Júpiter e Saturno juntos recriam a estrela de Natal

por Nuno Patrício - RTP
Foto edição: NASA/DR

Este ano, o Solstício de Inverno coincide com uma "grande conjunção planetária", de Júpiter e Saturno, a qual muitos já batizam como uma das primeiras "estrelas do Natal".

Esta conjugação ocorrerá no último solstício de 2020, dia 21 de dezembro, apresentando-se os planetas Júpiter e Saturno juntos no céu noturno.

Um fenómeno celeste que foi registado e avistado pela primeira vez, na maior parte do planeta Terra, em 1226, de acordo com o astrónomo Nahum Arav da Virginia Tech.


Creditos:  NASA Jet Propulsion Laboratory

"Este evento raro é especial por causa do quão brilhantes os planetas serão e quão próximos eles ficam um do outro no céu", disse Arav em comunicado.

É uma conjugação que ocorre a cada 397 anos, sendo que o último alinhamento, visível da Terra, aconteceu em 1623. Mas de acordo com Joe Rao, instrutor do Planetário Hayden, em Nova Iorque, a observação deste fenómeno não foi possível para a maioria dos habitantes do planeta Terra, devido à localização no firmamento durante a noite.

Agora, em 2020, os dois planetas voltam a alinhar-se e vão criar a ilusão de uma nova e brilhante estrela nos céus escuros do hemisfério norte. Júpiter e Saturno compartilham quase as mesmas coordenadas celestes uma vez a cada 20 anos.

"Isto significa que, com ajuda de um telescópio, poderemos ver os dois planetas - Saturno com o seu famoso sistema de anéis e Júpiter com as suas faixas de nuvens e satélites, simultaneamente no mesmo campo de visão", segundo o instrutor do Planetário Hayden em Nova Iorque.

Atualmente, de acordo com a projeção do Observatório Astronómico de Lisboa, já podemos ver os dois planetas quase juntos, mas é no dia 21 de dezembro (Solstício de Inverno) que Saturno e Júpiter terão aproximadamente a "espessura de uma pequena moeda mantida à distância de um braço" separados no céu, nas palavras da NASA.

Firmamento celeste em portugal no dia 15 de dezembro / Foto: OAL/DR

Neste comunicado da agência espacial norte-americana, pode também ler-se que "este alinhamento é a maior conjunção entre Júpiter e Saturno até o ano 2080”.
Chuva de meteoros das Gemínidas e das Úrsidas também em dezembro
Este mês a Terra cruza a órbita do asteróide Faetonte e os "detritos" deixados por este corpo serão os responsáveis pelo enxame de meteoros que decorre anualmente entre 4 e 17 de dezembro: o enxame das Gemínidas.

O nome deste enxame resulta dos traços das suas estrelas cadentes nos parecerem sair dum ponto da constelação dos Gémeos (o radiante).

A observação do pico das Gemínidas ocorreu esta segunda-feira, dia 14, pelas 0h50, com o número de meteoros por hora estimado a uma média atribuída de 150 por hora.

Fonte: OAL/DR

Mas a Terra, na sua cadência orbital, também cruza a órbita do cometa Tuttle e são os seus restos responsáveis pela chuva de meteoros das Úrsidas, que decorre anualmente entre 17 e 26 de dezembro.

As previsões mostram que o dia 22 de dezembro é o pico de intensidade máxima desta chuva, que tem início por volta das 10h00.

O número de estrelas cadentes não será muito elevado, apenas de dez meteoros por hora.

O nome deste enxame resulta dos traços das suas estrelas cadentes parecerem sair de um ponto da constelação da Ursa Menor (o radiante). O radiante das Úrsidas é circumpolar na maioria dos locais do hemisfério norte, como é o caso em Portugal.

Os apaixonados por este tipo de fenómenos - e os curiosos em geral - , podem perder algumas horas de sono e apreciar estes belos espetáculos.

Para os observar melhor, é preferível evitar zonas nubladas, bem como a poluição luminosa das grandes cidades, e ter um horizonte desimpedido.
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