Apoiantes do Pegida (Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente) desistiram de realizar um churrasco em frente a uma mesquita turca em Roterdão, na Holanda, na passada quinta-feira, por razões de segurança.
Ahmed Aboutaleb, presidente da Câmara de Roterdão, autorizou que assassem o porco, em nome da liberdade de expressão. No entanto, centenas de pessoas reuniram-se em frente à mesquita contra o churrasco e a polícia não podia garantir a segurança. Os apoiantes do Pegida decidiram cancelar o churrasco e não chegaram a estar no local.
O porta-voz do grupo de extrema-direita, Edwin Wagensveld, afirma que quando lhes foi dito que a segurança não estava assegurada, decidiram recuar. “Mostramos o que está a acontecer na Holanda e o perigo que corremos pela liberdade de expressão por causa destes jovens de origem imigrante”, disse Edwin Wagensveld.
As críticas ao churrasco e à autorização dada por Ahmed Aboutaleb, não tardaram a chegar. Omër Çelik, ministro turco dos Assuntos Europeus, afirma que o presidente da Câmara de Roterdão “está errado em pensar que o Pegida não viola a lei com este ato imoral. Que tragédia”. Outros municípios holandeses, incluindo as cidades de Haia, Utrecht, Gouda e Arnhem, também se mostraram contra manifestações semelhantes, dizendo que Pegida se pode manifestar noutros lugares, mas não em frente às mesquitas.
Esta não é a primeira vez que Ahmed Aboutaleb é alvo de críticas. Em 2017 impediu que o ministro das relações externas turco fizesse campanha política a favor do presidente Recep Tayyip Erdogan, fazendo com que o ministro da Turquia acabasse a ser escoltado para fora de território holandês.