Mundo
Guerra no Médio Oriente
Israel interceta dois ataques lançados a partir do Iémen
O exército israelita anunciou esta terça-feira ter intercetado um míssil e um outro "projétil" disparados a partir do Iémen, país do sul da Península Arábica a partir do qual os rebeldes houthis visam regularmente o território israelita.
"Na sequência das sirenes que soaram há pouco tempo em várias zonas de Israel, um míssil lançado do Iémen foi intercetado", declarou o exército na plataforma de mensagens Telegram.
Poucas horas depois, um novo comunicado militar informava, sem mais detalhes, que um “projétil” disparado do Iémen tinha sido intercetado pela força aérea, sem necessidade de alertar a população com sirenes.
Desde o início da guerra em Gaza, desencadeada por um ataque sem precedentes do movimento Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023, os rebeldes iemenitas houthis, alegando solidariedade com os palestinianos, reivindicaram a autoria de dezenas de ataques com mísseis e drones contra Israel. Quase todos foram intercetados.
No domingo, o exército israelita disse ter intercetado um míssil proveniente do Iémen e os houthis afirmaram ter disparado “um míssil balístico hipersónico” contra o aeroporto.
Em retaliação, o exército israelita realizou vários ataques nos últimos meses contra alvos Houthis no Iémen, incluindo portos e o aeroporto de Sanaa.Apoiados pela República Islâmica do Irão, inimigo declarado de Israel, os houthis controlam a capital Sanaa e vastas áreas do Iémen devastado pela guerra.
A 4 de maio, um míssil disparado pelos rebeldes iemenitas atingiu pela primeira vez o perímetro do aeroporto internacional Ben-Gurion, perto de Telavive.
Israel respondeu com ataques, incluindo um em 6 de maio que danificou o principal aeroporto do Iémen em Sanaa e matou várias pessoas.
Os houthis também atacaram navios que identificaram como estando ligados a Israel ao largo da costa do Iémen, em especial no mar Vermelho, por onde passa cerca de 12 por cento do comércio mundial.
Os houthis do Iémen continuam a disparar mísseis contra Israel no que dizem ser solidariedade com os palestinianos em Gaza, embora tenham concordado em parar de atacar navios norte-americanos.
“Temos fome e sede”
Os 2,4 milhões de habitantes do território palestiniano, várias vezes deslocados, estão sob o cerco de Israel há mais de 19 meses. Depois de mais de dois meses de bloqueio total da ajuda humanitária, Israel permitiu, na semana passada, a passagem de algumas entregas.
Na segunda-feira, a nova Fundação Humanitária de Gaza (GHF), criada de raiz e apoiada pelos Estados Unidos, anunciou que tinha começado a entregar alimentos no território palestiniano, prometendo que “o fluxo de ajuda vai aumentar todos os dias”.
As autoridades israelitas indicaram que 170 camiões com ajuda humanitária entraram segunda-feira na Faixa de Gaza, embora não tenham dado detalhes sobre a quantidade de ajuda que foi distribuída às pessoas necessitadas no enclave palestiniano.
De acordo com o COGAT, o organismo militar israelita que supervisiona a entrada de ajuda em Gaza, os camiões transportavam alimentos, material médico e medicamentos.“Estamos com fome e com sede. Por amor de Deus, queremos comer”, afirmou à AFP Ibrahim Bakr, residente em Gaza.
Na semana passada, Israel autorizou a entrada de várias centenas de camiões de ajuda humanitária no enclave, pela primeira vez em quase três meses, embora a distribuição dos fornecimentos esteja a ser realizada por equipas da ONU e agências internacionais no meio de bombardeamentos e combates.
A organização, com a qual a ONU e as organizações de ajuda humanitária que estão terreno se recusam a trabalhar, denunciou também “ameaças de morte feitas pelo Hamas contra grupos que apoiam as operações humanitárias nos locais de distribuição seguros da GHF, e tenta impedir que os habitantes de Gaza tenham acesso à ajuda nesses locais”.
“É evidente que o Hamas se sente ameaçado por este novo modelo operacional e fará tudo o que estiver ao seu alcance para o ver falhar”, acrescentou a fundação.Fotos fornecidas pela organização mostram camiões carregados com paletes de caixas de cartão a serem entregues em campos cercados por vedações.
A organização com sede em Genebra, criada há alguns meses, anunciou a 14 de maio que pretendia distribuir cerca de 300 milhões de refeições em Gaza durante um período inicial de 90 dias.
No entanto, a ONU rejeitou liminarmente o plano israelo-americano e advertiu que a iniciativa "obriga a mais deslocações, põe em perigo milhares de pessoas e cria um precedente inaceitável para a distribuição de ajuda não só nos territórios palestinianos ocupados, mas em todo o mundo", afirmou o porta-voz do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA).
Netanyahu promete recuperar todos os reféns
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu na segunda-feira recuperar todos os reféns, "os vivos e os mortos", detidos pelo Hamas em Gaza, enquanto as forças israelitas mantêm os bombardeamentos intensos contra o enclave palestiniano.
"Se não tivermos sucesso hoje, teremos sucesso amanhã, e se não for amanhã, então depois de amanhã, não desistiremos... Pretendemos trazer todos de volta, os vivos e os mortos", garantiu Netanyahu, num discurso que encerrou as festividades do "Dia de Jerusalém". "A nossa missão [de vencer a guerra], incluindo a de trazer de volta os reféns, acompanha-nos dia e noite (...) Não vamos desistir dela", acrescentou.
Antes, num vídeo publicado no seu canal na rede social Telegram, Netanyahu realçou que espera fazer um anúncio sobre os reféns "hoje ou amanhã [terça-feira]", sem adiantar mais pormenores.De acordo com as autoridades israelitas, das 251 pessoas raptadas durante o ataque, 57 continuam detidas em Gaza, incluindo pelo menos 34 mortos.
Antes das declarações do primeiro-ministro israelita, fonte do Hamas adiantou que o movimento islamista palestiniano aceitou uma nova proposta de tréguas “de 70 dias em troca da libertação de dez reféns em duas fases”, por parte do enviado dos Estados Unidos Steve Witkoff, mas o norte-americano negou tal aprovação, de acordo com o seu porta-voz.
Outra fonte palestiniana acrescentou à AFP que, “serão libertados 10 reféns vivos em troca de uma trégua de 70 dias, uma retirada parcial (israelita) de Gaza (e) a libertação de um grande número de prisioneiros palestinianos”.Jovem influenciadora de 11 anos morta em ataque israelita
Yaqeen Hammad, de 11 anos, a mais jovem influenciadora de Gaza, está entre as dezenas de crianças mortas por Israel em ataques recentes, à medida que as forças israelitas intensificam a sua ofensiva militar em todo o território palestiniano.
Segundo o jornal britânico Guardian, a criança de 11 anos era conhecida pelo seu sorriso brilhante e pelos seus esforços de voluntariado. Yaqeen foi morta na sexta-feira à noite, depois de as forças israelitas terem bombardeado a zona de al-Baraka, em Deir al-Balah, no norte de Gaza, no meio de intensos combates na região.Yaqeen morreu durante a mesma série de ataques em todo o território que mataram nove dos dez filhos de uma pediatra, provocando a indignação da comunidade internacional.
Yaqeen e o seu irmão mais velho, Mohamed Hammad, entregavam alimentos, brinquedos e vestuário às famílias deslocadas.
Foi também a mais jovem influenciadora de Gaza, oferecendo dicas práticas de sobrevivência para a vida quotidiana sob bombardeamento, tais como conselhos sobre como cozinhar com métodos improvisados quando não havia gás.
Poucas horas depois, um novo comunicado militar informava, sem mais detalhes, que um “projétil” disparado do Iémen tinha sido intercetado pela força aérea, sem necessidade de alertar a população com sirenes.
Desde o início da guerra em Gaza, desencadeada por um ataque sem precedentes do movimento Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023, os rebeldes iemenitas houthis, alegando solidariedade com os palestinianos, reivindicaram a autoria de dezenas de ataques com mísseis e drones contra Israel. Quase todos foram intercetados.
No domingo, o exército israelita disse ter intercetado um míssil proveniente do Iémen e os houthis afirmaram ter disparado “um míssil balístico hipersónico” contra o aeroporto.
Em retaliação, o exército israelita realizou vários ataques nos últimos meses contra alvos Houthis no Iémen, incluindo portos e o aeroporto de Sanaa.Apoiados pela República Islâmica do Irão, inimigo declarado de Israel, os houthis controlam a capital Sanaa e vastas áreas do Iémen devastado pela guerra.
A 4 de maio, um míssil disparado pelos rebeldes iemenitas atingiu pela primeira vez o perímetro do aeroporto internacional Ben-Gurion, perto de Telavive.
Israel respondeu com ataques, incluindo um em 6 de maio que danificou o principal aeroporto do Iémen em Sanaa e matou várias pessoas.
Os houthis também atacaram navios que identificaram como estando ligados a Israel ao largo da costa do Iémen, em especial no mar Vermelho, por onde passa cerca de 12 por cento do comércio mundial.
Os houthis do Iémen continuam a disparar mísseis contra Israel no que dizem ser solidariedade com os palestinianos em Gaza, embora tenham concordado em parar de atacar navios norte-americanos.
“Temos fome e sede”
Os 2,4 milhões de habitantes do território palestiniano, várias vezes deslocados, estão sob o cerco de Israel há mais de 19 meses. Depois de mais de dois meses de bloqueio total da ajuda humanitária, Israel permitiu, na semana passada, a passagem de algumas entregas.
Na segunda-feira, a nova Fundação Humanitária de Gaza (GHF), criada de raiz e apoiada pelos Estados Unidos, anunciou que tinha começado a entregar alimentos no território palestiniano, prometendo que “o fluxo de ajuda vai aumentar todos os dias”.
As autoridades israelitas indicaram que 170 camiões com ajuda humanitária entraram segunda-feira na Faixa de Gaza, embora não tenham dado detalhes sobre a quantidade de ajuda que foi distribuída às pessoas necessitadas no enclave palestiniano.
De acordo com o COGAT, o organismo militar israelita que supervisiona a entrada de ajuda em Gaza, os camiões transportavam alimentos, material médico e medicamentos.“Estamos com fome e com sede. Por amor de Deus, queremos comer”, afirmou à AFP Ibrahim Bakr, residente em Gaza.
Na semana passada, Israel autorizou a entrada de várias centenas de camiões de ajuda humanitária no enclave, pela primeira vez em quase três meses, embora a distribuição dos fornecimentos esteja a ser realizada por equipas da ONU e agências internacionais no meio de bombardeamentos e combates.
A organização, com a qual a ONU e as organizações de ajuda humanitária que estão terreno se recusam a trabalhar, denunciou também “ameaças de morte feitas pelo Hamas contra grupos que apoiam as operações humanitárias nos locais de distribuição seguros da GHF, e tenta impedir que os habitantes de Gaza tenham acesso à ajuda nesses locais”.
“É evidente que o Hamas se sente ameaçado por este novo modelo operacional e fará tudo o que estiver ao seu alcance para o ver falhar”, acrescentou a fundação.Fotos fornecidas pela organização mostram camiões carregados com paletes de caixas de cartão a serem entregues em campos cercados por vedações.
A organização com sede em Genebra, criada há alguns meses, anunciou a 14 de maio que pretendia distribuir cerca de 300 milhões de refeições em Gaza durante um período inicial de 90 dias.
No entanto, a ONU rejeitou liminarmente o plano israelo-americano e advertiu que a iniciativa "obriga a mais deslocações, põe em perigo milhares de pessoas e cria um precedente inaceitável para a distribuição de ajuda não só nos territórios palestinianos ocupados, mas em todo o mundo", afirmou o porta-voz do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA).
Netanyahu promete recuperar todos os reféns
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu na segunda-feira recuperar todos os reféns, "os vivos e os mortos", detidos pelo Hamas em Gaza, enquanto as forças israelitas mantêm os bombardeamentos intensos contra o enclave palestiniano.
"Se não tivermos sucesso hoje, teremos sucesso amanhã, e se não for amanhã, então depois de amanhã, não desistiremos... Pretendemos trazer todos de volta, os vivos e os mortos", garantiu Netanyahu, num discurso que encerrou as festividades do "Dia de Jerusalém". "A nossa missão [de vencer a guerra], incluindo a de trazer de volta os reféns, acompanha-nos dia e noite (...) Não vamos desistir dela", acrescentou.
Antes, num vídeo publicado no seu canal na rede social Telegram, Netanyahu realçou que espera fazer um anúncio sobre os reféns "hoje ou amanhã [terça-feira]", sem adiantar mais pormenores.De acordo com as autoridades israelitas, das 251 pessoas raptadas durante o ataque, 57 continuam detidas em Gaza, incluindo pelo menos 34 mortos.
Antes das declarações do primeiro-ministro israelita, fonte do Hamas adiantou que o movimento islamista palestiniano aceitou uma nova proposta de tréguas “de 70 dias em troca da libertação de dez reféns em duas fases”, por parte do enviado dos Estados Unidos Steve Witkoff, mas o norte-americano negou tal aprovação, de acordo com o seu porta-voz.
Outra fonte palestiniana acrescentou à AFP que, “serão libertados 10 reféns vivos em troca de uma trégua de 70 dias, uma retirada parcial (israelita) de Gaza (e) a libertação de um grande número de prisioneiros palestinianos”.Jovem influenciadora de 11 anos morta em ataque israelita
Yaqeen Hammad, de 11 anos, a mais jovem influenciadora de Gaza, está entre as dezenas de crianças mortas por Israel em ataques recentes, à medida que as forças israelitas intensificam a sua ofensiva militar em todo o território palestiniano.
Segundo o jornal britânico Guardian, a criança de 11 anos era conhecida pelo seu sorriso brilhante e pelos seus esforços de voluntariado. Yaqeen foi morta na sexta-feira à noite, depois de as forças israelitas terem bombardeado a zona de al-Baraka, em Deir al-Balah, no norte de Gaza, no meio de intensos combates na região.Yaqeen morreu durante a mesma série de ataques em todo o território que mataram nove dos dez filhos de uma pediatra, provocando a indignação da comunidade internacional.
Yaqeen e o seu irmão mais velho, Mohamed Hammad, entregavam alimentos, brinquedos e vestuário às famílias deslocadas.
Foi também a mais jovem influenciadora de Gaza, oferecendo dicas práticas de sobrevivência para a vida quotidiana sob bombardeamento, tais como conselhos sobre como cozinhar com métodos improvisados quando não havia gás.
No norte da Faixa de Gaza, alvo de novos bombardeamentos israelitas, 33 palestinianos, na sua maioria crianças, foram mortos, segunda-feira, na escola de Fahmi Al-Jarjaoui, na cidade de Gaza, e 19 numa casa em Jabalia, segundo a Defesa Civil local.
No domingo, os ataques israelitas mataram pelo menos 38 pessoas, segundo as autoridades sanitárias, elevando o número de mortos para mais de 100 durante o fim de semana.
c/ agências