O Governo indiano anunciou esta quarta-feira a proibição dos cigarros eletrónicos. A Índia é o terceiro maior produtor mundial de tabaco.
“A decisão foi tomada tendo em conta o impacto que os cigarros eletrónicos têm nos jovens”, declarou Nirmala Sitharaman, ministra das Finanças, numa conferência de imprensa. “Está muito na moda experimentá-los”, acrescentou.
Uma primeira infração é punível com um ano de prisão e/ou multa de 100.000 rúpias (1.270 euros), podendo chegar até aos 3 anos de prisão e / ou 500.000 rúpias (6.300 euros) no caso de reincidência.
Esta medida segue a tendência mundial de condenação desta prática. O Estado de Nova Iorque anunciou também recentemente que proibiu a comercialização de cigarros eletrónicos com aroma.
Recentemente, os cigarros eletrónicos foram considerados “incontestavelmente prejudiciais” por um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em causa está a inalação de vapores criados pelo aquecimento a alta temperatura de um líquido, que contém na maior parte do tempo nicotina.
No entanto, o processo é considerado pelos seus defensores como muito menos perigoso para a saúde do que os cigarros tradicionais. É o caso de Aronjoy, um estudante de 22 anos e fumador ocasional de cigarros eletrónicos, que considera esta medida “completamente absurda, porque o Governo acredita que não há nenhum problema em fumar cigarros tradicionais, que é muito mais prejudicial à saúde do que os cigarros eletrónicos”, disse à AFP.
Também os legisladores e as autoridades de saúde em todo o mundo temem que esta proibição acabe por levar os jovens a fumar mais tabaco.
Segundo a OMS, a Índia é o segundo maior consumidor de produtos de tabaco do mundo, matando quase 900.000 pessoas por ano. Cerca de 275 milhões de indianos com mais de 15 anos, isto é, 35% da população adulta, consomem tabaco. Já pelo contrário, poucos fumam cigarros eletrónicos.
Apesar de as autoridades indianas estarem constantemente a realizar campanhas de prevenção contra os danos físicos causados pelo tabaco, o gigante do sul da Ásia é, paradoxalmente, o terceiro maior produtor mundial de tabaco.