O ativista de Hong Kong Joshua Wong foi condenado a dez meses de prisão por participar em 4 de junho de 2020 numa vigília para lembrar o chamado "massacre de Tiananmen", que Pequim não reconhece.
Além de Wong, três outros ativistas - Lester Shum, Tiffany Yuen e Jannell Leung, eleitos como conselheiros distritais no escrutínio de novembro de 2019 - vão cumprir penas entre quatro e seis meses de prisão, com as mesmas acusações.
"É evidente que os arguidos fizeram isto de forma premeditada, desafiaram abertamente a lei sabendo que não tinham autoridade para participar num comício não autorizado", afirmou o juiz Stanley Chan.
O juiz argumentou que "a Lei Básica [(que funciona como uma mini-Constituição de Hong Kong) garante a liberdade de reunião, mas também prevê que esta liberdade e estes direitos não são absolutos e estão sujeitos a restrições, independentemente do estatuto dos participantes".
Chan disse não poder ignorar que, na altura da vigília, Hong Kong ainda estava a sofrer o impacto das manifestações antigovernamentais que tomaram as ruas da cidade semiautónoma chinesa em 2019.
Para o juiz, isto representava um risco acrescido, uma vez que "as emoções podem correr desenfreadas e elementos indisciplinados podem aproveitar a oportunidade para incitar ou encorajar a violência" durante o evento.
Os quatro foram condenados em 30 de abril, mas o anúncio da sentença tinha sido fixado para esta quinta-feira.
Os ativistas declararam-se culpados de participar conscientemente na proibição da vigília, novamente proibida este ano devido aos riscos colocados pela pandemia da covid-19, a mesma razão dada para a proibição em 2020.