Guiné-Bissau. Mais de duas horas à espera para "acabar com todos os problemas" do país

por Lusa
Um apoiante do PAIGC na véspera das eleições presidenciais de 24 de novembro de 2019 Reuters

Armando Wanga Ialá chegou à assembleia de voto para escolher o próximo Presidente guineense às 05:00, conseguiu ser o primeiro da fila e espera que estas eleições possam "acabar com todos os problemas da Guiné-Bissau".

Este guineense, de 42 anos, teve, no entanto, de esperar meia hora até conseguir depositar o seu boletim na urna, que abriu às 07:00, porque a prioridade foi para os votos que chegaram em envelopes selados, seguindo-se os elementos da mesa.

Na assembleia de voto, colocada no passeio de uma esquina entre duas das principais avenidas do centro da capital guineense, Armando Ialá ainda teve de dar prioridade a uma senhora grávida e a um militar e um polícia, apesar de as forças de segurança terem votado antecipadamente, na quinta-feira.

Não cidade, não há transito na cidade, exceto os carros que têm livre trânsito.

Ainda antes do início da votação, com o dia ainda a despertar, valiam as lanternas dos telemóveis aos eleitores que verificavam se o seu nome e fotografia constavam da lista afixada na parede.

Um pouco mais atrás na fila, Emiliano Ferreira, de 52 anos, disse à Lusa que "é fundamental que haja eleições porque são "a arma mais forte que a população pode ter para definir o seu destino".

Do outro lado da rua, uma outra assembleia de voto, identificada com uma facha presa por cordas nos ramos de uma árvore, Eloisa Segy foi a sétima a votar e considera que "como cidadã, como mãe e como mulher" tem de votar porque, "da maneira que o país está, os guineenses têm de escolher o líder que vai levar o país para o rumo certo".

"É importante, para não termos os embaraços por que estamos a passar. Para mim é uma vergonha", disse, referindo-se à crise política que o país atravessa há anos.

Eloisa Segy manifestou a esperança de que os guineenses "possam alcançar um bom resultado como povo".

Já com a tinta indelével verde no dedo, prova de que já votou, Armando Ialá disse que valeu a pena esperar duas horas e meia na fila e manifestou-se "muito contente" por ter exercido o seu direito de voto.

Agora vai para casa "esperar ansiosamente pelo resultado".

Mais de 760 mil eleitores são hoje chamados a votar nas eleições presidenciais na Guiné-Bissau, escolhendo entre 12 candidatos quem irá suceder a José Mário Vaz, que se recandidata ao cargo.

As urnas encerram às 17:00 (mesma hora em Lisboa).

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