Incêndio em prédio londrino faz pelo menos seis mortos

por RTP
Neil Hall - Reuters

O balanço feito pela polícia aponta para, pelo menos, seis vítimas mortais no incêndio numa torre residencial de 24 andares no centro de Londres. Duas crianças portuguesas foram internadas com prognóstico reservado. A última informação é de que 64 pessoas foram transportadas para o hospital, sendo que 20 estão em estado crítico.

A polícia britânica confirmou a morte de seis pessoas, admitindo, porém, que esse número vá aumentar. "Esta é ainda uma fase muito preliminar, mas prevemos que esse número aumente durante aquela que será uma complexa operação de recuperação durante vários dias", argumenta Stuart Cundy, da London Metropolitan Police.

As chamas terão começado no segundo piso da torre Grenfell e rapidamente se espalharam por todo o edifício de 24 andares.

"Ainda estamos em modo de resposta e emergência. Os bombeiros estão no edifício. Posso confirmar que houve seis mortes e antecipamos que esse número aumente, como expliquei", disse aos jornalistas Stuart Cundy, chefe da polícia de Londres.

E acrescentou: "Há um número considerável de pessoas hospitalizadas, das quais 20 em estado crítico. Não posso entrar em pormenores sobre quantas pessoas estão desaparecidas. Prevejo que haverá pessoas no prédio que ainda não foram encontradas".

O incêndio de grandes dimensões deflagrou esta madrugada à 1h15 (mesma hora em Lisboa) na torre Grenfell, numa zona próxima de Notting Hill. 


Família portuguesa no hospital
Duas crianças portuguesas estão internadas na sequência do incêndio, enquanto os pais foram assistidos.

Pelo menos, quatro famílias de portugueses viviam na torre que foi destruída pelas chamas. Foram todos apanhados de surpresa pelo incêndio.

O secretário de Estado das Comunidades confirmou à RTP que a situação clínica das duas meninas está a ser acompanhada pelas autoridades portuguesas. José Luís Carneiro admite que podem haver mais portugueses a residir no edifício afetado, para além das quatro famílias que já foram localizadas e contactadas.

Lino Miguel, do Centro Comunitário Português em Londres, revelou à RTP que está em marcha um plano de contingência para apoiar as quatro famílias portuguesas que foram afetadas pelo incêndio e que perderam as suas casas. Um plano que passa por encontrar local onde possam ficar e alimentação.


Miguel Alves reside com a sua família na torre habitacional que esta madrugada foi consumida pelas chamas. Estava a chegar a casa quando o elevador parou no quarto andar e se apercebeu do fumo em todo o lado. Relata ter subido ao 13º andar para resgatar os dois filhos, que estavam em casa, fugindo depois para a rua.

Pelo menos 64 pessoas foram transportadas para seis hospitais, de acordo com informações prestadas pelos serviços de ambulâncias. Vinte pessoas estão em estado crítico.


Poderão ainda estar no edifício um número indeterminado de pessoas. A torre residencial, construída em 1974, tem 27 andares e 120 apartamentos.

As autoridades criaram uma linha telefónica de apoio a familiares e amigos que pretendam obter informações.
Autoridades montam perímetro de segurança
A causa deste incêndio é ainda desconhecida, afirmaram as autoridades. Por precaução, foi montado um perímetro de segurança à volta da torre. Um engenheiro de estruturas da London Fire Brigade esteve a analisar o edifício e concluiu que não há risco de colapso da torre, sendo seguro para as equipas dos bombeiros continuarem a trabalhar no local. Uma das principais auto-estradas perto do local, na zona oeste de Londres, está encerrada, enquanto que a linha do metro também está suspensa.

Os relatos de residentes e testemunhas oculares dão conta dos momentos de terror vividos esta madrugada.

Uma testemunha reportou à BBC News que ouviu várias pessoas a pedir socorro. “Havia pessoas que estavam a atirar os filhos pela janela, ao mesmo tempo que gritavam: ‘Salvem os meus filhos’”, descreveu Tamara, acrescentando que o fogo alastrou rapidamente a todo o edifício.

Um incêndio de grandes dimensões deflagrou esta madrugada à 1h15 na torre Grenfell, numa zona próxima de Notting Hill. A polícia britânica confirmou seis vítimas mortais e admitiu que este número possa vir a aumentar.



As chamas estão a ser combatidas por 200 bombeiros e 40 veículos.
Mayor quer investigação
O presidente da Câmara de Londres, Sadiq Khan, está a acompanhar este incêndio e tem publicado em permanência os comunicados das autoridades com o ponto de situação deste violento incêndio.


À BBC Radio, Khan disse que há muitas perguntas que necessitam de resposta sobre a segurança das torres habitacionais, sobretudo depois de relatos de que o alarme de incêndio não terá funcionado e que dão conta que os residentes receberam a indicação de que deveriam ficar nos apartamentos em caso de incêndio e que a comissão de moradores do prédio teria feito já alertas dando conta de que estaria preocupada com o risco de um incêndio grave.

No site, em novembro de 2016, a comissão alertava mesmo para um "evento catastrófico" que viesse colocar à vista os problemas da torre.

“Por toda a cidade de Londres temos muitas torres de apartamentos e não podemos ter uma situação em que a segurança das pessoas é posta em risco devido a um mau aconselhamento ou, se for esse o caso, como tem sido alegado, que as torres de edifícios não são mantidas convenientemente”, alertou Khan.

De acordo com a BBC, durante as obras, o grupo designado Grenfell Action Group alertou para o risco elevado de incêndio naquele edifício, logo a começar pela dificuldade de acesso de viaturas de emergência. O mesmo grupo alertou, em 2013, após um pequeno incêndio resultante de um curto-circuito elétrico, que por pouco se tinha evitado um desastre de grandes proporções.


c/agências 
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