Mundo
Guerra no Médio Oriente
Hamas diz-se disposto a aceitar proposta de tréguas dos EUA. Witkoff desmente alegação
Fonte do grupo palestiniano Hamas revelou que este aceitou esta segunda-feira uma proposta de cessar-fogo do enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff. Um responsável israelita já veio descartar a possibilidade de que as intenções do Hamas se baseiem em algo real. Witkoff desmentiu entretanto as alegações do grupo.
Sob condição de anonimato, a fonte de Israel afirmou que o grupo não está interessado num acordo e rejeitou a afirmação de que a alegada proposta se assemelhe à de Witkoff.
O próprio Witkoff fez eco da negação israelita sobre as alegações da fonte próxima do Hamas, rejeitando a noção de que o grupo palestiniano tinha aceite a sua oferta de um acordo de reféns e de um cessar-fogo em Gaza.
O enviado especial garantiu ainda à agência Reuters que o que viu era "completamente inaceitável" e que a proposta em discussão não era a mesma que a sua.
O enviado especial garantiu ainda à agência Reuters que o que viu era "completamente inaceitável" e que a proposta em discussão não era a mesma que a sua.
"O Hamas aceitou a nova proposta do enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff, que o movimento recebeu dos mediadores e que insiste num cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza", disse a fonte do grupo extremista à agência de notícias francesa AFP, acrescentando que o movimento informou os mediadores da sua decisão.
A proposta, disse, prevê "uma trégua de 70 dias em troca da libertação de dez reféns em duas fases. Durante a trégua, serão iniciadas as negociações para um cessar-fogo permanente com garantias americanas".
Outra fonte próxima das negociações que têm estado a decorrer no Cairo, sob os auspícios de Egito, Estados Unidos e Qatar, referiu à AFP que "cinco reféns israelitas vivos serão libertados durante a primeira semana de implementação do acordo e cinco antes do fim do período de cessar-fogo".
Os mediadores apresentaram esta proposta nos últimos dias, acrescentou.
Os mediadores apresentaram esta proposta nos últimos dias, acrescentou.
Das 251 pessoas raptadas a 7 de outubro de 2023 nos ataques do Hamas a Israel, 57 permanecem em Gaza, incluindo pelo menos 34 que morreram, segundo as autoridades israelitas.
Momentos antes do anúncio destas fontes, a agência espanhola EFE avançava que Israel tinha rejeitado a última proposta dos Estados Unidos de um cessar-fogo de dois meses em Gaza em troca de dez reféns vivos e do fim negociado da ofensiva, insistindo, no entanto, que continuava a apoiar o esquema proposto pelo enviado da Casa Branca para o Médio Oriente, Steve Witkoff.
Erradicar o Hamas
Após uma breve trégua declarada a 19 de janeiro deste ano, há mais de dois meses que as Forças de Defesa de Israel têm intensificado as operações militares em Gaza, obrigando a sucessivas deslocações da população civil, num território desvastado, onde todas as infraestruturas se tornaram precárias ou desapareceram.
A pressão israelita para uma rendição total do Hamas e para a entrega de todos os reféns, raptados em ataques a comunidades no sul de Israel a 7 de outubro de 2023 e sequestrados desde então em Gaza por grupos islamitas, tem-se feito igualmente através da retenção do auxílio humanitário, condicionando a entrada de ajuda a conta-gotas, o que agravou o risco elevado de fome catastrófica no enclave.
Os bombardeamentos intensos de Israel e a falta de auxílio têm levado a um coro de críticas dos seus próprios aliados e das instâncias internacionais, especialmente das organizações afetas às Nações Unidas.
O Hamas e as facções aliadas têm respondido com rockets e ataques, a maioria defletidos pelo Iron Dome, a cúpula de defesa de Israel. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que Israel só estaria disposto a concordar com um cessar-fogo temporário em troca da libertação de reféns, prometendo que a guerra só poderá terminar quando o Hamas for erradicado.
Israel lançou uma guerra aérea e terrestre em Gaza após o ataque transfronteiriço dos militantes do Hamas de 7 de outubro, que matou 1.200 pessoas, segundo estimativas israelitas, e 251 reféns foram sequestrados em Gaza.
O conflito matou quase 54 mil palestinianos, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza, e devastou a faixa costeira. Os grupos de ajuda humanitária dizem que os sinais de desnutrição grave são generalizados.
com agências