Japão tenta limpar Fukushima antes dos Jogos Olímpicos de 2020

por RTP
Tomohiro Ohsumi - Reuters

A operadora da central nuclear de Fukushima e o Governo do Japão garantiram estar a trabalhar no desmantelamento da central para que os Jogos Olímpicos de 2020 não sofram com a herança do desastre.

Os representantes do Governo e da operadora admitiram que “o medo ou a preocupação” sobre a situação de Fukushima possam afetar a chegada de turistas a território japonês.

O desmantelamento da central é por isso uma prioridade do Ministério da Energia do Japão e da Tokyo Electric Power Company (Tepco).

Os responsáveis pela gestão do complexo de Fukushima Daiichi referem desde já “grandes progressos” na descontaminação das instalações nucleares, controlo de fugas radioativas e trabalhos preparatórios para o futuro desmantelamento.

Satoru Toyomoto, supervisor do processo de desmantelamento, referiu que nos últimos seis anos têm conseguido “estabilizar a situação na central”.

“Trabalhamos para continuar a melhorar a situação e para que esta não represente nenhuma preocupação para os turistas”, acrescentou Toyomoto aos jornalistas em Tóquio, dias antes do sexto aniversário - 11 de março - do terramoto e do tsunami que desencadearam o desastre nuclear.
Níveis estáveis de radiação
Naohiro Masuda, diretor da Tepco para os trabalhos de desmantelamento, salientou que os níveis de radiação dentro da central e nos seus arredores “continuam estáveis”, pelo que “não há nenhum impacto possível” sobre os residentes da zona nem sobre o meio-ambiente.
A fuga nuclear impediu milhares de habitantes de regressarem a casa e prejudicou gravemente a agricultura, pesca e pecuária.
Contudo, admitiu que a Tepco enfrenta o desafio de proteger a saúde dos 5.850 funcionários que diariamente trabalham nas instalações nucleares para a descontaminação e desmantelamento da central, tarefa que pode prolongar-se por 30 ou 40 anos.

Ainda segundo Masuda, os trabalhos de limpeza do pavimento dentro da central permitiram a retirada da maior parte das partículas radioativas produzidas pelo desastre e fizeram com que os níveis de radiação a que estão expostos os trabalhadores sejam cada vez menores.

Já em relação à acumulação de toneladas de água altamente radioativas em tanques, Masuda salientou estarem a ser analisadas várias opções experimentais.

O desastre de Fukushima Daiichi é considerado o pior do género desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.
Tópicos
pub