A temperatura média das superfícies terrestres do mundo, no mês passado, superou todos os registos feitos desde o século XX, revelou a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos. A subida da temperatura foi superior em 1,14 graus Celsius às médias registadas em 1818.
Uma vaga de calor pouco comum fez-se sentir, por exemplo, na Rússia, nos países da Escandinávia e no leste do Canadá, onde a temperatura subiu 5ºC face à média habitual. Também algumas cidades se destacaram pela presença de dias especialmente quentes para a época. Foi o caso de Boston, com 23ºC, e Orebro, uma cidade sueca, com 10,3ºC. Os cientistas referem-se a este valor como sendo uma leitura “incrível e bastante anormal”.
A grande surpresa foram os termómetros na Antártida, ao marcaram pela primeira vez mais de 20ºC.
O recorde de temperatura na Antártida já tinha sido ultrapassado a de fevereiro, quando se registaram 18,3 ºC. O número mais elevado era, até o momento, de 17,5 ºC, assinalado em março de 2015, segundo o Serviço Meteorológico Nacional da Argentina.
A subida das temperaturas leva ao derretimento da neve e dos glaciares o que poderá colocar em perigo as espécies da zona do Ártico e da Antártida.
A cobertura de gelo no Oceano Ártico esteve, no mês passado, 5,3 por cento abaixo da assinalada entre 1981 e 2010, tal como a do Oceano Antártico, que registou menos 9,8 por cento, evidenciam os especialistas.
Em 2015, os governos mundiais concordaram em manter o aumento da temperatura média abaixo de 2ºC de modo a evitar futuras catástrofes como inundações, ondes de calor, insegurança alimentar e descolamento de pessoas em massa.
Contudo, o acentuar do aquecimento global causado pela atividade humana não está a contribuir para a manutenção desse valor.
Segundo os cientistas, o planeta Terra necessita de reduzir para metade as emissões até 2023 de modo a evitar uma desastrosa catástrofe climática.