Hamas divulgou hoje novo vídeo que mostra dois reféns israelitas

por Lusa

O movimento islamita palestino Hamas divulgou hoje um vídeo que mostra dois reféns israelitas sequestrados durante o ataque de 07 de outubro no sul de Israel e levados para Gaza.

Os dois reféns identificaram-se como Keith Siegel, de 64 anos, e Omri Miran, de 47, e o Fórum das famílias de reféns confirmou as suas identidades.

O movimento islamita palestiniano já tinha divulgado na quarta-feira um vídeo de outro refém israelita, Hersh Goldberg-Polin, de 23 anos.

O novo vídeo não tem data, mas Omri Miran disse que estava nas mãos do Hamas há 202 dias, o que, contando os dias desde o ataque em que foram feitos os reféns, corresponde a quinta-feira.

A nova informação surge no contexto de negociações, mediadas pelo Qatar e pelo Egito, para uma trégua nos combates na Faixa de Gaza associada à libertação de vários reféns.

Aparentemente falando sob coação, Omri Miran descreveu "uma situação difícil" devido aos "numerosos bombardeamentos israelitas" na Faixa de Gaza e pediu à sua família que pressionasse o governo para chegar a um acordo com o Hamas que permita a libertação.

As famílias dos reféns feitos pelo Hamas no ataque de outubro, que formaram um Fórum, consideram que esta "prova de vida de Keith Siegel e Omri Miran deixa claro que o governo israelita deve fazer todo o possível para chegar a um acordo para o retorno de todos os reféns antes do Dia da Independência", que se celebra a 14 de maio.

"O Estado de Israel tem de escolher: reféns ou guerra. Entrar em Rafah trará mais reféns mortos em cativeiro ou a sua morte na guerra. Entrar em Rafah será outro caminho para a morte dos reféns. Israel deve escolher o regresso dos reféns", argumentam.

A organização que representa as famílias dos reféns tem pedido a destituição do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, num momento em que o seu gabinete de guerra ameaça atacar Rafah, onde vivem cerca de 1,2 milhões de deslocados e 200 mil residentes.

Pelo menos 34.200 pessoas morreram e mais de 77.000 ficaram feridas na guerra que Israel lançou na Faixa de Gaza, em retaliação ao ataque do movimento islamita Hamas em território israelita, que fez 1.163 mortos, na maioria civis, e 250 reféns, cerca de 130 dos quais permanecem em cativeiro e 34 terão entretanto morrido, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

O conflito, em curso há mais de seis meses, fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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