Hong Kong. Ativista Joshua Wong condenado a dez meses de prisão

por Lusa
Joshua Wong foi condenado a dez meses de prisão por participar numa vigília para lembrar o massacre de Tiananmen Tyrone Siu - Reuters (arquivo 4 março 2021)

O ativista de Hong Kong Joshua Wong foi condenado a dez meses de prisão por participar em 4 de junho de 2020 numa vigília para lembrar o chamado "massacre de Tiananmen", que Pequim não reconhece.

Esta condenação junta-se a outras duas por participação em manifestações não autorizadas em 2019, pelas quais Wong foi sentenciado a um total de 17 meses e meio de prisão, que está atualmente a cumprir.

Além de Wong, três outros ativistas - Lester Shum, Tiffany Yuen e Jannell Leung, eleitos como conselheiros distritais no escrutínio de novembro de 2019 - vão cumprir penas entre quatro e seis meses de prisão, com as mesmas acusações.

"É evidente que os arguidos fizeram isto de forma premeditada, desafiaram abertamente a lei sabendo que não tinham autoridade para participar num comício não autorizado", afirmou o juiz Stanley Chan.

O juiz argumentou que "a Lei Básica [(que funciona como uma mini-Constituição de Hong Kong) garante a liberdade de reunião, mas também prevê que esta liberdade e estes direitos não são absolutos e estão sujeitos a restrições, independentemente do estatuto dos participantes".

Chan disse não poder ignorar que, na altura da vigília, Hong Kong ainda estava a sofrer o impacto das manifestações antigovernamentais que tomaram as ruas da cidade semiautónoma chinesa em 2019.

Para o juiz, isto representava um risco acrescido, uma vez que "as emoções podem correr desenfreadas e elementos indisciplinados podem aproveitar a oportunidade para incitar ou encorajar a violência" durante o evento.

Os quatro foram condenados em 30 de abril, mas o anúncio da sentença tinha sido fixado para esta quinta-feira.

Os ativistas declararam-se culpados de participar conscientemente na proibição da vigília, novamente proibida este ano devido aos riscos colocados pela pandemia da covid-19, a mesma razão dada para a proibição em 2020.

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