Hollande procura coligação única contra Estado Islâmico

por Ana Sofia Rodrigues - RTP
Eric Gaillard - Reuters

O objetivo foi delineado pelo Presidente francês depois dos atentados de Paris: juntar forças e criar uma coligação única contra o Estado Islâmico. E a semana começou simbolicamente nesse sentido. Ao lado de François Hollande, o primeiro-ministro britânico David Cameron prestou homenagem às vítimas do ataque à sala de espetáculos Bataclan. As palavras acompanharam o momento. Cameron diz apoiar firmemente a França, convencido que a Grã-Bretanha deve também atacar o Estado Islâmico na Síria.

“Estamos perante um risco comum. O mundo deve unir-se para lutar contra esta ameaça terrorista”, afirmou Cameron numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente francês.

O primeiro-ministro britânico colocou à disposição da França a base cipriota da aviação britânica de Rafakrotiri e afirmou estar convencido que o Reino Unido deve participar nos ataques. David Cameron procura no final desta semana obter a aprovação por parte do Parlamento para participar nos bombardeamentos.

Do encontro entre os dois responsáveis da França e Reino Unido ficou definido que é necessário trocar mais informação e aumentar a segurança nas fronteiras. O primeiro-ministro britânico criticou o Sistema Europeu de Segurança e sublinhou que a guerra contra o terrorismo na Europa não começa nas fronteiras europeias.

Palavras que surgem na sequência de um momento simbólico logo ao início da manhã. Ao lado do Presidente francês, Cameron prestou homenagem às vítimas do ataque à sala de espetáculos Bataclan.


Num artigo assinado no jornal The Telegraph, David Cameron defendeu uma intervenção contra o Estado Islâmico na Síria, garantindo aos britânicos que serão tomadas “todas as medidas necessárias para manter o país seguro”.

O primeiro-ministro fala ainda do plano que apresentará no Parlamento para apoiar as Forças Armadas, a polícia anti-terrorista e as agências de Informação. São mais 1.900 pessoas para estas agências, mais investimento na polícia, mas também em drones de vigilância.

David Cameron defende quer juntar-se à coligação internacional contra o Estado Islâmico na Síria, para vencer esta “ameaça demoníaca”. Defende que “não se pode deixar aos outros o fardo e os riscos de proteger o nosso país”.
França reforça ataques na Síria
O Presidente francês garantiu esta segunda-feira que os ataques contra o Estado Islâmico são para continuar e serão mesmo reforçados. “Vamos escolher os alvos que provoquem o maior desgaste possível” a esta organização terrorista. Ao lado do primeiro-ministro britânico, François Hollande pediu ainda a destruição do Estado Islâmico e uma solução política para a Síria.

Hollande afirmou que o porta-aviões francês Charles de Gaulle "vai chegar em breve ao local" ao largo da Síria, depois de ter recebido um "mandato claro para atacar e atacar duramente o Estado Islâmico".
Agenda internacional
Depois de na sexta-feira a França ter visto aprovada no Conselho de Segurança da ONU a proposta de resolução sobre o combate ao grupo Estado Islâmico, François Hollande vai ter a agenda preenchida com encontros ao mais alto nível para criar uma coligação única contra a organização terrorista.

Esta terça-feira, Hollande vai encontrar-se com o homólogo norte-americano Barack Obama, em Washington. Este fim de semana, o Presidente americano veio afirmar que o objetivo francês é partilhado: destruir o Estado Islâmico.

Na quarta-feira, é a vez de Hollande se encontrar com a chanceler alemã Angela Merkel. Quinta-feira, o Presidente francês encontra-se com o Presidente russo Vladimir Putin, país que tem efetuado também ataques na Síria. No domingo, François Hollande vai jantar com o Presidente chinês Xi Jinping.

Na agenda, convencer os líderes mundiais a participar no combate da França para "destruir" a organização jihadista.

(com agências)

pub