. Mas o que está a dizer é que vai intensificar os ataques a Gaza", acrescentou.
Instado pela Lusa a comentar as críticas que têm como alvo a própria ANP, sobretudo pelo papel pouco ativo que tem demonstrado no conflito na Faixa de Gaza, Abuznaid desdramatizou-as.
"A Autoridade Palestiniana está a tentar fazer o seu melhor para não arrastar a Cisjordânia para as mãos de Netanyahu. Netanyahu está a tentar empurrar as pessoas de Gaza para o Egito ou para o Sinai, está a tentar criar uma zona tampão no norte de Gaza, está a tentar livrar-se dos palestinianos", afirmou.
"Conhecemos o comportamento dos colonos que se encontram na Cisjordânia, que são apoiados pelo exército israelita e que estão a tentar aumentar a violência na Cisjordânia, para que Netanyahu tenha uma desculpa para matar mais palestinianos ou para nos empurrar para a Jordânia", país vizinho, acrescentou.
Abuznaid recusou terminantemente a possibilidade de Israel vir a governar a Faixa de Gaza e a própria Cisjordânia, defendendo que a "ocupação" israelita, que data de 1967, tem de acabar, pois não é Telavive que determina quem pode exercer o poder nos dois territórios.
"A Faixa de Gaza e a Cisjordânia são zonas palestinianas. Isso é reconhecido pela comunidade internacional. Este é o nosso país. Está ocupado por Israel. Não é outra pessoa que nos pode dizer quem o vai governar. Esta é uma terra ocupada em 1967 por Israel. O mundo inteiro diz que é uma terra palestiniana. Deveria fazer parte do Estado palestiniano. Portanto, não cabe a Netanyahu dizer isso", frisou.
Sobre se vê qualquer possibilidade de reconciliação entre o Hamas e a Fatah, divididos desde 2007, Abuznaid admitiu que "tudo é possível", mas que tem de se contar com o interesse dos palestinianos.
"Tudo é possível com o interesse dos palestinianos. Estamos em tempo de guerra e devemos estar unidos. Mas acreditamos, enquanto ANP, em negociações pacíficas. A questão que se coloca agora aos israelitas é se estão dispostos a reconhecer os palestinianos? Esta é a questão. Quais são as fronteiras de Israel? Israel é o único Estado? Não declara as suas fronteiras? Têm de dizer que aceitam as fronteiras de 1967. Aí, o Hamas estará a bordo", respondeu.
O conflito em Gaza desencadeado a 7 de outubro pelo ataque surpresa do movimento islamita Hamas a Israel prossegue sem fim à vista, embora se perfile uma trégua humanitária condicionada às exigências das várias partes.
Com as forças israelitas a reforçarem o seu controlo em Gaza e a destruírem os centros de poder do Hamas e infraestruturas civis, Estados Unidos, União Europeia, Nações Unidas e países árabes já começaram a tomar posição sobre a administração do território pós-conflito.
Segundo dados das autoridades locais da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, cerca de 45% de todas as habitações do enclave já foram destruídas ou gravemente danificadas. Eis alguns pontos essenciais sobre os cenários pós-conflito defendidos pelas diferentes partes:Protetorado da ONU em Gaza rejeitado por Guterres
A 20 de novembro, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, rejeitou que Gaza se torne "protetorado da ONU" depois da guerra, defendendo em alternativa uma "transição" envolvendo múltiplos atores, nomeadamente os Estados Unidos e os países árabes."É importante poder transformar esta tragédia em oportunidade e, para que isso seja possível, é essencial que depois da guerra avancemos de forma decisiva e irreversível em direção a uma solução de dois Estados", disse António Guterres à imprensa na sede da ONU.
Isto requer que "a responsabilidade por Gaza seja assumida por uma Autoridade Palestiniana fortalecida", mas esta "não pode ir para Gaza com os tanques israelitas", pelo que "a comunidade internacional deve considerar um período de transição", adiantou.
"Não creio que um protetorado da ONU em Gaza seja uma solução. Penso que precisamos de uma abordagem multilateral, onde diferentes países, diferentes entidades, irão cooperar", disse Guterres.
Israel quer controlo de Gaza após fim do conflito
Netanyahu tem vindo a moldar o seu discurso nos últimos dias, com sucessivas entrevistas nas quais tem afirmado que Israel assumirá "responsabilidade de segurança" sobre a Faixa de Gaza por um "período indefinido", mas que não tem intenção de reocupar o território.
Apesar de aparente oposição a este cenário pelos Estados Unidos, o primeiro-ministro israelita, noutra declaração, disse querer "outra coisa" em vez da Autoridade Palestiniana (AP), presidida por Mahmoud Abbas, a governar a Faixa de Gaza, após a guerra que está a travar para "erradicar" o grupo islamita Hamas.
"Não pode haver uma autoridade dirigida por alguém que, mais de 30 dias após o massacre [de 07 de outubro], ainda não o condenou (...). Será necessário algo mais lá. Mas, em todo o caso, terá de haver o nosso controlo de segurança", afirmou Netanyahu, insistindo que Israel precisa de "um controlo de segurança total, com a possibilidade de entrar sempre que quiser, para retirar os terroristas que possam surgir novamente".
Mais radical do que Netanyahu, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita, defende que a AP "deve ser tratada da mesma forma" que o Hamas, pois o conceito de Palestina falha em Gaza como também na Judeia e Samaria (nome bíblico para a Cisjordânia usado pelas autoridades israelitas para se referirem ao território].
"Temos de confrontar o Hamas e a AP, que tem uma visão semelhante à do Hamas e cujos dirigentes simpatizam com o massacre perpetrado pelo Hamas [nos ataques de 07 de outubro], da mesma forma que o fazemos em Gaza", afirmou.
Ben Gvir disse que confiar no Presidente da ANP, Mahmoud Abbas, que descreveu como "um negacionista do Holocausto", é um ato de "ilegalidade". "A contenção vai rebentar-nos na cara, tal como aconteceu em Gaza. É altura de agir", afirmou.
Segunda-feira, o ministro das Finanças israelita Bezalel Smotrich, ligado à extrema-direita, disse que Israel deveria "desmoronar o sistema estatal" em Gaza.
Outro membro do Governo de Netanyahu, a ministra da Informação Gila Gamliel, foi ainda mais longe e roçou a ideia do desaparecimento dos palestinianos da região, ao afirmar que a comunidade internacional devia "promover o realojamento voluntário" de palestinianos fora da Faixa de Gaza, noutros países.
"Em vez de enviar dinheiro para reconstruir Gaza ou para a fracassada UNRWA [a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos], a comunidade internacional podia ajudar a financiar o realojamento e ajudar os habitantes de Gaza a construir as suas novas vidas nos seus novos países de acolhimento", afirmou Gamliel em artigo publicado no jornal Jerusalem Post.
Membro do Likud, o partido liderado por Netanyahu, Gamliel defende esta solução por considerar que "todas as outras falharam", nomeadamente a retirada dos colonatos da Faixa de Gaza e a "construção de muros altos na esperança de manter os monstros do Hamas fora de Israel".
"Seria uma situação em que todos ganhariam: para os civis de Gaza, que querem uma vida melhor, e para Israel, depois desta terrível tragédia", afirmou a ministra.
Autoridade Palestiniana quer continuar a governar
O presidente da AP, Mahmoud Abbas, curiosamente no discurso que assinalou o 35.º aniversário da declaração de independência da Palestina, acusou Israel de travar uma conflito contra a existência dos palestinianos, salientando a "bárbara agressão e uma guerra aberta de genocídio contra o povo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, incluindo Jerusalém, a capital eterna" palestiniana.
O presidente da AP tem a sede em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, geograficamente separada da Faixa de Gaza por território israelita. O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007.
Abbas, 88 anos, disse que a Palestina é a terra onde o povo palestiniano "vive há mais de 6.000 anos" e considerou vergonhoso haver quem apoie a agressão israelita e lhe dê cobertura política e militar.
"[A Faixa de Gaza] foi e continuará a ser para sempre parte integrante do território do Estado da Palestina. E é parte integrante das nossas responsabilidades nacionais que não podemos abandonar", acrescentou, numa altura em que se questiona quem assumirá o controlo da Faixa de Gaza se Israel derrotar o Hamas.
Abbas recordou a declaração de independência como o corolário da luta histórica da Organização de Libertação da Palestina (OLP). Disse que o povo decidiu que a OLP "seria o seu único representante legítimo, o portador do seu estandarte nacional e o guardião do sonho da independência, do regresso e do Estado".
Irão quer manter Hamas no poder em Gaza
O Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, exige uma "decisão firme" dos países da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) de apoio aos palestinianos e condenação das ações de Israel na Faixa de Gaza, garantindo novamente o apoio à manutenção do Hamas no poder no enclave.
O Irão é aliado do Hamas e também do grupo xiita libanês Hezbollah, com quem as forças israelitas trocam ataques quase diariamente na fronteira libanesa.
A 17 deste mês, o chefe da Força Quds da Guarda Revolucionária do Irão prometeu que Teerão e outros membros do "eixo da resistência" impedirão Israel de atingir os seus objetivos em Gaza, incluindo a eliminação do Hamas.
UE e Estados Unidos defendem dois Estados
Tal como afirmaram os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Egito, Abdelfatah al-Sisi, o chefe de Estado norte-americano, Joe Biden defendeu que a solução de dois Estados é "mais necessária do que nunca", sublinhando que Gaza e a Cisjordânia devem permanecer nas mãos da AP, mas só depois de Israel conseguir derrotar o Hamas na Faixa de Gaza.
"A solução de dois Estados é a única forma de garantir a segurança a longo prazo tanto do povo israelita como do povo palestiniano. Embora possa parecer um tiro no escuro agora, esta crise tornou-a mais necessária do que nunca", afirmou Biden num artigo de opinião publicado a 18 deste mês no The Washington Post.
Na opinião de Biden, para alcançar a solução de dois Estados, vivendo lado a lado com condições iguais de "liberdade e dignidade", é necessário o empenho de israelitas e palestinianos, bem como dos Estados Unidos e dos seus aliados.
O líder democrata voltou a distanciar-se do plano de Netanyahu, que levantou a hipótese de assumir o controlo da Faixa de Gaza por tempo indefinido.
Para Biden, não deve haver "deslocação forçada" de palestinianos de Gaza, nem "reocupação, cerco, bloqueio ou redução do território" da Faixa por parte de Israel.
Para a Casa Branca, Gaza e a Cisjordânia "devem ser reunidas sob uma única estrutura de governo, em última análise sob uma ANP revitalizada".
No mesmo tom, o alto representante da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou que a solução de dois Estados seja real é necessário deixar claras as linhas vermelhas que não podem ser ultrapassadas: não há reocupação dos territórios palestinianos nem deslocação forçada da população palestiniana.
Para Borrell, não há três territórios palestinianos: Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental. "Há um território palestiniano. Portanto, não haverá redução do território de Gaza", disse na sua intervenção.
Perante este cenário, Borrell afirmou que "o Hamas já não pode ter o controlo de Gaza" e apontou a ANP como a "única" entidade que o poderá fazer.
Países Árabes duvidam da Autoridade Palestiniana
Segundo o colunista de The Washington Post Ishaan Tharoor, nem Israel nem os seus vizinhos árabes têm interesse em repetir os ciclos anteriores de conflito, destruição e reconstrução.
"Nesta altura, muitos em Israel não estão preocupados com o que virá a seguir, dado o desejo generalizado de neutralizar o Hamas depois do que este infligiu a civis israelitas inocentes. Alguns políticos da direita israelita, incluindo ministros do gabinete de Netanyahu, querem impor um preço ainda mais elevado à população de Gaza", acrescentou.
E esses doadores de países terceiros também enfrentam questões difíceis, frisou Tharoor, que recorreu às palavras de Gregg Carlstrom, do The Economist: "Os governantes árabes não querem limpar a `porcaria` de Israel e ajudar a policiar os seus compatriotas árabes".
"Mas também não querem ver Israel reocupar o enclave e admitem, pelo menos em conversas privadas, que a AP é demasiado fraca para retomar o controlo total de Gaza. Se nenhuma destas opções é realista ou desejável, não se sabe o que será", declarou à margem de uma conferência regional no Bahrein.
O ministro português dos Negócios Estrangeiros iniciou esta sexta-feira em Israel um périplo de dois dias pelo Médio Oriente. João Gomes Cravinho afirmou, em declarações aos enviados especiais da RTP, que "Portugal está com a paz".
Os primeiros camiões de uma caravana de ajuda humanitária começaram hoje a entrar na Faixa de Gaza através da fronteira de Rafah, após a entrada em vigor da trégua, avançou a televisão egípcia Al Qahera News.
A trégua de quatro dias entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas vai permitir a entrada diária em Gaza de 200 camiões de ajuda humanitária, disse hoje um porta-voz do Governo do Egito.
O diretor do Serviço de Informação do Estado egípcio, Diaa Rashwan, disse que "200 camiões carregados com alimentos, medicamentos e água entrarão diariamente pela primeira vez desde o início da guerra israelita contra a Faixa, há cerca de 50 dias".
Num comunicado divulgado antes do início da trégua, Rashwan disse ainda que 130 mil litros de combustível e quatro camiões de gás natural provenientes do Egito entrarão diariamente no enclave palestiniano.
A televisão egípcia divulgou imagens de camiões a aguardar no posto fronteiriço de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito e é a única via de acesso ao território governado pelo grupo Hamas não controlada por Israel.
Rashwan lembrou que o Egito continuará a receber grupos de crianças feridas e doentes vindas da Faixa de Gaza para receberem tratamento médico no país, bem como estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade.
Pela primeira vez desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, as autoridades do Cairo irão permitir que os palestinianos retidos no Egito regressem à Faixa de Gaza.
A entrada de mais ajuda humanitária no enclave palestiniano foi um dos pontos do acordo de trégua, que prevê também a libertação de 50 reféns em troca da libertação de prisioneiros palestinianos, e que entrou em vigor hoje às 07:00 (05:00 em Lisboa).
A trégua entrou em vigor depois de uma noite em que Israel continuou a atacar a Faixa de Gaza e em que o Hamas lançou mísseis contra dois colonatos israelitas situados perto do enclave palestiniano, cujos habitantes já tinham sido retirados.
Cerca de duas horas antes da trégua entrar em vigor, o diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, Mounir Al-Bursh, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) que os soldados israelitas estavam "a realizar uma operação no Hospital Indonésio", localizado no norte de Gaza, onde 200 pacientes ainda estão a ser tratados.
O Hamas confirmou "a cessação total das atividades militares" durante quatro dias.
Uma fonte de segurança do Egito disse à AFP que uma delegação de segurança egípcia estará presente em Jerusalém e Ramallah para garantir o "cumprimento da lista" de prisioneiros palestinianos libertados.
Autoridades de segurança de Israel, acompanhadas por pessoal da Cruz Vermelha e agentes egípcios, serão enviadas à fronteira de Rafah para receber os reféns libertados de Gaza, que então voarão para Israel, acrescentou a fonte.
Foto: Ronen Zvulun - Reuters
As Nações Unidas estão prontas a entrar em Gaza com ajuda humanitária logo que haja um cessar-fogo, garante Jorge Moreira da Silva. O subsecretário-geral da ONU garante não há condições mínimas de subsistência no território.
Foto: José Pinto Dias - RTP
A poucas horas da libertação dos primeiros reféns, os enviados especiais da RTP falaram com a família de um jovem que não será libertado desta vez. Há tristeza e revolta entre os familiares que vão continuar à espera de uma nova negociação.
Depois de adiada a libertação dos reféns, o cessar-fogo em Gaza está agora marcado para esta sexta-feira. O Catar, que mediou as negociações, diz que os primeiros 13 reféns israelitas começam a ser libertados a partir da tarde. À sua espera vão estar a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho.
Apesar do anúncio da trégua temporária, Israel continua os bombardeamentos sobre a Faixa de Gaza. O exército israelita garante ter encontrado um esconderijo do Hamas no Hospital al-Shifa.
Depois do encontro emotivo entre pai e filha no Aeroporto de Lisboa, a bebé que sobreviveu a vários bombardeamentos em Gaza está agora a ser observada pelos médicos.