Mundo
Guerra no Médio Oriente
Liderança do Hamas discute cenário de cessar-fogo em Gaza
Os líderes do Hamas estarão prestes a aceitar uma proposta de acordo para um cessar-fogo em Gaza, mas querem garantias mais sólidas de que qualquer pausa nas hostilidades levará a um fim permanente da guerra de 20 meses, segundo fontes próximas do movimento radical palestiniano.
Os responsáveis do Hamas reuniram-se na quinta-feira em Istambul para discutir as novas propostas de cessar-fogo e, mais tarde, emitiram um comunicado confirmando que estavam a falar com outras “fações palestinianas” antes de anunciarem formalmente uma resposta.
O movimento tem estado sob enorme pressão nos últimos meses, com a liderança militar dizimada e os militares israelitas a forçarem os seus combatentes a abandonar antigos redutos nas zonas sul e central de Gaza.
Nos últimos dias, Israel intensificou a sua ofensiva, lançando uma intensa vaga de ataques aéreos em toda a Faixa de Gaza que matou mais de 250 palestinianos, incluindo muitas mulheres e crianças.
As fações da linha dura do Hamas aceitaram com relutância a necessidade de um cessar-fogo para permitir à organização reagrupar-se e planear uma nova estratégia, segundo fonte familiarizada com o debate interno, citada pelas agências.
Israel diz que não vai acabar com a guerra enquanto o Hamas ainda estiver armado e a governar Gaza. O movimento, agora enfraquecido, diz que não vai depor as armas, mas está disposto a libertar todos os reféns que ainda se encontram em Gaza se Israel acabar com a guerra.Desde o fracasso do anterior cessar-fogo em março, mais de seis mil pessoas foram mortas em Gaza e a crise humanitária agravou-se.
Os esforços para uma nova trégua em Gaza ganharam força depois de os EUA terem conseguido um cessar-fogo para pôr fim ao conflito de 12 dias entre Israel e o Irão no mês passado, mas no terreno, em Gaza, os ataques israelitas intensificados continuaram sem parar, matando pelo menos 59 pessoas na quinta-feira, de acordo com as autoridades de saúde do território. Os mediadores egípcios e do Catar têm estado a trabalhar para obtar garantias norte-americanas e internacionais de que as conversações sobre o fim da guerra continuariam como forma de convencer o Hamas a aceitar uma proposta de trégua de dois meses, disseram fontes de segurança egípcias.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, deverá deslocar-se a Washington no domingo para falar com Trump sobre a guerra em Gaza, a recente guerra entre Israel e o Irão e outras questões regionais.Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que Israel tinha aceitado as condições necessárias para finalizar um cessar-fogo de 60 dias com o Hamas, durante o qual as partes trabalharão para acabar com a guerra.
Netanyahu há muito que resiste a um fim permanente da guerra em Gaza, em parte para manter o apoio dos aliados de extrema-direita na sua coligação governamental. Mas os sucessos de Israel na guerra contra o Irão reforçaram a sua posição política e as sondagens de opinião em Israel mostram um forte apoio a um acordo.
O gabinete de segurança de Israel reuniu-se na noite de quinta-feira para discutir as opções para Gaza, incluindo uma escalada da atual ofensiva.
"A julgar pelos sinais do Hamas, há uma grande probabilidade de iniciarmos conversações de proximidade nos próximos dias. Se houver consentimento para as conversações de proximidade, haverá um acordo", disseram altos funcionários israelitas ao Channel 12, uma importante rede de televisão israelita.
Fonte próxima de Netanyahu afirmou à Reuters que os preparativos para aprovar o acordo de cessar-fogo estão agora em curso. Outra fonte israelita disse que uma delegação israelita se preparava para participar nas conversações indiretas mediadas pelo Catar e pelo Egito para cimentar o acordo, caso o Hamas respondesse positivamente.
A proposta inclui a libertação de dez reféns israelitas vivos detidos em Gaza desde o ataque do Hamas ao sul de Israel em outubro de 2023, que desencadeou o conflito em curso, e o regresso dos corpos de mais 18 em troca de prisioneiros palestinianos detidos nas prisões israelitas, revelou na quinta-feira uma fonte familiarizada com as negociações. Dos 50 reféns que ainda estão em Gaza, acredita-se que 20 ainda estejam vivos.
O Hamas fez 251 reféns durante o ataque de outubro de 2023. De acordo com a proposta, a ajuda entraria imediatamente em Gaza e os militares israelitas retirariam gradualmente de partes do território. As negociações sobre um cessar-fogo permanente começariam imediatamente.
“Esperamos que o acordo esteja concluído, mas penso que tudo dependerá do que o Hamas estiver disposto a aceitar”, disse Mike Huckabee, embaixador dos EUA em Israel, ao Channel 12 de Israel, na quinta-feira. "Uma coisa é clara: o presidente quer que isto acabe. O primeiro-ministro quer que acabe. O povo americano e o povo israelita querem que isto acabe".
Huckabee acrescentou que participará nas negociações na próxima semana, na Casa Branca, quando Netanyahu deve encontrar-se com Trump.
"Quero especialmente que o povo de Gaza esteja em segurança. Passaram por um inferno", afirmou Donald Trump aos jornalistas caminho de um comício no Iowa, depois de ter mantido uma conversa telefónica com o presidente russo.
Netanyahu visitou o kibutz israelita de Nir Oz na quinta-feira, pela primeira vez desde o ataque do Hamas em 2023. A comunidade foi uma das mais afetadas, tendo quase um em cada quatro residentes sido raptado ou morto.
"Sinto-me profundamente empenhado - em primeiro lugar, em garantir o regresso de todos os nossos reféns, todos eles. Ainda há 20 que estão vivos e há também os que já faleceram, e vamos trazê-los todos de volta", disse Netanyahu.
O primeiro-ministro israelita tem sido fortemente criticado por se recusar a assumir a responsabilidade pelas falhas que permitiram o ataque de 2023, durante o qual militantes liderados pelo Hamas mataram 1.200 pessoas, na sua maioria civis, e tem sido repetidamente acusado de dar prioridade à sua sobrevivência política em detrimento do destino dos reféns.A campanha militar de retaliação de Israel matou pelo menos 57 mil pessoas em Gaza, também na sua maioria civis, de acordo com uma contagem do Ministério da Saúde do território, considerada fiável pelas Nações Unidas e por muitos governos ocidentais.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que “seguem o Direito Internacional e tomam as precauções possíveis para atenuar os danos causados aos civis” quando atacam “alvos terroristas”.
O movimento tem estado sob enorme pressão nos últimos meses, com a liderança militar dizimada e os militares israelitas a forçarem os seus combatentes a abandonar antigos redutos nas zonas sul e central de Gaza.
Nos últimos dias, Israel intensificou a sua ofensiva, lançando uma intensa vaga de ataques aéreos em toda a Faixa de Gaza que matou mais de 250 palestinianos, incluindo muitas mulheres e crianças.
As fações da linha dura do Hamas aceitaram com relutância a necessidade de um cessar-fogo para permitir à organização reagrupar-se e planear uma nova estratégia, segundo fonte familiarizada com o debate interno, citada pelas agências.
Israel diz que não vai acabar com a guerra enquanto o Hamas ainda estiver armado e a governar Gaza. O movimento, agora enfraquecido, diz que não vai depor as armas, mas está disposto a libertar todos os reféns que ainda se encontram em Gaza se Israel acabar com a guerra.Desde o fracasso do anterior cessar-fogo em março, mais de seis mil pessoas foram mortas em Gaza e a crise humanitária agravou-se.
Os esforços para uma nova trégua em Gaza ganharam força depois de os EUA terem conseguido um cessar-fogo para pôr fim ao conflito de 12 dias entre Israel e o Irão no mês passado, mas no terreno, em Gaza, os ataques israelitas intensificados continuaram sem parar, matando pelo menos 59 pessoas na quinta-feira, de acordo com as autoridades de saúde do território. Os mediadores egípcios e do Catar têm estado a trabalhar para obtar garantias norte-americanas e internacionais de que as conversações sobre o fim da guerra continuariam como forma de convencer o Hamas a aceitar uma proposta de trégua de dois meses, disseram fontes de segurança egípcias.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, deverá deslocar-se a Washington no domingo para falar com Trump sobre a guerra em Gaza, a recente guerra entre Israel e o Irão e outras questões regionais.Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que Israel tinha aceitado as condições necessárias para finalizar um cessar-fogo de 60 dias com o Hamas, durante o qual as partes trabalharão para acabar com a guerra.
Netanyahu há muito que resiste a um fim permanente da guerra em Gaza, em parte para manter o apoio dos aliados de extrema-direita na sua coligação governamental. Mas os sucessos de Israel na guerra contra o Irão reforçaram a sua posição política e as sondagens de opinião em Israel mostram um forte apoio a um acordo.
O gabinete de segurança de Israel reuniu-se na noite de quinta-feira para discutir as opções para Gaza, incluindo uma escalada da atual ofensiva.
"A julgar pelos sinais do Hamas, há uma grande probabilidade de iniciarmos conversações de proximidade nos próximos dias. Se houver consentimento para as conversações de proximidade, haverá um acordo", disseram altos funcionários israelitas ao Channel 12, uma importante rede de televisão israelita.
Fonte próxima de Netanyahu afirmou à Reuters que os preparativos para aprovar o acordo de cessar-fogo estão agora em curso. Outra fonte israelita disse que uma delegação israelita se preparava para participar nas conversações indiretas mediadas pelo Catar e pelo Egito para cimentar o acordo, caso o Hamas respondesse positivamente.
A proposta inclui a libertação de dez reféns israelitas vivos detidos em Gaza desde o ataque do Hamas ao sul de Israel em outubro de 2023, que desencadeou o conflito em curso, e o regresso dos corpos de mais 18 em troca de prisioneiros palestinianos detidos nas prisões israelitas, revelou na quinta-feira uma fonte familiarizada com as negociações. Dos 50 reféns que ainda estão em Gaza, acredita-se que 20 ainda estejam vivos.
O Hamas fez 251 reféns durante o ataque de outubro de 2023. De acordo com a proposta, a ajuda entraria imediatamente em Gaza e os militares israelitas retirariam gradualmente de partes do território. As negociações sobre um cessar-fogo permanente começariam imediatamente.
“Esperamos que o acordo esteja concluído, mas penso que tudo dependerá do que o Hamas estiver disposto a aceitar”, disse Mike Huckabee, embaixador dos EUA em Israel, ao Channel 12 de Israel, na quinta-feira. "Uma coisa é clara: o presidente quer que isto acabe. O primeiro-ministro quer que acabe. O povo americano e o povo israelita querem que isto acabe".
Huckabee acrescentou que participará nas negociações na próxima semana, na Casa Branca, quando Netanyahu deve encontrar-se com Trump.
"Quero especialmente que o povo de Gaza esteja em segurança. Passaram por um inferno", afirmou Donald Trump aos jornalistas caminho de um comício no Iowa, depois de ter mantido uma conversa telefónica com o presidente russo.
Netanyahu visitou o kibutz israelita de Nir Oz na quinta-feira, pela primeira vez desde o ataque do Hamas em 2023. A comunidade foi uma das mais afetadas, tendo quase um em cada quatro residentes sido raptado ou morto.
"Sinto-me profundamente empenhado - em primeiro lugar, em garantir o regresso de todos os nossos reféns, todos eles. Ainda há 20 que estão vivos e há também os que já faleceram, e vamos trazê-los todos de volta", disse Netanyahu.
O primeiro-ministro israelita tem sido fortemente criticado por se recusar a assumir a responsabilidade pelas falhas que permitiram o ataque de 2023, durante o qual militantes liderados pelo Hamas mataram 1.200 pessoas, na sua maioria civis, e tem sido repetidamente acusado de dar prioridade à sua sobrevivência política em detrimento do destino dos reféns.A campanha militar de retaliação de Israel matou pelo menos 57 mil pessoas em Gaza, também na sua maioria civis, de acordo com uma contagem do Ministério da Saúde do território, considerada fiável pelas Nações Unidas e por muitos governos ocidentais.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que “seguem o Direito Internacional e tomam as precauções possíveis para atenuar os danos causados aos civis” quando atacam “alvos terroristas”.
c/ agências