O Reino Unido apreendeu na quinta-feira um petroleiro iraniano em Gibraltar por suspeitar que se tratava de um transporte de petróleo para a Síria, em violação das sanções europeias. A República Islâmica ameaça agora apreender um navio britânico.
Em maio deste ano a União Europeia renovou as sanções contra o regime sírio devido à repressão da população civil. Entre as sanções, que já existem desde 2014, encontra-se o embargo ao petróleo, proibindo a comercialização deste com a Síria.
Em comunicado, o chefe do Governo de Gibraltar, Fabian Picardo, estava confiante do transporte do petroleiro para a Síria. "Temos motivos para acreditar que o Grace 1 tem como destino a refinaria de Baniyas, na Síria, que é propriedade de uma entidade alvo de sanções da União Europeia".
Porém, Teerão condenou veementemente o ato, afirmando tornar-se de "uma forma de pirataria" e de "hostilidade ilegal contra o Irão", segundo Mostafa Kavakebian, o líder do grupo parlamentar de amizade entre o Irão e o Reino Unido.
Enquanto o ministro dos negócios estrangeiros espanhol, Josep Borell, afirmou que o ato aconteceu após “um pedido dos Estados Unidos ao Reino Unido”, o Reino Unido diz que agiu depois de solicitação do Governo de Gibraltar. Tal leva Teerão a acusar Londres de receber ordens dos EUA e de “não ter honra”, segundo um deputado iraniano.
Após o ocorrido, o Irão apresentou de imediato um protesto ao embaixador britânico em Teerão. Mohsen Rezaei, um membro do Conselho do Líder Supremo Ayatollah Ali Khamenei, ameaçou que o Irão apreenderia também um navio britânico. "Se o Reino Unido não libertar o petroleiro iraniano, será a obrigação das autoridades em apreender um petroleiro britânico".
O procurador de Gribaltar anunciou entretanto que o arresto do petroleiro foi prolongado por 15 dias.
Tensão entre EUA e Irão (e Reino Unido)
A apreensão do navio iraniano ocorre num contexto de particular tensão entre Estados Unidos e Irão.
Desde a saída dos EUA do acordo nuclear de 2015 com Teerão, com a consequente reposição de sanções, as relações entre os dois países têm passado por um período tenso. O Irão ameaçou aumentar a sua capacidade nuclear e Washington acusa Teerão de atacar navios petroleiros no Mar de Omã.
A apreensão do navio iraniano ocorre num contexto de particular tensão entre Estados Unidos e Irão.
Desde a saída dos EUA do acordo nuclear de 2015 com Teerão, com a consequente reposição de sanções, as relações entre os dois países têm passado por um período tenso. O Irão ameaçou aumentar a sua capacidade nuclear e Washington acusa Teerão de atacar navios petroleiros no Mar de Omã.
Por outro lado, o Irão anunciou ter abatido ainda este mês um drone espião norte-americano.
As relações entre o Irão e o Reino Unido degradam-se desde que Londres declarou estar “quase certa” da responsabilidade do Irão nos ataques aos navios petroleiros no Mar de Omã.
O assunto também levanta questões sobre Gibraltar, um ponto de fricção entre Espanha e o Reino Unido.
A apreensão do navio decorreu a quatro quilómetros a sul de Gibraltar, águas reclamadas por Espanha, que reivindica a soberania do território.
“Naturalmente que estamos ao corrente da operação, mas estamos a analisar de que maneira é que a operação colidiu com a nossa soberania”, disse Josep Borell.
O assunto também levanta questões sobre Gibraltar, um ponto de fricção entre Espanha e o Reino Unido.
A apreensão do navio decorreu a quatro quilómetros a sul de Gibraltar, águas reclamadas por Espanha, que reivindica a soberania do território.
“Naturalmente que estamos ao corrente da operação, mas estamos a analisar de que maneira é que a operação colidiu com a nossa soberania”, disse Josep Borell.