Israel promete que ataque do Irão "terá resposta" e Irão avisa que responderá "em segundos"

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Israeli Army/AFP

Os olhos da comunidade internacional estão de novo postos no Médio Oriente, com o receio crescente de uma escalada do conflito. Em causa, está a promessa de Telavive responder ao ataque pelo Irão, com o envio de mais de 300 mísseis e drones, lançado no sábado à noite contra Israel em resposta ao ataque à embaixada iraniana em Damasco, na Síria, a 1 de abril, que matou sete membros da Guarda Republicana iraniana e seis cidadãos sírios. O Irão também já avisou que "responderá em segundos" a qualquer ataque de Israel e que, se necessário, utilizará "armas nunca antes utilizadas".

Apesar dos ataques aéreos em grande escala e sem precedentes terem sido intercetados na sua quase totalidade pelos seus militares e aliados, mas também graças à "Cúpula de Ferro" - o sistema de defesa antimíssil do país -, Israel confirmou na segunda-feira que iria ripostar.

"Estamos a olhar para a frente, a avaliar os nossos passos, e este lançamento de tantos mísseis de cruzeiro e drones no estado de Israel terá uma resposta", declarou na segunda-feira o chefe do Estado-Maior das Forças de Israel, tenente-general Herzi Halevi, sem determinar quando nem como.

Irão vai responder “em segundos” à “mais pequena” retaliação 
Do lado de Teerão, o presidente iraniano, Ebrahim Raissi, advertiu que “a mais pequena ação” de Israel contra “os interesses do Irão” provocará “uma resposta severa do seu país”, de acordo com um comunicado divulgado pela presidência esta terça-feira.

Também o vice-ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros para os Assuntos Políticos, Ali Bagheri Kan, avisou as autoridades israelitas na televisão estatal, na segunda-feira à noite, que o Irão “responderá em segundos” a qualquer ataque de Israel e que, se necessário, utilizará “armas nunca antes utilizadas”.
Ofensiva militar em Rafah adiada
Na segunda-feira Israel planeava começar a avisar a população de Rafah, no extremo sul de Gaza, sobre a sua ofensiva contra a cidade. Mas na sequência dos ataques do Irão, durante o fim de semana, a ofensiva terrestre planeada por Israel na cidade de Rafah foi adiada, disseram fontes israelitas ao canal norte-americano CNN.

Apesar das pressões internacionais para cancelar uma ofensiva terrestre, o Governo de Benjamin Netanyahu continua determinado a levar a cabo a ofensiva contra o Hamas em Rafah, ainda que "o calendário para a retirada de civis e para a iminente ofensiva terrestre permaneça pouco claro neste momento", de acordo com a mesma fonte.

Uma vez que o gabinete de guerra de Israel discute ainda uma resposta militar ao ataque iraniano e deverá reunir-se novamente esta terça-feira.

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