Juiz da Lava Jato morre em queda de avião no Brasil

por RTP
Teori Zavascki, juiz da Lava Jato, era um dos passageiros que seguia a bordo do avião Ueslei Marcelino - Reuters

O juiz responsável pela Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal morreu esta quinta-feira. A informação foi já confirmada pela família e pelo Presidente do Brasil. Zavascki seguia a bordo de um avião que se despenhou perto de Paraty com quatro pessoas a bordo.

O filho de Teori Zavaski indicou no Facebook que o pai seguia a bordo e que morreu no incidente. "Caros amigos, acabamos de receber a confirmação de que o pai faleceu! Muito obrigado a todos pela força!", confirmou na rede social. O Presidente brasileiro Michel Temer confirmou já que Teori Zavascki morreu, tendo decretado três dias de luto nacional.

O avião saiu do Campo de Marte no Estado de São Paulo e rumava à cidade de Paraty. O incidente ocorreu por volta das 13h30 locais. O avião, com capacidade para oito pessoas mas no qual seguiam quatro, estava praticamente submerso, dificultando as operações.

Os bombeiros indicam que pelo menos três pessoas morreram.
Juiz da Lava Jato
Teori Zavascki encontrava-se de férias mas terá interrompido o descanso para dedicar-se à investigação. O relator era responsável pela Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal do Brasil.

Zavascki tinha a seu cargo passos decisivos do processo que investiga crimes de corrupção na empresa estatal Petrobras e que envolvem aqueles que apenas podem ser julgados pela mais alta instância judicial do Brasil.

A edição brasileira do El País recorda que Teori Zavascki tinha nas mãos a homologação das colaborações com a justiça de alguns executivos da empresa Odebrecht, envolvida na Lava Jato.

A validação destas colaborações feitas a troco de reduções de penas e que implicam centenas de políticos, entre os quais membros do Executivo de Michel Temer e da anterior Administração Rousseff, deveria ser decidida em fevereiro.

Apesar da postura discreta, o juiz Zavascki era seguido atentamente e tomou decisões polémicas. Foi ele quem ordenou o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados em 2016.

Apesar de ter apoiado muitas das decisões do juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação na primeira instância, criticou-o quando foi tornado público o áudio de conversas tidas por Lula da Silva.

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