Hezbollah diz ter atacado duas posições militares israelitas no norte de Israel

por Lusa

O Hezbollah garantiu hoje ter atacado duas posições militares no norte de Israel, na fronteira com o sul do Líbano, "em represália" pela morte de pelo menos um membro do movimento xiita libanês, abatido pelo exército israelita.

Os combatentes do Hezbollah "efetuaram um ataque aéreo" utilizando `drones` (aeronaves não tripuladas) contra duas posições militares israelitas a norte da cidade de Acre, "em represália pelo assassínio" de membros do grupo pró-iraniano, indicou em comunicado, sem dar conta de eventuais mortos ou feridos.

O Hezbollah, que intensificou os ataques nos últimos dias, geralmente visa apenas posições fronteiriças.

O exército israelita afirmou ter "intercetado dois alvos aéreos suspeitos ao largo da costa norte".

Na manhã de hoje, um `drone` israelita atingiu "um engenheiro do Hezbollah, membro da defesa aérea", admitiu à agência noticiosa France-Presse (AFP) uma fonte próxima do partido xiita.

O ataque ocorreu na região costeira de Tiro, cerca de 35 quilómetros a norte da fronteira com Israel, segundo um fotógrafo da AFP, que viu o veículo carbonizado.

Num comunicado, o grupo xiita lamentou a morte de um dos seus membros na localidade onde ocorreu o ataque do `drone`.

O Exército israelita deu conta da morte de dois membros do Hezbollah em ataques aéreos no sul do Líbano.

As vítimas foram identificadas como Hussein Ali Azkul - segundo o Exército israelita um importante miliciano "envolvido no planeamento e execução de ataques terroristas" e em "atividades rotineiras" da unidade aérea do Hezbollah - e Sajed Sarafand, "um importante terrorista das forças de al-Radwan", a unidade de elite do Hezbollah.

O Hezbollah tinha anunciado a morte de um dos seus combatentes na noite de segunda-feira, enquanto a Agência Nacional de Notícias (ANI) oficial relatou bombardeamentos israelitas intensivos durante a noite no sul do Líbano.

No domingo à noite, o Hezbollah anunciou que tinha abatido um `drone` israelita sobre o Líbano, o que foi confirmado pelo exército israelita.

Há mais de seis meses que Israel bombardeia alvos cada vez mais profundos no Líbano, e os seus drones visam regularmente membros do movimento pró-iraniano.

As trocas de tiros entre Israel e o Hezbollah desde o início da guerra em Gaza, a 7 de outubro, fizeram 378 mortos do lado libanês, incluindo 252 combatentes do movimento libanês e cerca de 70 civis, segundo uma contagem da AFP.

No norte de Israel, onze soldados e oito civis foram mortos, segundo o exército. Dezenas de milhares de habitantes tiveram de fugir da zona de ambos os lados da fronteira.

Segundo a agência noticiosa Associated Press (AP), Israel tem cometido regularmente "assassínios seletivos" de membros dos movimentos islamitas Hezbollah e Hamas no Líbano, por vezes em áreas distantes da fronteira.

O grupo libanês Hezbollah e os seus aliados têm vindo a atacar Israel ao longo da fronteira há mais de seis meses, no contexto da guerra israelita contra o grupo islamita palestiniano Hamas, na Faixa de Gaza, motivando respostas quase diárias da parte de Telavive.

A guerra em Gaza teve início a 07 de outubro, após o ataque do Hamas ao território israelita, que fez mais de 1.200 mortos e mais de 240 raptados, e levou a posterior operação militar de Israel no enclave, que já provocou mais de 34.000 mortos, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.

 

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