O novo ministro do Ambiente do Japão posicionou-se contra a energia nuclear, apelando ao fecho de todos os reatores do país. Este pedido vai contra a política pró-nuclear do primeiro-ministro e do ministro da Indústria e do Comércio, o qual considera a política ‘não nuclear’ irrealista.
“Estaremos condenados se permitirmos que aconteça outro acidente”, alertou Shinjiro Koizumi, o novo ministro do Ambiente do Japão, referindo-se ao desastre nuclear de Fukushima ocorrido em março de 2011.
Poucas horas após ter assumido o cargo, a posição de Koizumi cria divergências no Governo. O ministro da Indústria e do Comércio, Isshu Sugawara, já afirmou publicamente a discórdia com o novo colega. "Existem riscos e medos sobre a energia nuclear. Mas a política de 'armas nucleares zero’ é, no momento e no futuro, não realista", disse.
O primeiro-ministro, Shinzo Abe, defende uma política pró-nuclear, e pediu que os reatores fossem reiniciados, argumentando que a energia nuclear ajudará o Japão a atingir as suas metas de emissão de dióxido de carbono, e reduzirá a sua dependência de gás e petróleo importados.
No entanto, o ministro do Ambiente não concorda com esta medida, apelando ao fecho dos reatores do país, de forma a evitar um novo acidente nuclear. “Gostaria de estudar como vamos evitá-los, não como mantê-los. Nunca sabemos quando teremos um novo terremoto”, disse Koizumi.
Ainda estão ativos nove reatores nucleares no Japão, depois de passarem por rigorosas verificações de segurança introduzidas após o colapso de Fukushima. Na altura, a energia nuclear representava cerca de 30% da produção de energia do país e havia 54 reatores ativos.
O Governo japonês quer que a energia nuclear represente 20% a 22% do total energético e que haja 30 reinicializações de reatores até 2030. Contudo, este cenário parece pouco provável face aos desafios legais e às fortes oposições locais e dentro do próprio Governo.