Mundo
Guerra no Médio Oriente
Líbano e Israel estabelecem contactos diplomáticos diretos pela primeira vez em décadas
Israel e Líbano estabeleceram esta quarta-feira os primeiros contactos diretos em décadas. O encontro teve lugar em An-Naqoura, que desde 1978 alberga a sede da Força Interina das Nações Unidas no Líbano.
A informação é avançada pela Agência France Press (AFP), sendo que o encontro acontece no âmbito da comissão militar de monitorização, criada após o cessar-fogo assinado entre os dois países em novembro de 2024, mas violado várias vezes por ataques israelitas no sul do Líbano.
O encontro teve lugar em An-Naqoura, que desde 1978 alberga a sede da Força Interina das Nações Unidas no Líbano, estabelecida no contexto da Guerra Civil Libanesa, e contou também com a enviada especial adjunta da Casa Branca para a Paz no Médio Oriente, Morgan Ortagus.
Segundo a televisão libanesa MTV, a atmosfera do encontro foi “positiva” e ambos os países fizeram-se representar por diplomatas, pormenor marcante tendo em conta que os encontros anteriores contaram com a presença de militares.
Enquanto Israel foi representado pelo vice-chefe do Conselho de Segurança Nacional, Uri Resnick, o Líbano enviou o ex-embaixador do Líbano nos Estados Unidos Simon Karam. A presença civil por parte do Líbano terá obedecido a um pedido dos Estados Unidos, de acordo com a porta-voz da presidência libanesa, Najat Charafeddine.
No entanto, a MTV adianta que o encontro “não abordou a inspeção de propriedade privada” nem “refletiu as mensagens alarmantes de [Morgan] Ortagus em Israel”.
Este encontro está a ter diferentes reações nos dois países. Enquanto o gabinete do primeiro-ministro israelita apelida a reunião como “a primeira tentativa de criar uma base para um relacionamento e cooperação económica”, o Líbano fala em matéria “muito divisiva e sensível”, de acordo com a enviada especial da Al Jazeera a Beirute, Zeina Khodr.
Apesar do cessar-fogo assinado em novembro de 2024 entre Israel e o Líbano, este país tem sido alvo de ofensivas militares das Forças de Defesa de Israel (IDF) nas últimas semanas, que Telavive justifica com o objetivo de destruir instalações do Hezbollah e eliminar alegados membros do Hamas a operar em território libanês. Os ataques já provocaram mais de 300 mortos, sendo cerca de 130 civis, de acordo com as Nações Unidas.
O Líbano não reconhece o Estado de Israel, mas tem sido alvo de pressões por parte dos Estados Unidos para “estabelecer contactos diretos com Israel” e desarmar até final do ano o Hezbollah, movimento xiite que opera como um Estado dentro do Líbano.
Contactos diretos ou indiretos entre libaneses e israelitas são ilegais, de acordo com a Lei de Boitcote Anti-Israel de 1955 e com o Código Penal libanês, pelo que este encontro se reveste de um caráter extremamente raro, mas que reflete as declarações do presidente libanês, Joseph Aoun, que afirmou na semana passada estar aberto a negociações com Israel para estabelecer a paz no sul do Líbano.
O encontro teve lugar em An-Naqoura, que desde 1978 alberga a sede da Força Interina das Nações Unidas no Líbano, estabelecida no contexto da Guerra Civil Libanesa, e contou também com a enviada especial adjunta da Casa Branca para a Paz no Médio Oriente, Morgan Ortagus.
Segundo a televisão libanesa MTV, a atmosfera do encontro foi “positiva” e ambos os países fizeram-se representar por diplomatas, pormenor marcante tendo em conta que os encontros anteriores contaram com a presença de militares.
Enquanto Israel foi representado pelo vice-chefe do Conselho de Segurança Nacional, Uri Resnick, o Líbano enviou o ex-embaixador do Líbano nos Estados Unidos Simon Karam. A presença civil por parte do Líbano terá obedecido a um pedido dos Estados Unidos, de acordo com a porta-voz da presidência libanesa, Najat Charafeddine.
No entanto, a MTV adianta que o encontro “não abordou a inspeção de propriedade privada” nem “refletiu as mensagens alarmantes de [Morgan] Ortagus em Israel”.
Este encontro está a ter diferentes reações nos dois países. Enquanto o gabinete do primeiro-ministro israelita apelida a reunião como “a primeira tentativa de criar uma base para um relacionamento e cooperação económica”, o Líbano fala em matéria “muito divisiva e sensível”, de acordo com a enviada especial da Al Jazeera a Beirute, Zeina Khodr.
Apesar do cessar-fogo assinado em novembro de 2024 entre Israel e o Líbano, este país tem sido alvo de ofensivas militares das Forças de Defesa de Israel (IDF) nas últimas semanas, que Telavive justifica com o objetivo de destruir instalações do Hezbollah e eliminar alegados membros do Hamas a operar em território libanês. Os ataques já provocaram mais de 300 mortos, sendo cerca de 130 civis, de acordo com as Nações Unidas.
O Líbano não reconhece o Estado de Israel, mas tem sido alvo de pressões por parte dos Estados Unidos para “estabelecer contactos diretos com Israel” e desarmar até final do ano o Hezbollah, movimento xiite que opera como um Estado dentro do Líbano.
Contactos diretos ou indiretos entre libaneses e israelitas são ilegais, de acordo com a Lei de Boitcote Anti-Israel de 1955 e com o Código Penal libanês, pelo que este encontro se reveste de um caráter extremamente raro, mas que reflete as declarações do presidente libanês, Joseph Aoun, que afirmou na semana passada estar aberto a negociações com Israel para estabelecer a paz no sul do Líbano.