Israel em campanha eleitoral. Filho de Netanyahu criticado por denegrir Rabin

por RTP
Reuters

Quase um quarto de século após o assassinato de Yitzhak Rabin traumatizar Israel, a sombra do falecido primeiro-ministro paira sobre a segunda eleição do país deste ano, que decorrerá a 17 de setembro. Seja nos Tweets do filho do atual primeiro-ministro ou em vídeos do Partido Trabalhista, Rabin é o protagonista das novas eleições israelitas.

O filho do primeiro-ministro de Israel, Yair Netanyahu, criticou os seus opositores de esquerda no Twitter, com uma série de acusações contra o líder israelita morto.

“Rabin violou a lei dando palestras na América enquanto era funcionário público, ganhando uma fortuna” disse Yair, acrescentando que “Rabin assassinou sobreviventes do Holocausto no Altalena”, um navio de transporte de armas da milícia de direita Irgun, bombardeado pelos militares israelitas bombardearam logo após Israel anunciar a sua independência.

O jovem Netanyahu também acusou o falecido primeiro-ministro de levar o líder da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat, bem como dezenas de milhares de terroristas de volta à Cisjordânia, na Tunísia, causando "a morte de 2.000 israelitas".

Após uma tempestade de críticas, os tweets foram retirados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu distanciou-se deles, mas não os reprovou, dizendo apenas que não concorda com as declarações do seu filho sobre Yitzhak Rabin. “As posições de Yair são apenas dele.”
Reação do Partido Trabalhista
O Partido Trabalhista, liderado por Rabin, reagiu no domingo com um vídeo de campanha que acusa a "família Netanyahu" de alimentar mais violência política. Neste é dito que "as mãos do teclado são de Yair, mas a voz é de Netanyahu".

As imagens do vídeo mostram os apoiantes do Partido Trabalhista a acender velas memoriais na Praça Rabin, tal como tinha sido feito após o assassinato de Rabin a 4 de novembro de 1995, que deu nome à praça central de Tel Aviv.

O vídeo termina com cenas de outra manifestação política que ocorreu na Praça Zion, em Jerusalém, pouco antes do assassinato, na qual Netanyahu é visto em pé numa varanda enquanto manifestantes seguram placas com Rabin num uniforme nazi.

O líder trabalhista, Amir Peretz, diz que o jovem Netanyahu aprendeu o "ódio" em casa, criticando o primeiro-ministro por não encerrar a conta de Twitter do seu filho nem condenar explicitamente as suas declarações. "Yair Netanyahu é perigoso para a democracia", concluiu Peretz.

A também trabalhista  Merav Michaeli juntou-se a Peretz para invocar o falecido primeiro-ministro com um vídeo próprio. Nesse vídeo, Michaeli pode ser vista em frente à Praça Rabin, com imagens do assassinato de 1995 em segundo plano, afirmando que “as mesmas pessoas que incitaram contra [Rabin] estão novamente incitando - contra ele e contra nós, com terríveis mentiras. "
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