Armando Wanga Ialá chegou à assembleia de voto para escolher o próximo Presidente guineense às 05:00, conseguiu ser o primeiro da fila e espera que estas eleições possam "acabar com todos os problemas da Guiné-Bissau".
Este guineense, de 42 anos, teve, no entanto, de esperar meia hora até conseguir depositar o seu boletim na urna, que abriu às 07:00, porque a prioridade foi para os votos que chegaram em envelopes selados, seguindo-se os elementos da mesa.
Na assembleia de voto, colocada no passeio de uma esquina entre duas das principais avenidas do centro da capital guineense, Armando Ialá ainda teve de dar prioridade a uma senhora grávida e a um militar e um polícia, apesar de as forças de segurança terem votado antecipadamente, na quinta-feira.
Não cidade, não há transito na cidade, exceto os carros que têm livre trânsito.
Ainda antes do início da votação, com o dia ainda a despertar, valiam as lanternas dos telemóveis aos eleitores que verificavam se o seu nome e fotografia constavam da lista afixada na parede.
Um pouco mais atrás na fila, Emiliano Ferreira, de 52 anos, disse à Lusa que "é fundamental que haja eleições porque são "a arma mais forte que a população pode ter para definir o seu destino".
Do outro lado da rua, uma outra assembleia de voto, identificada com uma facha presa por cordas nos ramos de uma árvore, Eloisa Segy foi a sétima a votar e considera que "como cidadã, como mãe e como mulher" tem de votar porque, "da maneira que o país está, os guineenses têm de escolher o líder que vai levar o país para o rumo certo".
"É importante, para não termos os embaraços por que estamos a passar. Para mim é uma vergonha", disse, referindo-se à crise política que o país atravessa há anos.
Eloisa Segy manifestou a esperança de que os guineenses "possam alcançar um bom resultado como povo".
Já com a tinta indelével verde no dedo, prova de que já votou, Armando Ialá disse que valeu a pena esperar duas horas e meia na fila e manifestou-se "muito contente" por ter exercido o seu direito de voto.
Agora vai para casa "esperar ansiosamente pelo resultado".
Mais de 760 mil eleitores são hoje chamados a votar nas eleições presidenciais na Guiné-Bissau, escolhendo entre 12 candidatos quem irá suceder a José Mário Vaz, que se recandidata ao cargo.
As urnas encerram às 17:00 (mesma hora em Lisboa).