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"Lei e ordem". Trump e Biden trocam acusações sobre violência em Portland

por Joana Raposo Santos - RTP
Uma bandeira dos EUA no chão de uma rua de Portland, onde há três meses decorrem protestos contra a injustiça racial. Maranie Staab - Reuters

Donald Trump e Joe Biden entraram em confronto devido à violência nas ruas de Portland, no Estado do Oregon, onde há cerca de três meses decorrem protestos contra a injustiça racial. O Presidente norte-americano defende que Biden nunca será capaz de trazer "lei e ordem" para os EUA, enquanto o candidato democrata às presidenciais acusa Trump de "reacender as chamas do ódio e da divisão".

Portland tem sido palco de manifestações antirracistas nos últimos três meses, desde a morte do afro-americano George Floyd às mãos da polícia. No último sábado, um homem foi baleado num dos protestos, ao mesmo tempo que noutro local da cidade decorria uma marcha pró-Trump que colidiu com os manifestantes do movimento Black Lives Matter.

Depois de o presidente da Câmara de Portland ter apelado àqueles que “planeiam vir até à cidade para se vingarem” a ficarem em casa, dizendo ainda que gostaria que “o Presidente mostrasse o seu apoio ou então ficasse fora do caminho”, Donald Trump apressou-se a criticá-lo, aproveitando também para lançar acusações a Joe Biden.

As pessoas de Portland, tal como em todas as outras cidades e locais do nosso grandioso país, querem lei e ordem. Os presidentes de Câmara de extrema-esquerda, como o tonto que gere Portland, ou o tipo que está agora na sua cave [Joe Biden], que se recusa a liderar ou até a falar contra o crime, nunca serão capazes de o fazer!”, escreveu no Twitter.


O tema da lei e ordem tem sido recorrente na campanha presidencial de Trump, que acusa os democratas, e em particular Biden, de serem incapazes de lidar com o crime por não serem duros o suficiente.

Quando irá o lento Joe Biden criticar os anarquistas, criminosos e agitadores do ANTIFA [movimento antifascista]? Quando irá ele sugerir trazer a Guarda Nacional para ao cidades e Estados mal geridos por democratas e infestados de crimes?”, questionou Trump.
Trump está a “reacender as chamas do ódio”, diz Biden
Em comunicado, Joe Biden respondeu que o Presidente “pode acreditar que escrever tweets sobre lei e ordem o tornam forte, mas o seu falhanço em apelar aos seus apoiantes para que parem de entrar em conflitos mostra o quão fraco ele é”.

“A violência fatal que vimos em Portland durante a noite é inaceitável. Eu condeno a violência de todo o tipo levada a cabo por qualquer pessoa, quer à esquerda quer à direita. E desafio Donald Trump a fazer o mesmo”, disse, acrescentando que os Estados Unidos “não podem tornar-se um país em guerra consigo próprio”.

O que pensa o Presidente Trump que irá acontecer quando ele continuar a insistir em reacender as chamas do ódio e da divisão na nossa sociedade e a usar a política do medo para agitar os seus apoiantes? Ele está a encorajar a violência imprudentemente”, lê-se no comunicado do candidato democrata à presidência.

“Donald Trump é Presidente há quase quatro anos. A temperatura no país está mais elevada, as tensões mais fortes, as divisões mais profundas. E todos nós estamos menos seguros porque Donald Trump não consegue executar o trabalho de Presidente norte-americano”, defendeu o antigo vice de Obama.
Tiroteio em Portland sob investigação
A polícia encontra-se a investigar o tiroteio que ocorreu na noite de sábado em Portland, onde há meses decorrem protestos contra a injustiça racial.

“Os agentes da polícia de Portland ouviram o som de disparos vindo da área da Terceira Avenida e da rua Southwest Alder. Eles responderam e localizaram a vítima que foi baleada com um tiro no peito”, esclareceu em comunicado citado pela BBC a polícia da cidade.

A vítima mortal ainda não foi identificada pelas autoridades e não se sabe ainda se o tiroteio esteve diretamente relacionado com os protestos que na altura decorriam pela cidade.

No entanto, o fundador do grupo de extrema-direita Patriot Prayer identificou o homem como Aaron Danielson, acrescentando que era um “bom amigo e apoiante” desse mesmo grupo, noticiou a agência Associated Press.
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