Israel aceita acordo dos Emirados Árabes Unidos para envio de ajuda humanitária a Gaza
Os Emirados Árabes Unidos anunciaram esta quarta-feira ter chegado a acordo com Israel para permitir a entrega de ajuda humanitária urgente à Faixa de Gaza. Os ataques israelitas continuam, porém, sem dar tréguas, mesmo depois de o Reino Unido ter decidido suspender as negociações comerciais com Telavive. A União Europeia anunciou entretanto que também irá rever os laços políticos e económicos com Israel.
"A ajuda irá inicialmente satisfazer as necessidades alimentares de cerca de 15 mil civis na Faixa de Gaza", adianta.
A notícia surge numa altura em que Israel tem sido acusado de cometer genocídio em Gaza e de realizar uma operação de limpeza étnica, nomeadamente ao não deixar entrar ajuda humanitária no território.
A ONU alertou na terça-feira que cerca de 14 mil bebés poderiam morrer na Faixa de Gaza num espaço de 48 horas se os mantimentos não chegassem imediatamente ao enclave palestiniano. No mesmo dia, o Governo britânico anunciou a suspensão das negociações sobre comércio com Israel e convocou o embaixador israelita em Londres para mostrar desagrado face ao bloqueio da ajuda humanitária.
No início da semana, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel tinha de evitar a fome em Gaza "por razões diplomáticas" e anunciou uma retoma limitada da ajuda ao território palestiniano.
O líder israelita acrescentou que as "imagens de fome em massa" poderiam prejudicar a legitimidade do esforço de guerra de Israel, pelo que autorizou a entrada de 93 camiões da ONU. Desses, porém, apenas poucas dezenas entraram, de acordo com as Nações Unidas.
Entretanto, na noite de terça-feira a União Europeia avançou que irá rever o pacto que rege os seus laços políticos e económicos com Israel devido à situação "catastrófica" em Gaza. Essa revisão vai permitir perceber se Israel está a cumprir uma cláusula de Direitos Humanos do acordo.
A alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, afirmou que uma "forte maioria" dos ministros reunidos em Bruxelas se mostrou favorável a uma revisão do acordo, à luz dos acontecimentos em Gaza.
"A situação em Gaza é catastrófica. A ajuda que Israel autorizou a entrar é, naturalmente, bem-vinda, mas é uma gota no oceano. A ajuda deve fluir imediatamente, sem obstruções e em grande escala, porque é isso que é necessário", disse Kallas aos jornalistas.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel veio já rejeitar as críticas de Bruxelas.
"Rejeitamos completamente a direção tomada na declaração [de Kallas], que reflete uma total incompreensão da complexa realidade que Israel enfrenta", escreveu o ministério na rede social X.
Per today’s statement by EU High Representative @KajaKallas regarding Israel:
— Israel Foreign Ministry (@IsraelMFA) May 20, 2025
We completely reject the direction taken in the statement, which reflects a total misunderstanding of the complex reality Israel is facing.
This war was forced upon Israel by Hamas, and Hamas is the…
c/ agências