Donald Trump e Joe Biden entraram em confronto devido à violência nas ruas de Portland, no Estado do Oregon, onde há cerca de três meses decorrem protestos contra a injustiça racial. O Presidente norte-americano defende que Biden nunca será capaz de trazer "lei e ordem" para os EUA, enquanto o candidato democrata às presidenciais acusa Trump de "reacender as chamas do ódio e da divisão".
Depois de o presidente da Câmara de Portland ter apelado àqueles que “planeiam vir até à cidade para se vingarem” a ficarem em casa, dizendo ainda que gostaria que “o Presidente mostrasse o seu apoio ou então ficasse fora do caminho”, Donald Trump apressou-se a criticá-lo, aproveitando também para lançar acusações a Joe Biden.
“As pessoas de Portland, tal como em todas as outras cidades e locais do nosso grandioso país, querem lei e ordem. Os presidentes de Câmara de extrema-esquerda, como o tonto que gere Portland, ou o tipo que está agora na sua cave [Joe Biden], que se recusa a liderar ou até a falar contra o crime, nunca serão capazes de o fazer!”, escreveu no Twitter.
..The people of Portland, like all other cities & parts of our great Country, want Law & Order. The Radical Left Democrat Mayors, like the dummy running Portland, or the guy right now in his basement unwilling to lead or even speak out against crime, will never be able to do it!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) August 30, 2020
O tema da lei e ordem tem sido recorrente na campanha presidencial de Trump, que acusa os democratas, e em particular Biden, de serem incapazes de lidar com o crime por não serem duros o suficiente.
“Quando irá o lento Joe Biden criticar os anarquistas, criminosos e agitadores do ANTIFA [movimento antifascista]? Quando irá ele sugerir trazer a Guarda Nacional para ao cidades e Estados mal geridos por democratas e infestados de crimes?”, questionou Trump.
Trump está a “reacender as chamas do ódio”, diz Biden
Em comunicado, Joe Biden respondeu que o Presidente “pode acreditar que escrever tweets sobre lei e ordem o tornam forte, mas o seu falhanço em apelar aos seus apoiantes para que parem de entrar em conflitos mostra o quão fraco ele é”.
“A violência fatal que vimos em Portland durante a noite é inaceitável. Eu condeno a violência de todo o tipo levada a cabo por qualquer pessoa, quer à esquerda quer à direita. E desafio Donald Trump a fazer o mesmo”, disse, acrescentando que os Estados Unidos “não podem tornar-se um país em guerra consigo próprio”.
“O que pensa o Presidente Trump que irá acontecer quando ele continuar a insistir em reacender as chamas do ódio e da divisão na nossa sociedade e a usar a política do medo para agitar os seus apoiantes? Ele está a encorajar a violência imprudentemente”, lê-se no comunicado do candidato democrata à presidência.
“Donald Trump é Presidente há quase quatro anos. A temperatura no país está mais elevada, as tensões mais fortes, as divisões mais profundas. E todos nós estamos menos seguros porque Donald Trump não consegue executar o trabalho de Presidente norte-americano”, defendeu o antigo vice de Obama.
Tiroteio em Portland sob investigação
A polícia encontra-se a investigar o tiroteio que ocorreu na noite de sábado em Portland, onde há meses decorrem protestos contra a injustiça racial.
“Os agentes da polícia de Portland ouviram o som de disparos vindo da área da Terceira Avenida e da rua Southwest Alder. Eles responderam e localizaram a vítima que foi baleada com um tiro no peito”, esclareceu em comunicado citado pela BBC a polícia da cidade.
A vítima mortal ainda não foi identificada pelas autoridades e não se sabe ainda se o tiroteio esteve diretamente relacionado com os protestos que na altura decorriam pela cidade.
No entanto, o fundador do grupo de extrema-direita Patriot Prayer identificou o homem como Aaron Danielson, acrescentando que era um “bom amigo e apoiante” desse mesmo grupo, noticiou a agência Associated Press.